O vice-presidente da República, Michel Temer, será o responsável pela articulação política do governo, segundo nota divulgada na noite de hoje (7) pelo Palácio do Planalto. A presidenta Dilma Rousseff decidiu que Pepe Vargas (PT) deixa a Secretaria de Relações Institucionais, que passa a integrar as competências do vice-presidente.
Na nota, Dilma agradece “o empenho, a lealdade e a competência” do ex-ministro. Vargas assumiu o cargo no início do ano, no segundo mandato presidencial de Dilma Rousseff.
Ontem (6), Temer, que é presidente nacional do PMDB, reuniu-se com correligionários para conversar sobre a então possível mudança ministerial. Foi cogitado que o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha, ocupasse a pasta.
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A Secretaria de Relações Institucionais é responsável pelo relacionamento da Presidência da República com o Congresso Nacional, a sociedade e os partidos políticos, além da interlocução com estados , municípios e Distrito Federal.
Desde a semana passada, a presidente Dilma tem mostrado nos bastidores que estava inconformada com o trabalho de Pepe Vargas, principalmente após derrotas sucessivas principalmente na Câmara.
Repercussão
A oposição fez críticas severas à decisão da presidente Dilma Rousseff de transferir a articulação política de seu governo ao vice-presidente, Michel Temer.
Para o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), a presidente abriu mão de comandar um posto estratégico do governo. “Depois é a oposição que quer que ela saia do governo, ela já saiu do governo”, acusou o parlamentar.
O líder da Minoria, deputado Bruno Araújo (PE), afirmou que Temer foi indicado ministro por exclusão, já que os demais candidatos sondados não aceitaram a indicação. “Ela não achou um cidadão brasileiro que topasse ser seu ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI). A secretaria foi extinta por não haver brasileiros que pudessem assumir a complexidade que é assumir a articulação política de Dilma Rousseff”, disse.
O líder do Psol, deputado Chico Alencar (RJ), fez um trocadilho e disse que a indicação de Temer não era “temerária”. “Pode ser que a articulação política do Palácio de lá com o Palácio de cá melhore, mas o fundamental é que melhore a relação dos palácios com a praça, e essa merece muito empenho de todos nós”, comentou.
Defesa
O líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), saiu em defesa de Dilma. Para ele, a indicação de Temer teve o aval dos líderes do governo e vem para melhorar a relação com o Congresso. “Ninguém melhor para essa missão do que o ex-presidente desta Casa, que foi parlamentar por 25 anos e pode consolidar a nossa base e qualificar a relação do governo com o Congresso, inclusive dialogando com a oposição responsável”, afirmou.
A nomeação também foi defendida pelo líder do PT, deputado Sibá Machado (AC), que elogiou o trabalho do antecessor de Temer, Pepe Vargas, que agora retorna à Câmara dos Deputados. Vargas, segundo Sibá, será homenageado no retorno ao Parlamento.
Com informações da Agência Brasil e Agência Câmara
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