O Estado de S. Paulo
Empreiteira admite ter comprado apartamento usado pelos Sarney
Quatro horas depois de o senador José Sarney (PMDB-AP) dizer ontem, no plenário, que o Estado havia publicado uma reportagem “irresponsável” e “sem provas” em sua edição de domingo, a empresa Holdenn Construções Assessoria e Consultoria Ltda. admitiu em nota a relação de favores com a família. A reportagem mostrou que a Holdenn negociou e pagou dois apartamentos usados pelo clã Sarney em São Paulo. Na nota, assinada pelo empresário e amigo da família Rogério Frota de Araújo, a empreiteira admite que comprou o apartamento nº 22 do edifício Solar de Vila América, na Alameda Franca, 1.581, nos Jardins. Diz que depois da compra, o imóvel “foi vendido ao senhor José Sarney Filho, mediante instrumento Particular de Promessa de Compra e Venda e outras Avenças”. O apartamento 22 foi comprado pela empreiteira depois de um contato inicial de José Adriano, neto de Sarney, com o proprietário do imóvel, o economista Felipe Jacques Gauer.
Em negócio, Frota usou nome do peemedebista
O empresário Rogério Frota de Araújo, 51 anos, apresentou-se como “amigo de Sarney” em outro negócio de uma usina termoelétrica que tentou vender no município de Cachoeiro de Itapemirim (ES). Sua empresa, a Holdenn Construções, Assessoria e Consultoria Ltda, ex-Aracati, tem como principal ramo de atuação o setor elétrico, sobre o qual o clã Sarney exerce forte influência. Como revelou o Estado, duas das usinas que a Holdenn conseguiu aprovar no Tocantins foram vendidas logo após a obtenção das autorizações oficiais. Com a parte burocrática resolvida, cada projeto de usina termoelétrica de médio porte, como as da Holdenn, chega a valer no mercado R$ 15 milhões. Em janeiro de 2008, Frota visitou Cachoeiro do Itapemirim. Estava interessado em instalar uma termoelétrica na cidade. Procurou o então prefeito Roberto Valadão (PMDB), em busca de facilidades para a execução do projeto. “Ele disse que é muito amigo do Sarney. A Prefeitura de Cachoeiro é credenciada pelo governo estadual para emitir licenças ambientais e ele estava interessado em agilizar o processo”, conta Valadão.
Senador ataca ”Estado” e diz que não deve explicações
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), acusou ontem o Estado de estar empenhado em uma “campanha sistemática” e de adotar “uma prática nazista” contra ele ao informar, na edição de domingo, que uma empreiteira pagou por dois imóveis usados pela família em São Paulo. Apesar da indignação, nem o senador nem o filho, o deputado Zequinha Sarney (PV-MA), explicaram ontem a relação da família com a empreiteira Aracati/Holdenn Construções e quem comprou os apartamentos 22 e 32 do Solar de Vila América, em um prédio na Alameda Franca (Jardins). Em um discurso de 14 minutos, Sarney disse que o Estado deixou de ser um jornal respeitado e passou a ser “um tabloide londrino, daqueles que buscam escândalos para vender”. Com base no artigo 5º da Constituição, que garante o direito à privacidade, o senador disse que nem ele nem os colegas senadores devem explicações “sobre compra de qualquer coisa que usem na vida”. Foi a quarta vez, desde que estourou a crise dos atos secretos, que Sarney usou a tribuna do Senado para se defender e rebater suspeitas e acusações – como o desvio de recursos públicos pela Fundação Sarney, que funciona em São Luís e recebeu R$ 1,3 milhão da Petrobrás.
Simon compara momento do Senado ao ”inferno” e pede saída de Sarney
Foi negativo o efeito colateral provocado no plenário do Senado pelo discurso do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), afirmando que sofre uma “campanha nazista” para se afastar do cargo. Parlamentares voltaram a defender o afastamento do peemedebista, o acusaram de temer as investigações e compararam o Senado ao “inferno”. “Eu diria que nós estamos vivendo momento em que esta Casa é pior do que o inferno. Sem morrermos estamos vivendo o inferno aqui, no Senado, pelo deboche, pela ridicularização”, disse o senador Pedro Simon (PMDB-RS). Da tribuna, Simon pediu a saída de Sarney da presidência e defendeu que o Conselho de Ética investigue todas as acusações contra o colega, inclusive as relações com a empreiteira Holdenn, ex-Aracati, proprietária de dois apartamentos usados pelo clã Sarney, em São Paulo, como o Estado revelou no domingo.
Lula desafia ex-secretária a provar encontro com Dilma
Pressionada pela oposição, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, foi socorrida ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula desafiou a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira a mostrar sua agenda e provar o encontro com a ministra da Casa Civil na qual as duas teriam conversado sobre as investigações envolvendo o presidente do Senado, José Sarney. Em entrevista ao fim de um encontro com o presidente do México, Felipe Calderón, Lula afirmou que seria “simples e fácil” se Lina apresentasse sua agenda. Ela vai prestar depoimento hoje na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e a oposição já tem pronto requerimento para pedir acareação dela com a ministra.
Clã Sarney proíbe jornal do MA de divulgar dados
O juiz Nemias Nunes Carvalho, da 2ª Vara Cível de São Luís, no Maranhão, obrigou o Jornal Pequeno, notório opositor do sarneysismo no Estado, a retirar de seu site reportagem publicada dia 8 de março deste ano com dados da Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, envolvendo Fernando Sarney, filho do presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP). A liminar concedida pelo magistrado, no dia 17 de julho, tem teor semelhante à que censurou o Estado no último dia 30. Caso o Jornal Pequeno não respeite a decisão, tomará multa de R$ 3 mil por dia em favor de Fernando Sarney. “Nós já recorremos da medida. Assim como no caso do Estadão, consideramos um atentado à liberdade de imprensa, que o Jornal Pequeno já sofre há muito tempo”, afirmou Oswaldo Viviani, editor do diário.
TCU deve investigar dono do castelo
O procurador do Tribunal de Contas da União Marinus Marsico vai pedir a abertura de um processo contra o deputado Edmar Moreira (sem partido-MG) no TCU. Ele quer que o parlamentar seja investigado formalmente pelo mau uso da verba indenizatória. Moreira é acusado de usar R$ 260 mil dessa ajuda extra em empresas de segurança de sua propriedade. Foi absolvido no dia 16 de julho pelo Conselho de Ética da Câmara. Para o procurador, a falta de penalidade na Casa legislativa não impede que ele sofra punição por parte do TCU. “É fato público que ele agiu em desconformidade com a moralidade. Se for comprovada a irregularidade, queremos que ele ressarça o prejuízo aos cofres públicos”, diz Marsico, que pretende protocolar a representação contra o deputado na próxima segunda-feira. Edmar Moreira ficou conhecido por ter um castelo de R$ 25 milhões. Ele acabou perdendo o cargo de corregedor da Câmara após o escândalo. Por 9 votos a 3, o Conselho de Ética aprovou a recomendação do deputado Sérgio Brito (PDT-BA) a favor do arquivamento.
Procuradores devem desculpas ao País, diz presidente do STF
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, cobrou ontem uma retratação do Ministério Público perante o País pelo que considera excessos e erros praticados por promotores de Justiça e procuradores da República. “Que peçam desculpas, que digam que usaram e até indenizem o Estado por terem usado indevidamente força de trabalho paga pelo poder público, paga pela sociedade, para fins partidários”, declarou o ministro, em São Paulo. Mendes atacou o Ministério Público ao ser indagado sobre a legitimidade da instituição em propor perante a primeira instância judicial uma ação de improbidade contra a governadora Yeda Crusius, do Rio Grande do Sul, pedindo seu afastamento do cargo.
Lei de acesso pode revelar gastos sigilosos da Presidência
Os gastos secretos com cartões corporativos podem vir a público com a nova lei de acesso à informação, encaminhada em maio pelo governo ao Congresso. Nos casos em que o segredo visa a preservar a segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente José Alencar, os dados deverão ser abertos assim que terminarem os mandatos, ao fim de 2010. Outras despesas, como os gastos feitos em operações de inteligência, poderão ser classificadas no mais alto grau de sigilo. Levantamento publicado ontem pelo Estado mostrou que os gastos sigilosos com cartões corporativos representam 44,95% do total das despesas nessa modalidade. Até julho de 2009, de um total de R$ 34.975.225,45 com despesas de cartões corporativos, R$ 15.721.590,91 têm seu conteúdo protegido por lei. Esse porcentual chega próximo da metade de tudo o que é gasto com cartão no governo.
Folha de S. Paulo
Lula desafia ex-secretária da Receita a mostrar sua agenda
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desafiou a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira a mostrar sua agenda como forma de provar que se encontrou no final do ano passado a sós com a ministra Dilma Rousseff, na Casa Civil. Segundo Lina, a ministra teria lhe pedido para concluir rapidamente uma investigação que o fisco fazia nas empresas da família de José Sarney (PMDB-AP). Dilma nega que o encontro tenha ocorrido.
“Qual a razão que essa secretária tinha para dizer que conversou com a Dilma e não mostrar a agenda? Dilma já disse que não tem agenda com ela. Só tem um jeito: abrir a mala em que ela levou a agenda e mostrar a agenda para todo mundo”, disse o presidente.
Agenda de Dilma não inclui todos os compromissos
Apesar dos apelos do presidente Lula para que a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira apresente os registros do encontro com Dilma Rousseff (Casa Civil), a própria agenda oficial da ministra não traz todos os seus compromissos. A Folha levantou situações que não estão registradas na agenda oficial de Dilma disponível no site da Casa Civil. Ao rebater as declarações da ex-secretária, Dilma já afirmara, por meio da assessoria, que a sua agenda é a que está na internet e que não mantém uma paralela. Sobre as diferenças levantadas pela Folha, a assessoria não respondeu.
Sarney se defende, ataca jornal e dá recados
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), foi ontem ao plenário da Casa se defender de novas acusações, mandou recados para senadores da oposição e atacou o jornal “O Estado de S. Paulo”. O jornal publicou anteontem reportagem afirmando que uma empreiteira pagou para a família Sarney dois imóveis em área nobre de São Paulo. “É com grande tristeza que eu vejo o “Estado” hoje, depois de uma decadência financeira que o levou a terceirizar a sua administração, terceirizar a sua redação e terceirizar também a sua consciência e a sua respeitabilidade”, disse em discurso improvisado de 14 minutos. Sarney nega irregularidades e afirma que um dos imóveis foi comprado por ele em 1977, para hospedar seus filhos, à época estudantes universitários. Diz que o outro foi adquirido por um de seus filhos, o deputado federal Zequinha Sarney (PV-MA). O deputado alega que está pagando o imóvel parcelado à empreiteira Aracati, dona do apartamento, e mostrou declaração de seu Imposto de Renda. A empresa Holdenn Construções também repudiou, em nota, as acusações de favorecimento e afirmou que vendeu o apartamento a Sarney Filho.
FGV deve pedir corte de 2.600 comissionados
Com a previsão de cortes em cargos comissionados, o relatório da reforma administrativa do Senado será apresentado hoje pela FGV (Fundação Getulio Vargas). A Folha apurou que o diretor-geral, Haroldo Tajra, disse ontem a chefes de gabinete que o número atual de 3.000 FCs (Funções Comissionadas) cairá para 400. Em maio, a FGV apresentou relatório preliminar com a redução das diretorias. Hoje no Senado concursados que exercem cargo de chefia têm direito a adicional salarial que varia entre R$ 1.320,96 e R$ 2.476,81.
Ministério deu alvarás a doadora de fundação
Principal fonte de recursos da Fundação José Sarney em 2007, a empresa KKW do Brasil, representante de uma “offshore” (firma no exterior) com sede em paraíso fiscal, recebeu do governo federal no ano seguinte (2008) autorização para busca por jazidas minerais. As licenças foram dadas por órgão do Ministério de Minas e Energia, pasta controlada por aliados do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). No cadastro da KKW na Receita Federal, a mineração não consta das atividades desenvolvidas pela empresa. Porém, ela recebeu 43 alvarás de pesquisa de bauxita e manganês em Mato Grosso e no Maranhão, berço político da família Sarney. As licenças abrangem ao menos uma área de 72 mil hectares (o equivalente a cerca de 72 mil campos de futebol). Como revelou a Folha no último sábado, a KKW tem como sócio oculto o ex-senador Gilberto Miranda (do antigo PFL), de quem Sarney foi padrinho de casamento em 2007.
Oposição afirma que governo barra acesso a dados sigilosos
A oposição reclamou ontem que o acesso ao material sigiloso que chegou à CPI da Petrobras, que reúne dados da estatal e da Receita Federal, está sendo negado até mesmo aos senadores. Integrantes do DEM e do PSDB prometem contestar também a estratégia dos governistas de colher depoimentos como o da cúpula da Agência Nacional de Petróleo, marcado para a tarde de hoje, antes de a comissão receber inquéritos policiais e pedidos de informações solicitados sobre o suposto esquema de desvio de royalties de petróleo e pagamento irregular a usineiros de etanol.
Temer minimiza má imagem do Congresso em pesquisa
O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), defendeu ontem o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e minimizou a má imagem do Poder Legislativo apontada em pesquisa do Datafolha. Na pesquisa, o Congresso foi avaliado como ruim ou péssimo por 44% dos entrevistados. Sobre as denúncias envolvendo Sarney, 74% disseram que ele deve sair da Presidência do Senado. Temer disse que, “se o presidente Sarney deixasse a Presidência do Senado agora, em nada acrescentaria”: “Isto só vai criar um clima institucional muito ruim”.
PSDB aposta que Lula vai manter Ciro na sucessão
Os petistas negam. Mas o comando do PSDB aposta que, mantido o principal cenário da última pesquisa Datafolha, o governo federal apoiará a candidatura do ex-ministro Ciro Gomes (PSB-CE) para impedir que a disputa presidencial seja encerrada no primeiro turno. A mais recente pesquisa Datafolha mostra que a permanência de Ciro na disputa levaria a eleição para o segundo turno: José Serra (PSDB) tem 37%, Dilma Rousseff (PT) aparece com 16%, empatada com Ciro, com 15%, e Heloísa Helena (PSOL) vem em seguida com 12%. Sem Ciro, Dilma sobe para 19%, mas Serra vai a 44%, o que o aproxima de vitória no primeiro turno no ano que vem. Embora aliados do governador Serra duvidem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva venha a apoiar um candidato com perfil mais crítico ao governo, o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), disse acreditar no lançamento de Ciro para deter a vitória dos tucanos no primeiro turno.
Serra diz que propaganda do PT é “enganosa”
A campanha nem sequer começou. A disputa entre tucanos e petistas por números, sim. O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), chamou ontem de “extremamente enganosa” a propaganda em que o PT afirma haver investimento “pesado” do governo federal no metrô do Estado.
“Você pode procurar. Não vai encontrar R$ 100 bilhões em obras nem aqui nem em nenhum lugar do Brasil.” Segundo Serra, “essa não é uma propaganda do governo federal”. “É uma propaganda político-partidária. Faz parte da disputa eleitoral.”
Pesquisa não influencia candidatura, diz Marina
A senadora Marina Silva (PT-AC) reiterou ontem que os seus 3% de intenções de voto apontados pela pesquisa Datafolha não influenciam em sua decisão de se lançar candidata à Presidência pelo PV. “O resultado dessa reflexão não está subordinado às pesquisas, mesmo que tivesse apenas um traço”, disse a senadora, que anuncia nos próximos dias a resposta ao convite feito pelo PV. Marina Silva lembrou que também começou com 3% nas pesquisas de intenções de voto quando disputou o primeiro mandato ao Senado, em 1994. Ela observou que a pesquisa Datafolha expressa “a realidade de quem nunca se expôs” entre os candidatos ao Planalto. “Estou tranquila”, insistiu.
Promotoria diz não se “intimidar” pela Igreja Universal
O procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Fernando Grella Vieira, divulgou ontem uma nota em que afirma que o Ministério Público Estadual “em hipótese alguma se deixará intimidar em razão de distorções dos fatos e das insinuações perpetradas por quem quer que seja”.
A nota foi motivada pelo programa “Repórter Record”, que foi ao ar no domingo e atacou Roberto Porto, um dos quatro promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) que fizeram a denúncia contra o bispo Edir Macedo, fundador da Iurd (Igreja Universal do Reino de Deus), e mais nove pessoas. A Justiça abriu ação criminal contra eles.
MST alivia pauta de reivindicação feita ao governo
Depois de marchar pela Esplanada dos Ministérios, invadir o Ministério da Fazenda e montar acampamento com 3.000 pessoas no centro de Brasília, o MST decidiu relaxar a pauta de reivindicações que deve ser respondida hoje pelo governo. O principal recuo está no número de assentados neste ano. No início da semana passada, os sem-terra cobravam atendimento de 90 mil famílias. Em conversas com o governo, reduziu para 20 mil.
Não admitida publicamente por conta das explicações que teria de dar às bases acampadas em 24 Estados, a nova estratégia visa se adaptar à realidade do governo, que informou que, no melhor dos cenários, conseguirá assentar em 2009 um total de 8.500 famílias do MST.
Justiça manda soltar suspeitos de fraudar PAC
O TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região concedeu habeas corpus libertando 5 dos 11 presos pela Polícia Federal na semana passada sob suspeita de envolvimento em fraudes nas licitações do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) em Cuiabá e Várzea Grande (MT).
Sem achar nada, acaba 1ª fase de buscas no Araguaia
A primeira etapa das buscas na região do Araguaia termina hoje sem a descoberta de nenhuma das ossadas de guerrilheiros desaparecidos na selva amazônica há quase 40 anos. Até ontem, o governo já gastara R$ 1,1 milhão com os trabalhos da comissão mista de civis e militares responsável pelas buscas. Mais R$ 1 milhão deverá ser gasto até 31 de outubro, data prevista para o encerramento da procura.
Correio Braziliense
Pressão contra o controle externo
Disputa por poder, tentativa de políticos de exercerem algum tipo de influência nos órgãos fiscalizadores e resistência desses mesmos órgãos em serem controlados. A soma dos interesses dos mais variados lados dão o tom do enredo que reflete a dificuldade da Câmara dos Deputados de aprovar a criação do Conselho dos Tribunais de Contas, cuja função primordial será fiscalizar e julgar os atos e a conduta dos tribunais de contas do país. Os capítulos com as divergências começam a tomar forma esta semana, quando um acordo entre os integrantes da comissão especial instalada para analisar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 28/2007 resultará em um pedido de vista do texto e reiniciará as negociações em torno do tema. O principal foco das controvérsias é o número de integrantes do conselho a ser criado. Os membros do Tribunal de Contas da União (TCU) não estão satisfeitos com a única vaga destinada à corte pelo substitutivo apresentado pelo relator Júlio Delgado (PSB-MG). De acordo com o texto apresentado pelo deputado, serão criados 11 cargos para serem distribuídos entre técnicos e auditores de estados e municípios, além de dois representantes do Congresso Nacional. Os integrantes do TCU, no entanto, fazem um lobby intenso para que as vagas sejam reduzidas para nove, e a corte ocupe pelo menos três delas.
A estratégia da intimidação
Intimidar e desqualificar. O governo pretende usar essas duas armas contra a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira, que prestará esclarecimentos hoje na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado sobre o suposto pedido feito pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para que “agilizasse” uma investigação sobre a família Sarney. Parlamentares aliados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à “mãe do PAC” tentarão colar em Lina a pecha de irresponsável, por acusar a ministra sem ter provas da alegada interferência indevida. Além disso, insinuarão que a ex-secretária se move pelo desejo de desforra, por ter sido demitida do comando do Fisco.
PMDB blinda Dilma, e PT absolve Sarney
Uma mão lava a outra. O ditado popular é a base do acordo que o PMDB oferece ao PT para manter a blindagem em favor de Dilma Rousseff hoje na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, durante o depoimento de Lina Vieira, ex-secretária da Receita Federal. Lina promete detalhar aos senadores como foi o encontro em que a ministra da Casa Civil teria lhe pedido para que terminasse logo as investigações sobre os negócios de Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Dilma nega que tenha recebido a secretária para tratar desse assunto. O PMDB estará a postos hoje para ajudar a fortalecer a posição da ministra. Isso, é claro, se sentir que o PT lhe dará lastro no Conselho de Ética da Casa, na reunião prevista para amanhã. Os petistas farão uma reunião hoje às 13h para discutir o comportamento no conselho.
Nova safra de atos secretos
Não há dimensão para a crise dos atos secretos no Senado. Os boletins administrativos de pessoal de 1997 dão indícios de que há mais decisões escondidas do que as cerca de 1.100 já reveladas. O Correio detectou a falta de pelo menos 105 atos administrativos do então diretor-geral Agaciel Maia naquele ano. Essa é a conclusão de uma pesquisa nas 1.594 publicações de 1997. Na edição de 14 de maio, por exemplo, o ato do diretor-geral 1.323 não existe. A publicação pula do 1.322 direto para o 1.324. Entre as edições de 26 e 27 de agosto, 96 atos simplesmente desaparecem. Os demais estão perdidos dentro dos mesmos boletins.
Pés fincados no PDT
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) descartou os planos de deixar o PDT depois de o ministro do Trabalho e presidente licenciado do partido, Carlos Lupi, ter lhe garantido que está mantido o projeto de disputar a reeleição ao senado pela legenda no ano que vem. Buarque ficou preocupado em ser jogado para escanteio e ficar sem mandato a partir de 2011. O receio fazia sentido. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva gostaria que o ex-governador do DF saísse do Senado e se candidatasse a uma vaga na Câmara. O recado foi dado ao ministro do Trabalho, que rejeitou a proposta. Ciente da articulação, Cristovam cogitou buscar partidos alternativos que lhe garantissem a disputa ao Senado.
O Globo
Lula desafia ex-secretária a mostrar a sua agenda
O presidente Lula desafiou a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira a mostrar sua agenda e provar que se encontrou com a ministra Dilma Rousseff. A ministra nega o encontro – no qual, segundo Lina, teria pedido pressa na investigação sobre as empresas da família Sarney. Para Lula, o debate sobre o caso empobrece a política, e o país tem assuntos mais sérios a tratar: “Seria tão mais simples, e tão mais fácil se a secretária mandasse a agenda em que ela se encontrou com a Dilma. Não precisaria nem gastar dinheiro, pagar passagem, nem ir ao Congresso.” Lina será ouvida hoje na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. A oposição quer uma acareação dela com Dilma – algo que o governo fará tudo para impedir. O Ministério da Fazenda informou que a secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, esteve várias vezes no prédio em novembro e dezembro de 2008 período do suposto encontro – para discutir programas de governo. O gabinete da Receita funciona no prédio da Fazenda.
Na CEF, crescem os empréstimos mas o lucro cai
A Caixa Econômica Federal fechou o primeiro semestre com lucro líquido de R$ 1,158 bilhão, numa queda de 54,5% em relação a junho de 2008. Mas a carteira de crédito avançou 56,1%, contra 19% da média de mercado.
Calderón rejeita ‘Plano Colômbia’ no México
No Brasil, o presidente Felipe Calderón descartou um Plano México, à semelhança do Plano Colômbia para o combate ao narcotráfico: “Não aceitamos intrusão ou atividade militar americana em nosso território”, disse ele ao GLOBO.
MP defende promotores que Record atacou
O Ministério Público de São Paulo reagiu aos ataques a promotores que investigam o fundador da Universal, Edir Macedo, e outras nove pessoas, feitos pela TV Record. Disse que não se intimidará e continuará investigando.
Triplica acesso no país a conta bancária
O Brasil tem 126 milhões de contas bancárias, mas a estimativa é que só metade (30% da população) tenha recursos para fazer pagamentos, transferências e aplicações. Em 1969, eram só 10%.
Jornal do Brasil
Empresas brasileiras são mais atraentes no exterior
As ações de empresas brasileiras atraíram mais negócios na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse) do que na Bovespa, segundo dados do presidente da Nyse, Duncan Niederauer. Em média, foram negociados por dia US$ 4 bilhões em 2008, contra US$ 2,7 bilhões registrados na Bolsa de Valores de São Paulo. Vale, Petrobras, Unibanco e Bradesco lideraram o ranking de papéis mais negociados em Nova York no ano passado. Em visita ao Brasil, Niederauer disse que o país faz parte de um pequeno grupo visto como importante parceiro estratégico – é o terceiro em empresas listadas na Nyse, atrás de Canadá e China. Ele credita essa condição às empresas brasileiras e ao maior potencial da economia brasileira.
Fiocruz produz nova multivacina
Anunciada pelo Jornal do Brasil no domingo, a nova vacina pediátrica contra meningite bacteriana, pneumonia, otite média, entre outras doenças, entrará no calendário nacional de vacinação.
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