O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta sexta-feira (12) que o rebaixamento da nota do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s, anunciado ontem (11), não pode se transformar em “um grande evento político” do país.
“A agência faz trabalho deles e nós fazemos o nosso. Não se deve dar um peso excessivo [ao rebaixamento], transformando isso em um movimento político. A questão de upgrade ou downgrade é pontual, um importante sinalizador, mas não é um grande evento político do país. Pelo contrário, [houve uma] observação de que eles vão aguardar a aprovação de todas medidas relevantes do ponto de vista fiscal. Nós temos nossa agenda de trabalho e na medida que isso vai funcionando, as agências vão reconhecendo no devido tempo”, afirmou.
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A S&P rebaixou a nota do Brasil para três níveis abaixo do grau de investimento por causa da demora do país para implementar as reformas que devem reduzir os riscos fiscais do país. Segundo Meirelles, a avaliação da agência é “absolutamente normal” e a equipe econômica já possui um “histórico” de manifestar confiança na aprovação de medidas posteriormente confirmadas pelos parlamentares, como o caso do Teto de Gastos e da reforma trabalhista. “Continuamos seguros e confiantes que as reformas serão aprovadas, medidas de ajuste, como [outras] já foram”.
Sobre a declaração do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que a equipe econômica do governo não pode responsabilizar o Congresso pela não aprovação da reforma da Previdência no ano passado, Meirelles evitou polêmicas e disse que não se pode apontar culpados.
“Acredito que todos estamos trabalhando na mesma direção: Legislativo, Executivo, e já temos histórico comprovado de sucesso”, afirmou. Segundo ele, as lideranças políticas do país vão continuar trabalhando juntas.
Eleição
Perguntado sobre sua saída do Ministério da Fazenda para disputar a Presidência da República na eleição de outubro, Meirelles voltou a afirmar que só definirá uma eventual candidatura em abril, prazo estabelecido pela Justiça Eleitoral para que candidatos deixem cargos públicos.
“Não tenho pensado e não vou pensar até o início de abril nessa questão de candidatura. Tenho dito que sou ministro da Fazenda em período integral, continuo sendo e esta candidatura será decidida ou não em abril. Naquele momento vou tomar a decisão”.
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