Fábio Góis
Depois de se desfiliar do PT e aderir ao PV, legenda pela qual deve disputar as eleições presidenciais de 2010, a senadora Marina Silva (AC) volta ao centro do debate, literalmente, com críticas à antecipação da disputa eleitoral e reforçando a pauta ambiental na política brasileira. A ex-ministra do Meio Ambiente defendeu suas idéias programa Roda Viva, da TV Cultura, em entrevista a ser transmitida hoje (21), às 22h10.
“No Brasil temos esta mania de antecipar as eleições. Ainda tem muita água para correr debaixo desta ponte”, disse Marina, admitindo que seu novo partido está em formação e que ainda está em “processo de diálogo” sobre a confirmação da candidatura. “O PV não é um partido perfeito. Estamos em um processo de aperfeiçoamento.”
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Na entrevista, Marina diz que as pesquisas de opinião no Brasil refletem apenas um determinado momento do eleitor, que anteciparia conclusões de maneira indevida. Marina desqualificou também a ideia de que seria uma candidata monotemática, uma vez que, para ela, a questão do meio ambiente engloba muitos outros fatores, como desenvolvimento sustentável, pluralidade industrial e recursos naturais.
A um interlocutor que quis saber se ela apoiaria o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), líder das pesquisas de opinião, em um hipotético segundo turno, Marina reagiu com uma pergunta. “Então, você está admitindo que eu não vou para o segundo turno?”, provocou.
A senadora foi defrontada com questões polêmicas no primeiro bloco do programa, como aborto e descriminalização da maconha. Evangélica, não se fez de rogada: disse ser contra a mudança na lei sobre a droga e sugeriu plebiscito em relação ao aborto. Sobre sua crença, disse nunca ter defendido o criacionismo (tese segundo a qual Deus criou o universo) e reforçou sua fé.
“Não tenho uma teoria sobre o criacionismo, apenas acredito que Deus fez todas as coisas”, destacou, acrescentando que a discussão sobre o criacionismo é uma “transposição artificial” do que é debatido nos Estados Unidos.
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