Foi enterrado ontem (sexta, 14) em São Paulo o jurista Miguel Reale, que morreu no início da madrugada após sofrer um infarto. Reale, que tinha 95 anos, foi um dos principais estudiosos brasileiros do Direito.
Participou da elaboração da Constituição Federal de 1946; forneceu sugestões para a Carta atualmente em vigor, promulgada em 1988; fez a revisão do Código Civil Brasileiro, vigente desde 2002; e obteve reconhecimento internacional por sua contribuição à Filosofia do Direito, considerada extremamente inovadora e moderna.
Também foi reitor da Universidade de São Paulo (USP), entre 1949 e 1950 e 1969 e 1973, e membro da Academia Brasileira de Letras; e publicou mais de 30 livros. Era pai do ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior, que exerceu o cargo durante o governo Fernando Henrique Cardoso.
Na política, Miguel Reale foi um homem conservador. Foi um dos líderes do integralismo e defendeu o regime militar implantado em 1964, ao qual o filho – com o qual sempre teve relação de profundo afeto e respeito – fez oposição.
O presidente Lula lamentou sua morte em nota oficial, manifestando solidariedade à família dizendo que "este é também o sentimento de todo o povo brasileiro". Acrescentou que o falecimento de Miguel Reale "entristece todos nós" e que sua contribuição nos campos filosófico e jurídico "permanecerá viva na memória da nação".
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O pré-candidato do PSDB a presidente da República, telefonou de Pernambuco, onde se encontrava, para se solidarizar com Reale Júnior.
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