O primeiro-secretário da Mesa Diretoria da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), transferiu para o colégio de líderes a responsabilidade pela decisão de pautar o projeto de lei (1210/20007) que permite a anistia de quem utilizou caixa 2 nas últimas campanhas eleitorais. A desculpa de Mansur aumentou ainda mais a confusão política criada na segunda-feira (19) à noite quando o parlamentar colocou em pauta em votação. Os líderes do PPS, Psol, PDT e Rede negaram que tenham participado da decisão dos líderes de marcar a votação do projeto.
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Mansur disse que o projeto estava pronto para ser enviado ao plenário e que na semana passada os líderes de bancadas previram a votação. “Nós não participamos dessa decisão e somos contra o conteúdo do projeto que fere de morte tudo o que a Operação Lava Jato descobriu agora de caixa 2 nas campanhas”, disse o líder Rubem Bueno (PPS-PR). O parlamentar chegou a ser convidado para uma reunião na segunda-feira no final do dia, mas desistiu de participar quando viu que o deputado Waldir Maranhão (PP-MA) estava substituindo Rodrigo Maia (DEM-RJ) na presidência da Câmara.
Na segunda feira Maia estava despachando no Palácio do Planalto, como presidente interino, em substituição ao presidente Michel Temer que estava na reunião da ONU em Nova York. No seu lugar na presidência da Câmara estava Waldir Maranhão. “Quando cheguei e vi que o coordenador da reunião era o Maranhão, sai da sala. Com ele eu não participo de reuniões de líderes”, disse Bueno.
Antes de chegar ao plenário, o texto do projeto que anistia quem usou Caixa 2 foi submetido ao deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), ex-líder da bancada tucana, que aceitou a votação. A proposta começou a ser votada na noite da segunda-feira (19), mas foi retirado de pauta depois que um grupo de deputados protestou. Eles alegaram que o projeto permitiria a anistia de quem está sendo processado na Justiça pela não contabilização dos recursos. Mansur terminou suspendendo a votação que tinha sido apoiada pelo PSDB, PP, PR e PT.Para tentar suspender a sessão na noite de segunda-feira, o deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) apelou até para o líder do governo no Senado, Aloizyo Nunes Ferreira (PSDB-SP), acionado para demover a bancada do PSDB da decisão de aprovar a proposta. Avisado, o senador conseguiu que os tucanos desistissem da proposta que terminou retirada de pauta.
O projeto prevê a criminalização dos candidatos – de vereador a presidente da República – que utilizarem dinheiro não registrados nas futuras campanhas, inclusive com a previsão de prisão pelo Código Penal. Mas ao mesmo tempo a proposta abriria a possibilidade de interpretação de que quem estiver respondendo processo por caixa 2 na Justiça estaria anistiado, já que a lei só atingiria os delitos futuros e consideraria ultrapassados os processos anteriores.
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