O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje (1º) que o corte no orçamento deste ano será de R$ 20 bilhões. O anúncio foi feito durante a primeira reunião do ano do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), no Palácio do Planalto.
O decreto que estipula a redução dos gastos deve ser publicado nos próximos dias. Segundo o ministro, os cortes serão realizados principalmente nos gastos correntes, ou seja, no custeio da máquina. Outra medida defendida por Mantega é a desoneração do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para as exportações.
Presente no encontro, o presidente Lula falou sobre a atual crise norte-americana e os reflexos causados em todo mundo, o que, segundo ele, retardou o lançamento da política industrial no Brasil. "Vocês sabem que a crise americana preocupa todas as pessoas de bom senso, eu diria, todas as pessoas que têm juízo, porque nós sabemos a importância dos Estados Unidos no comércio mundial, disse o petista. (confira a íntegra do discurso de Lula)
Leia também
“Temos que ter uma política. Por isso, a política industrial não foi lançada ainda, porque quando ela estava quase pronta para seus debates finais, nós resolvemos introduzir a discussão, dentro da política industrial, da questão das exportações, para ver que tipo de política de exportação nós vamos adotar dentro da política industrial, para favorecer a relação do Brasil com o mundo”, explicou.
Segundo ele, nos próximos 15 dias o governo deve anunciar quais serão as propostas para a política industrial do país. Durante a reunião, Lula também defendeu a aprovação rápida da proposta de reforma tributária que tramita no Congresso Nacional.
“A política tributária eu tenho dito para os deputados que deve ser transformada em uma questão de honra. Não é possível, se está todo mundo de acordo, vai lá e vota. Não há por que não votar”, disse o presidente. Antes, Lula pediu ao ministro da Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, um cronograma para pautar o Congresso com propostas sobre a reforma política.
“Eu acho que seria importante que a gente estabelecesse um calendário. Eu não sei se caberia aqui propor a vocês – uma provocação – fazer uma discussão sobre reforma política, que eu acho que é a mais importante de todas elas, e não sei porque as pessoas não querem fazer. Mas, quem sabe, este Conselho pudesse criar um grupo de trabalho, convocar quantos pesquisadores, estudiosos, para virem fazer o debate e a gente apresentar para a sociedade: ‘está aí, olhem’. Querem fazer o debate? Vamos fazê-lo”, disse. (Erich Decat)
Deixe um comentário