Os ministérios da Saúde e da Previdência negaram, em nota oficial, qualquer vínculo com o esquema de corrupção que vem sendo investigado pela força-tarefa da Operação Lava Jato.
Nesta segunda-feira (10), o jornal O Globo revelou que investigadores da Lava Jato vão começar a apurar a possibilidade de que ocorreram desvios de recursos e pagamento de propina em contratos executados pelos ministérios do Planejamento e da Previdência.
De acordo com o delegado da Polícia Federal Márcio Anselmo, um dos integrantes da força-tarefa da Lava Jato, o empresário Pablo Kipersmit, presidente da Consist Informática disse, durante depoimento prestado na semana passada, que pagou à Jamp de Milton Pascowitch R$ 10,7 milhões para obtenção de contratos de assessoria no Ministério da Previdência. Kipersmit foi uma das pessoas presas durante a 17ª fase da Lava Jato, ocorrida também na semana passada.
Além disso, o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) acreditam que a Consist foi escolhida, por meio de dispensa de licitação, para gerir o sistema de pagamentos consignados de servidores federais
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O Ministério da Previdência, por outro lado, afirmou que “todos os procedimentos relativos ao processamento do crédito consignado de aposentados e pensionistas, geridos por este ministério, são realizados exclusivamente pela Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev)”.
“Por conseguinte, não existe e nem nunca foi firmado contrato, convênio ou consultoria pelo Ministério da Previdência e qualquer entidade a ele vinculada – INSS, Previc e a própria Dataprev – com a empresa citada ou outra empresa privada [Consist Informática] para a prestação desse tipo de serviço”, complementou.
O Ministério da Saúde também negou envolvimento com a Lava Jato. Durante as investigações, a força-tarefa apontou que a agência de publicidade Borghierh Lowe Propaganda e Marketing Ltda., uma das responsáveis pelas contas publicitárias a pasta, repassava propina para o deputado cassado André Vargas (sem partido-PR). Vargas está preso na carceragem da PF.
Em outro momento, a Lava Jato revelou que a empresa Labogen, controlada pelo doleiro Alberto Youssef, firmou parceria com o órgão para a fabricação no Brasil e o fornecimento ao Ministério da Saúde do medicamento Citrato de Sildenafila, que seria feito pela empresa do doleiro em associação com a empresa EMS S/A e o Laboratório Farmacêutico da Marinha (LFM).
Também em nota, a pasta informou que “não houve até o momento nenhuma demonstração de desvios de recursos envolvendo o Ministério da Saúde pela operação Lava Jato. Citado na investigação por conta da empresa Labogen, o Ministério da Saúde informa que sequer chegou a firmar contrato com este laboratório, uma vez que o modelo de parceria envolvendo farmacêuticas é feito por meio dos laboratórios oficiais. A parceria entre os dois laboratórios foi suspensa antes da assinatura de contrato e do repasse de recursos”.
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