O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou hoje (29) que não houve crime no fato de um agente da Polícia Federal filmar um lobista entrando e saindo de gabinetes de deputados federais, durante a Operação Santa Cruz. O lobista em questão é suspeito de participar de um esquema de desvio de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Em entrevista coletiva, Tarso destacou que as filmagens do lobista João Pedro de Moura entrando e saindo dos gabinetes dos deputados Pereira da Silva (PDT-SP) e Henrique Eduardo Alves (RN), líder do PMDB na Câmara, não violaram as leis, tendo em vista que foram feitas em espaço público.
"Naquele local, qualquer um pode filmar ou fotografar. Não houve violação de normas legais. A filmagem foi feita no corredor, e não se violou a intimidade do plenário nem a privacidade dos gabinetes", disse. Tarso Genro também destacou que os dois parlamentares citados “não são suspeitos e não foram investigados".
Reação da Câmara
Por sua vez, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), anunciou que vai pedir a Tarso Genro para ter acesso ao processo sobre as investigações da Operação Santa Tereza. Chinaglia leu há pouco em plenário o ofício que encaminhou ao ministro. Para o petista, o Supremo Tribunal Federal (STF) afirma que o poder de polícia no Congresso é de competência da Câmara e do Senado.
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Para Chinaglia, a atitude da Polícia Federal foi, no mínimo, uma descortesia. O petista adiantou que quer saber o que foi investigado, além de preservar o poder da Casa. (Rodolfo Torres e Tatiana Damasceno)
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