O ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, confirmou à Folha de S.Paulo a versão dada pelo senador Eduardo Azeredo (MG) de que fez, em 2002, um empréstimo de R$ 500 mil para pagar as dívidas de Azeredo, então candidato à reeleição ao governo de Minas, com o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. À época, Mares Guia era um dos coordenadores da campanha de Azeredo.
“Foi aí (com a contração da dívida) que ele (Azeredo) me pediu pra fazer o financiamento para ele de R$ 500 mil no Banco Rural. Eu, como tenho uma empresa, fiz o financiamento de R$ 500 mil com o aval dele (Azeredo). E depois, com a posse dos R$ 500 mil, ele pagou o pessoal”, afirmou o ministro.
Perguntado se teria feito o pagamento diretamente ao empresário Marcos Valério, o ministro negou: “Eu não me envolvi com nada disso. A única coisa que eu fiz foi tirar R$ 500 mil, porque eu sou amigo dele, o Eduardo (Azeredo) é um homem de bem. Na dificuldade que ele estava, ele me pediu uma ajuda”.
Se houver, a investigação do das relações entre Marcos Valério, operador do caixa dois petista, com o PSDB deve ficar restrito à CPI dos Correios. O relator da CPI do Mensalão, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), descartou a atuação da comissão na investigação do caso. “Ele (Azeredo) não é personagem em nenhum dos dois fatos (de criação da CPI)”, disse, referindo-se às suspeitas sobre compra de votos para a aprovação da emenda da reeleição, em 1997, e de parlamentares pelo PT para aprovar projetos de interesse do governo no Congresso entre 2003 e 2004.
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