O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, foi convidado para debater e esclarecer as razões que desencadearam o surto de febre aftosa no Mato Grosso do Sul na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado. O requerimento partiu do senador Pedro Simon (PMDB-RS), que já na última sexta-feira, anunciara a intenção de fazê-lo.
Todos os senadores presentes à sessão votaram pela aprovação do requerimento de Simon. O texto contou, ainda, com a adesão simbólica do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), não integrante da CRA. Embora não tenha obrigação de ir à comissão, o ministro da Agricultura já manifestou boa vontade em comparecer.
No requerimento, Simon lembra o prejuízo por que passa o país com a proibição das exportações de carne brasileira, embargada em 34 países. Por causa do prejuízo, Simon avalia com seus advogados uma forma de responsabilizar judicialmente o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, pelo surto da doença. Rodrigues chegou a afirmar que o combate da febre aftosa foi prejudicado por causa do contingenciamento de verbas ordenado pela equipe econômica do governo.
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A CRA também aprovou requerimento do senador Gilberto Goellner (PFL-MT), que pediu audiência pública para discutir a questão, com a participação de representantes dos ministérios da Agricultura e Fazenda, da Confederação de Agropecuária e da Associação da Indústria de Exportação.
Contingenciamento
De acordo com o sistema de repasse de recursos do governo federal, a verba deste ano para a defesa sanitária – e prevenção de doenças do gado, como a aftosa – equivalia a R$ 137 milhões, das quais apenas R$ 30 milhões tinham sido liberados. Mesmo assim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a declarar que não faltou dinheiro para vacinação e prevenção da aftosa no gado brasileiro.
Após a divulgação do surto, a União Européia, Rússia, Israel, África do Sul, Chile, Uruguai, Paraguai, Argentina e Bolívia proibiram a importação de carne brasileira. Por conta da redução das exportações e para evitar demissões em massa, frigoríficos de São Paulo e Mato Grosso do Sul negociam férias coletivas de 15 dias com os funcionários. O surto foi divulgado na última segunda-feira, dia 10.
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