A Mesa Diretora do Senado decidiu, por unanimidade, encaminhar a representação protocolada pelo DEM e pelo PSDB contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente da Casa, para o Conselho de Ética. Dos sete membros da Mesa presentes à reunião, cinco eram da oposição.
Esse foi um dos argumentos usados pelo advogado-geral do Senado, Alberto Cascais, para dar parecer contrário à abertura deste, que será o terceiro processo administrativo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente do Senado. Outro argumento usado por Cascais foi o de que as denúncias presentes na representação são baseadas exclusivamente em matéria jornalística.
A representação protocolada pelo DEM e pelo PSDB refere-se às acusações publicadas na revista Veja de que Renan Calheiros teria se utilizado de laranjas para comprar veículos de comunicação. As denúncias também foram confirmadas pelo usineiro e ex-deputado João Lyra (PTB-AL) que disse, em entrevista, que Renan havia sido seu sócio durante cinco anos na compra de um jornal e de uma rádio. Lyra disse que o presidente do Senado havia solicitado que seu nome não aparecesse, mas que não havia explicado o motivo para isso.
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"Ele me disse que não tinha como aparecer publicamente à frente do negócio, mas não explicou as razões. Por isso, pediu para colocarmos tudo em nome de laranjas. Eu topei", disse Lyra à Veja.
Na tarde de hoje, inclusive, Lyra prestará depoimento sobre o caso ao corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), que foi a Maceió (AL) para ouvir o usineiro. (Soraia Costa)
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