Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio de Mello, defendeu o fim do voto obrigatório como alternativa para aproximar mais o eleitor dos eleitos. Ele também tratou de outras medidas que, no seu entender, poderiam aprimorar o processo eleitoral brasileiro.
Quanto ao voto, o presidente do TSE disse que a instituição do voto voluntário acabaria com o atual quadro de descaso por parte dos eleitores. “Passados seis meses das eleições, ninguém se lembra em quem votou”, afirmou. Para ele, o principal motivo seria a obrigação de escolher alguém sob pena de multas e problemas na vida civil, caso não o faça.
Marco Aurélio também se disse favorável ao financiamento público das campanhas eleitorias. Na sua opinião, os valores de gastos apresentados pelos candidatos tanto em 2002 quanto este ano são “impressionantes”. No entanto, ele ressaltou que deveria haver um controle bastante rígido sobre esse financiamento.
Ao ser questionado sobre a reforma política, o presidente do TSE afirmou que o tribunal já está fazendo a parte dele ao não ser ortodoxo. “Se fosse ortodoxo, a reforma projetaria a maioria das normas para incidência em 2008”, disse. Segundo ele, o tribunal busca formas de baratear as campanhas e assim esvaziar o caixa dois.
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O ministro acrescentou que é contra a reeleição, pois a máquina administrativa acaba servindo para facilitar “o abuso do poder econômico e de meios de comunicação”. Por fim, ele afirmou que, para melhorar a qualidade da representação política no país, “o Brasil não precisa de novas leis, precisamos é de seriedade e vergonha na cara”.
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