Reportagem da Folha de S.Paulo de hoje afirma que o deputado José Mentor (PT-SP) acusa o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) de proteger o “comendador” João Arcanjo Ribeiro, acusado de comandar o crime organizado em Mato Grosso. As afirmações são do juiz Julier Sebastião da Silva, que recebeu de Mentor um parecer no qual o deputado afirma que o senador protegeu Arcanjo nas investigações da CPI do Banestado.
De acordo com as informações prestadas por Mentor ao juiz, Antero desapareceu com 172 ofícios que tinham “informações sigilosas bancárias, fiscais e telefônicas”. A CPI acabou no início de 2005 sem relatório final. Mentor foi o relator da CPI. Antero presidia a comissão, aberta para apurar envio ilegal de dinheiro ao exterior.
Preso em Cuiabá (MT), o “comendador” depôs ontem na Justiça Federal em relação a este processo, mas ficou calado durante o interrogatório. Arcanjo já foi condenado a 44 anos por outros processos e (formação de quadrilha e por porte ilegal e contrabando de armas) e agora responde por crime contra o sistema financeiro.
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A acusação de Mentor contra Antero foi destacada pelo juiz em uma decisão tomada em junho de 2005, à qual a Folha teve acesso ontem. Para o deputado petista, o senadot tucano “obstruiu os trabalhos de investigação” protegendo o “comendador”.
À Folha, Antero negou ter desaparecido com tal documentação e de ter recebido dinheiro para campanha de Arcanjo Ribeiro – outra das acusações feitas por Mentor na ação. O senador também afirmou que jamais protegeu Arcanjo. “O ofício não existia. Então eu expedia um ofício para depois desaparecer com ele? Tem lógica? (Essa acusação) é coisa de bandido junto com juiz de toga petista”, afirmou Antero.
Por meio de sua assessoria, Mentor confirmou o desaparecimento da papelada, mas disse que jamais atribuiu a responsabilidade pelo sumiço a Antero, como disse o juiz Silva na ação. Mentor também negou ter dito que Antero protegeu Arcanjo, como também relata o juiz.
O único questionamento do petista é que o senador tucano terminou a CPI dias antes do depoimento de Arcanjo, então preso no Uruguai em 2004. O juiz Silva não atendeu a imprensa após o depoimento de ontem de Arcanjo.
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