Cerca de 2,8 milhões paulistanos acordaram hoje sem poder contar com o metrô. As estações amanheceram com os portões fechados e um aviso de greve de 24 horas colado pelo sindicato dos metroviários. Hoje seria dia em que o rodízio de veículos com placas final 3 e 4 estariam impedidos de circular entre 7h e 10h e das 17h às 20h, mas a Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo suspendeu o revezamento.
O trânsito da maior cidade do Brasil está um caos. O congestionamento hoje, nas principais vias, chegou a 188 quilômetros por volta das 9h e bateu o recorde deste ano para o período da manhã. Por pouco, não bateu o recorde histórico, que foi de 191 km em novembro de 2004. As avenidas que ligam as zonas sul e leste ao centro da cidade são as mais congestionadas, além das marginais Pinheiros e Tietê.
Os ônibus não dão conta de absorver os passageiros do metrô. Estão superlotados e com itinerário alterado. A SPTrans mudou o trajeto de 103 linhas de ônibus. Normalmente, elas chegam a uma estação de metrô, mas hoje seguem até o centro da cidade Os pontos de ônibus próximos às estações de metrô continuam cheios de passageiros. Muita gente que tomou táxi acabou descendo do carro antes, pois ficou parado no congestionamento enquanto o taxímetro rodava.
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Protesto
Os metroviários estão parados em protesto contra a privatização da linha quatro do metrô, que está em construção e será operada pela iniciativa privada. A linha quatro está prevista para entrar em operação em 2008. A greve foi aprovada na noite desta segunda-feira em assembléia da categoria, por unanimidade.
O sindicato dos metroviários diz que o governo do estado está entregando a linha quatro do metrô, que está em obras, à iniciativa privada mesmo sendo responsável pela maior fatia do investimento. A concessão para operar a linha quatro, que irá da Luz até a Vila Sônia, na região do Morumbi, é de 30 anos.
Por causa da extensão da greve, o sindicato está sujeito a multa diária de R$ 100 mil.
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