Na quinta-feira (13) passada, São Paulo foi palco de uma grande mobilização que terminou em confronto com a polícia. Os manifestantes protestaram contra o aumento da passagem de ônibus na cidade. No sábado (15), cerca de 400 pessoas protestaram em frente ao Estádio Nacional de Brasília contra o grande volume de recursos públicos investidos na realização da Copa das Confederações e na Copa do Mundo. Diversas outras capitais também tiveram mobilizações que acabaram em confronto com a polícia.
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“São manifestações que devem ser respeitadas e os governos têm a obrigação de manter a ordem dessas manifestações, de respeitar o direito de palavra e de pensamento dos nossos concidadãos, principalmente dos jovens, porque eles têm esse impulso, muito natural, que os leva, às vezes, a tomar posições que possam contrariar as pessoas mais velhas ou mais conservadoras”, defendeu Ruben Figueiró (PSDB-MS).
Na avaliação de Álvaro Dias (PSDB-PR), as manifestações significam que há um movimento pela mudança no país. Para ele, os jovens que protestam se sentem abandonados pelo Estado. “É evidente que essas manifestações não têm por objetivo protestar apenas contra o aumento. Tem muito mais”, disse.
Paulo Paim (PT-RS) alertou para uma criminalização dos movimentos sociais. “Qualquer movimento que se faça no País, já há um período, se volta para a linha de que é esculhambação, é baderna, é quebra-quebra, como se fosse proibida uma passeata, fossem proibidas faixas, proibidos alguns protestos”, criticou. Para ele, os governos estaduais e municipais precisam dialogar melhor com a população para que soluções sejam encontradas. “Nós temos que dialogar com os movimentos e apontar caminhos, e apontar saídas, soluções, e não só nessa de ‘eu prendo, eu bato, eu arrebento'”.
Culpados
Para Jorge Viana (PT-AC) não é hora de encontrar culpados, mas sim, de entender o que está causando a insatisfação popular. “Eu entendo que é uma manifestação, primeiramente, legítima, dos moradores de cidades do nosso País questionando a vida nas cidades”, disse em discurso em plenário. O petista também criticou o uso excessivo de força policial para reprimir os manifestantes. “acho que o pior remédio está sendo usado para tentar pôr fim às manifestações, que é o uso da violência”.
O petista amenizou as críticas ao dizer que durante os anos de governo do PT houve inúmeros avanços, como o aumento da renda e o combate à pobreza. Mas afirmou que quando tais avanços acontecem, é natural que a população exija ainda mais. No entanto, ele criticou a política de desoneração de carros e motocicletas promovida pelo governo Dilma Rousseff. “A gente desonera motocicleta, desonera carro, mas nós estamos fazendo o contrário do que deveríamos. Primeiro, priorizando aquilo que atende a todos, criando nas cidades mais ciclovias, faixas exclusivas para motocicletas, para ônibus, para táxi, e, num plano ou outro, o carro comum”, disse.
Cobrança
O senador cobrou ainda um posicionamento mais claro do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Na semana passada, Cardozo condenou as manifestações ocorridas em São Paulo. “Acho absurdo e não é assim que se vai conseguir qualquer reivindicação”, disse na quarta-feira (12).
No entanto, ele criticou, na sexta-feira (14), a atuação da Polícia Militar de São Paulo pela violência com que enfrentou os manifestantes na quinta-feira (15). “Pelo que vi houve excesso de violência da Polícia Militar de São Paulo e a prova mais cabal é que a Secretaria de Segurança Pública abriu sindicância para investigar e apurar. Antes, não foi feito isso. À primeira vista, me pareceu que houve uma violência sem justificativa. A violência é inaceitável, parta ela de qualquer lado que for. Na quarta-feira, critiquei os manifestantes que agiram com atos de vandalismo”, disse o ministro.
Manifestantes protestam em Brasília contra dinheiro gasto com Copa
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