O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) divulgou uma nota, no final da noite de ontem (22), na qual se diz indignado por causa das informações sobre seu indiciamento pela Polícia Federal no caso da negociação do dossiê contra candidatos tucanos. Mercandate afirma que nunca esteve na condição de investigado no inquérito.
Segundo o candidato derrotado ao governo de São Paulo, o depoimento prestado por ele à PF foi voluntário, como testemunha. O senador ainda defende o coordenador financeiro da sua campanha eleitoral, José Giácomo, das acusações.
Confira a nota do senador Aloizio Mercadante à imprensa:
"Com sentimento de indignação venho a público me manifestar sobre as informações divulgadas pela PF até o momento com relação à apuração da compra de um suposto dossiê contra políticos tucanos.
1) Conforme previsão do Diretor Geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, divulgada pela imprensa no início dessa semana, a PF não conseguiu identificar a origem do dinheiro que seria utilizado para a compra do dossiê. Ora, se não é possível identificar a origem dos recursos utilizados na tentativa da compra do dossiê não há como vinculá-los à campanha eleitoral de São Paulo.
Assim, são contraditórias as informações divulgadas até aqui pela PF ao afirmarem que o dinheiro para a tentativa de compra do dossiê teria saído da minha campanha ao mesmo tempo em que não apresenta qualquer prova ou relação entre o dinheiro encontrado no hotel e a arrecadação de campanha.
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2) Depois de três meses de profundas investigações da PF, da CPMI das Sanguessugas e da imprensa, nada foi encontrado que indicasse o meu envolvimento com o episódio do dossiê. Quanto maior foi o aprofundamento das investigações, mais nítido ficou o meu afastamento desse episódio, seja pela completa inexistência de menções a mim nos cruzamentos telefônicos, seja pela reiterada negativa dos investigados no caso durante os depoimentos à Polícia Federal e à CPMI.
Os fatos demonstraram que tais atitudes foram tomadas à minha revelia e contaram com o meu total repúdio. Tal conclusão ficou evidenciada no relatório final da CPMI, aprovado por consenso, no qual se afirma textualmente: “o resultado das investigações conduzidas até o momento não permitem concluir que os candidatos tenham tido conhecimento prévio ou dado anuência a tal plano” (relatório da CPMI das Sanguessugas volume II páginas 404 e 729).
3) Não existe nas informações divulgadas até o momento indício de qualquer ação minha que pudesse caracterizar crime eleitoral. Pelo contrário, nos depoimentos dados à PF e à CPMI, todos os envolvidos declararam agir por conta própria e por motivações diversas que não tinham diretamente a ver com a minha campanha eleitoral.
4) Jamais fui colocado na condição de investigado pela Polícia Federal, prestei depoimento voluntário, na condição de testemunha e durante as investigações não surgiram quaisquer indícios de minha participação ou do coordenador financeiro da campanha estadual do PT de São Paulo, José Giácomo Baccarin, no episódio do dossiê.
Destaco que até o momento não tive acesso ao relatório conclusivo do inquérito, no entanto, baseado em mais de trinta anos de vida política, sem qualquer denúncia contra minha pessoa, posso afirmar desde já que não é verdadeira a afirmação de que minha campanha eleitoral tenha se utilizado de recursos de “caixa dois’, bem como não procede a imputação de qualquer crime eleitoral.
Por fim, gostaria de reiterar que esse episódio em nada me beneficiou, pelo contrário, minha campanha vinha subindo nas pesquisas e teve o seu crescimento comprometido por esse lamentável incidente."
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