O senador José Maranhão (PMDB-PB) disse ignorar o processo a que seu suplente responde na 3ª Vara da Justiça Federal da Paraíba. Para assumir o cargo de governador da Paraíba, o senador vai renunciar ao cargo assim que for publicada a decisão judicial que
cassou o mandato de Cássio Cunha Lima (PSDB). O novo senador será Roberto Cavalcanti Ribeiro,
acusado de quatro crimes: corrupção ativa, estelionato, formação de quadrilha, uso de documentos falsos e crimes contra a paz pública.
Em entrevista coletiva no início da tarde de hoje (21), Maranhão comemorou a decisão da Justiça e elogiou seu suplente. “Ele é economista, empresário…”. Questionado sobre as diversas acusações contra Roberto Cavalcanti, o senador mudou de assunto: “Quando a processo dele, eu não tenho conhecimento.”
O peemedebista também negou que tenha omitido informações sobre suas cabeças de gado na Paraíba. No ano passado, quando o nome de Maranhão foi cogitado para assumir a Presidência do Senado, a associação Andar acusou-o de ter aumentado em muito seu patrimônio e de omitir à Justiça Eleitoral o valor de 28 mil bois, que valeriam R$ 27 milhões.
“Todo meu patrimônio está declarado. São dados bem demonstrados. Todas as minhas declarações foram feitas conforme a legislação”, garantiu o senador. Maranhão avaliou que as acusações são fruto de perseguição política.
“É claro que todo homem público está sujeito a essa exposição e sempre pode se tornar vítima da leviandade e até do interesse dos seus adversários.”
Decisão lenta
O senador disse que não teme renunciar ao cargo atual e, após um recurso, Cássio Cunha Lima retomar o mandato de governador. Nessa situação, Maranhão ficaria fora do governo e também do Senado.
“Eu não acredito nisso, porque estou no meu direito. Não há possibilidade.”
Maranhão avaliou que a decisão da Justiça Eleitoral que cassou o mandato de Cunha Lima demorou demais. “Os mandatos têm prazos e os prazos são irrecuperáveis. É preciso que a legislação estabeleça um prazo aos juízes e ao Judiciário.”
O senador disse que se considera um vitorioso nas eleições de 2006, quando perdeu para Cunha Lima. “Vitorioso eu fui, mas fui esbulhado. No segundo turno a diferença de votos cresceu porque era maior a escala da corrupção eleitoral.”
Ele prometeu mudar a administração na Paraíba. Quer aplicar um regime de austeridade nas contas públicas para melhorar os sistemas de água, esgoto, saúde e irrigação. Maranhão também promete revitalizar o turismo no estado.
Susto
Pouco antes da entrevista coletiva, um advogado do senador que trabalhou no processo que cassou Cunha Lima passou mal e teve de ser atendido pelos médicos do Senado. José Edízio Souto, 56 anos, teve uma crise de hipertensão. De acordo com os funcionários que o socorreram, ele estava muito ansioso.
Segundo a assessoria de Maranhão, Edízio está bem, não corre perigo e faz exames preventivos. (Eduardo Militão)
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