“Admito que há uma fragilidade. Mas o primeiro passo para resolver um problema é diagnosticá-lo”, disse. Em seguida, o ministro afirmou que esta situação não é exclusiva do Brasil.”Um ex-secretário de Segurança dos Estados Unidos já admitiu que o país poderia sofrer um ‘Pearl Harbor’ cibernético”, disse. Segundo o ministro, o Brasil só criou o seu Centro de Defesa Cibernética em 2011, com o objetivo de proteger os sistemas braisleiros. “É algo muito novo, mas já vem operando”, disse e explicou que a primeira atuação do órgão foi na Rio +20.
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Amorim reconheceu também que os investimentos do governo estão muito aquém da necessidade do setor. Ele afirmou que pouco mais de R$ 100 milhões estão previstos no Orçamento da União para 2013. Segundo o ministro, o desenvolvimento lento de tecnologia nacional na área de defesa cibernética prejudica a segurança das informações nacionais. “As redes brasileiras ainda não têm ferramentas nacionais para protegê-la. Acho que uma das necessidades mais urgentes é o desenvolvimento científico e tecnológico nesta área, porque é importante que tenhamos tecnologia desenvolvida por brasileiros”, disse.
Reportagens do jornal O Globo mostram que o governo americano monitorou emails e telefonemas de pessoas residentes ou em trânsito no Brasil, assim como empresas instaladas no país, a partir de uma base de espionagem instalada em Brasília. As informações foram obtidas em documentos vazados por Snowden. Desde a semana passada ele está na área de trânsito do aeroporto de Moscou sem poder viajar.
Ações
Na manhã de hoje, o governo divulgou nota oficial esclarecendo as medidas que já foram adotadas para investigar as denúncias. Tais ações, como a convocação do embaixador norte-americano Thomas Shannon preste esclarecimentos sobre o caso e a criação de um grupo técnico interministerial, formado pelos Ministérios da Justiça, Relações Exteriores, Defesa, Comunicações, Ciência e Tecnologia, Gabinete de Segurança Institucional e Assessoria Especial da Presidência da República, já haviam sido anunciados ao longo da semana. Segundo Patriota, de acordo com os avanços do grupo, novas informações podem ser solicitadas aos Estados Unidos.
Na mesma audiência, o ministro das Relações Exteriores informou que o Brasil vai pedir novas informações aos Estados Unidos. Ele também anunciou que o país buscará os diversos fóruns internacionais que possam discutir as gravidades da ação norte-americana e definir possíveis sanções. “A meu ver o assunto é de grande sensibilidade. Está em jogo a soberania do Brasil e o respeito a nossa legislação. […] Brasil não exitará em recorrer e está se preparando para levar aos órgãos internacionais os seus pleitos”, disse.
Patriota esclareceu que o governo estuda as melhores estratégias para fazer isso e as denúncias colaborarão para o apoio de outros países que, normalmente, se distanciam das discussões sobre o tema e ressaltou que, dentre todos os países monitorados pelos Estados Unidos, o Brasil foi o primeiro a indicar a intenção de levar a discussão para foros internacionais.
Ele afirmou também que o governo brasileiro tomou conhecimento dos fatos pelas reportagens publicadas e esclareceu que a participação de pessoas ou instituições do país nestas atividades é inconstitucional, ilegal e sujeito às penalidades legais. Em outubro, a presidenta Dilma Rousseff terá um encontro com o presidente americano Barack Obama. Segundo Patriota, o tema deverá ser o centro das conversas. “Dificilmente deixará de fazer parte da agenda. O encontro ocorrerá em outubro, até lá tem muita coisa para acontecer, mas continuaremos em contato com o governo americano para esclarecer a situação”, disse.
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