O Estado de S. Paulo
Edital contraria versão do GSI sobre banco de dados
Edital que estipulou as características do sistema de segurança do Palácio do Planalto contradiz a versão oficial do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência. Segundo o edital, revelado pelo site Contas Abertas, os registros de acesso de pessoas e veículos ao Palácio do Planalto deveriam ser guardados em um banco de dados específico, com capacidade de armazenamento por um período “mínimo de seis meses”. A partir de então, os dados deveriam ser “transferidos definitivamente para uma unidade de backup”. De acordo com o edital de licitação, o banco de dados faz parte do Centro de Supervisão, que concentra “todos os servidores, matrizes de gravação, estações de operação e monitoramento, gravadores digitais, controles e equipamentos de recepção”. O GSI divulgou nota na semana passada informando que não tinha como fornecer imagens do circuito interno de vídeo da Casa Civil que poderiam comprovar o encontro da ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira com a ministra Dilma Rousseff. “Conforme as especificações do contrato relativo ao sistema de segurança, assinado em 2004, o período médio de armazenamento das imagens varia em torno de 30 dias”, informou a nota.
Ipea entra na guerra da Receita com dados a favor de Lina e contra Mantega
De dentro do próprio governo surgiu um aliado de peso para defender a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira, cuja gestão foi chamada de “ineficiente” pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou ontem um estudo mostrando que a queda da arrecadação de tributos no primeiro trimestre deste ano se deve à deterioração da economia brasileira e às desonerações adotadas pelo governo federal para minimizar os efeitos da crise econômica no País. No mês passado, Lina foi demitida do cargo de secretária da Receita Federal com a alegação de que o recolhimento de impostos estava caindo por conta da piora na fiscalização. Para se defender das críticas, na época, ela dizia que o recuo da arrecadação estava vinculado aos efeitos da crise econômica.
Mudança na fiscalização é ”balela”, afirma ministro
Depois de demonstrar desinteresse pela debandada de técnicos da alta hierarquia da Receita Federal, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, chamou ontem de “balela” a notícia de que o Fisco mudará os critérios de fiscalização dos grandes contribuintes e que, por isso, servidores ligados à gestão da ex-secretária Lina Vieira teriam entregado os cargos de confiança. Mantega viu no movimento uma ação para “encobrir a ineficiência” da gestão de Lina. Em sua primeira entrevista para falar sobre a crise institucional vivida pelo órgão, Mantega elevou o tom. “É uma balela dizer que nós não estamos fiscalizando os grandes contribuintes. Há mais de dez anos existe um programa de fiscalização de grandes contribuintes, que foi reforçado ao meu comando pela gestão anterior”, rebateu.
Nos Estados, pelo menos mais 39 demissões
Pelo menos 39 funcionários, entre auditores, delegados e delegados adjuntos da Receita deixaram os cargos ontem. Segundo o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco), a maior fatia – 24 funcionários – saiu de postos em São Paulo. O Rio Grande do Sul contabilizou 15 exonerações. Minas Gerais e os Estados no Nordeste não confirmaram saída de pessoal. “A partir do momento que o superintendente se afasta, os que o cercam também colocam o cargo à disposição”, explicou Pedro Delarue, presidente da Unafisco. “O novo superintendente agora vai ter o desafio de fazer reposição o mais rápido possível”, disse. Para o presidente da Unafisco-SP, Edison Staibano, a saída de pessoal em São Paulo “é um processo quase normal”. “Quando se altera a cúpula por decisão do governo, há mudança subsequentes de cargos de confiança.”
Para Itamar, Lula interfere mais que militares na Casa
Depois de reclamar do que chamou de “interferência indevida e violenta” do Executivo no Congresso Nacional, o ex-presidente da República Itamar Franco (PPS) afirmou ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “se diz muito democrata, mas foi menos que os militares, porque está interferindo”. “O Senado hoje é totalmente manipulado pelo presidente. Isso, no regime militar, não assistimos tão forte como se assiste hoje”, afirmou Itamar. Ele citou especificamente a “interferência” na CPI da Petrobrás. “Nem o regime militar me proibiu de ser presidente (de comissões). E o problema nuclear era, para o presidente Ernesto Geisel (1974-1979), tão interessante quanto sempre foi a Petrobrás. No entanto, o governo, àquela época militar, não nos exigiu a relatoria e eu, como senador da oposição, presidi a política nuclear, como presidi a comissão que examinou as eleições diretas.”
Supremo julga Palocci hoje e Planalto já faz plano para 2010
O governo espera que o Supremo Tribunal Federal (STF) abra hoje o caminho para a candidatura do deputado Antonio Palocci (PT-SP) ao governo de São Paulo nas eleições do próximo ano. A expectativa é de que a maioria dos ministros do STF rejeite um pedido do Ministério Público Federal para que seja aberta uma ação criminal contra o parlamentar. Palocci é acusado de envolvimento na operação de quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, o Nildo, e na divulgação indevida dessas informações. À época ele era ministro da Fazenda, cargo que perdeu em decorrência do episódio. A eventual absolvição do deputado beneficiará, também, o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso e o ex-assessor de imprensa do Ministério da Fazenda Marcelo Netto, os dois outros envolvidos no caso.
Caseiro vai comparecer à sessão
O caseiro Francenildo dos Santos Costa acompanha nesta tarde, no Supremo Tribunal Federal (STF), o julgamento da ação do Ministério Público pela abertura de processo penal contra o ex-ministro da Fazenda e atual deputado Antonio Palocci (PT-SP) pela quebra de seu sigilo bancário. Será a primeira vez que Nildo, como é conhecido, comparecerá ao STF. Nildo vai usar terno e gravata para a ocasião, também pela primeira vez. O traje exigido pelo tribunal foi providenciado por seu advogado. O Ministério Público considera crime o envolvimento do ex-ministro no vazamento das informações obtidas com a violação da conta bancária do caseiro na Caixa Econômica Federal. O fato ocorreu dias depois de ele ter desmentido Palocci, na entrevista ao Estado em que revelou o que acontecia na casa frequentada pelo ex-ministro e seus amigos de Ribeirão Preto.
Folha de S. Paulo
Lula repreende Mantega e exige “retomada” da Receita
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu uma bronca ontem no ministro da Fazenda, Guido Mantega, responsabilizando-o pela rebelião na Receita Federal. Determinou que retomasse o controle do órgão rapidamente e evitasse “bate-boca” com a ex-secretária da Receita Lina Vieira. O presidente disse a Mantega que ele errou ao demitir Lina sem ter um nome para substituí-la de imediato. Na visão do presidente, o vácuo de poder na Receita permitiu que funcionários ligados a Lina e que ocupavam funções de segundo escalão no órgão contestassem a autoridade do governo. Nas palavras de um auxiliar direto de Lula, Mantega deixou a tropa sem comando e aumentou a mágoa de Lina, surpreendida pela demissão em julho. Para o presidente, a inabilidade de Mantega resultou numa vingança contra o governo.
Discurso de Lina é demagógico, diz Everardo
Secretário da Receita Federal na gestão FHC (1995-2002), Everardo Maciel critica o discurso da secretária Lina Maria Vieira, demitida em julho. Maciel diz que a mudança no foco das fiscalizações para os grandes contribuintes é uma “cortina de fumaça” que encobre deficiências nas auditorias.
Contrato prevê que Planalto guarde fitas por mais de 6 meses
O edital de contratação da empresa Telemática Sistemas Inteligentes, responsável pela venda e instalação dos equipamentos de segurança no Palácio do Planalto, prevê que as gravações do circuito interno de TV sejam armazenadas por 30 dias, mas devendo ser apoiado por um sistema de backup, o que possibilita arquivar o que foi gravado por período maior.
O site “Contas Abertas”, que teve acesso ao contrato, diz que ele também determina que os registros de acesso de pessoas e carros ao prédio que abriga a Presidência da República e a Casa Civil sejam guardados em um banco de dados com capacidade de armazenamento por no mínimo seis meses. Semana passada, o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) divulgou uma nota informando que não havia mais imagens de novembro e dezembro de 2008, período em que a ex-secretária da Receita Federal Lina Maria Vieira diz ter se reunido com a ministra Dilma Rousseff, que nega o encontro.
Acordo com Vaticano é aprovado por deputados
Apesar do protesto de igrejas cristãs tradicionais, evangélicas e ateus, a Câmara aprovou ontem o acordo entre o Brasil e o Vaticano, assinado em novembro do ano passado pelo presidente Lula. Por causa das reclamações, a Casa também aprovou outro acordo, que estende os mesmos benefícios para todas as religiões. Os textos seguem para o Senado. No caso do acordo com o Vaticano, o documento trata de assuntos jurídicos, de ensino religioso público e de casamento, entre outros temas. O texto que beneficia as outras religiões foi votado por exigência dos evangélicos e teve como relator o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Apelidado de “Lei Geral das Religiões”, ele é idêntico ao acordo assinado com o Vaticano, mas o estende para todas as crenças religiosas. Ambos passaram por votações simbólicas.
“O meu cartão é branco, da paz”, diz Sarney a Virgílio
Um dia depois de receber cartão vermelho de Eduardo Suplicy (PT-SP), o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), pediu desculpas ao presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), por ter sugerido em uma entrevista que os tucanos teriam iniciado a crise na Casa. Em seguida, Sarney reforçou o pedido de trégua ao se dirigir a Arthur Virgílio (PSDB-AM). Sorrindo, disse: “O meu cartão é branco, o cartão da paz”, em alusão ao gesto de Suplicy anteontem.
Sarney quer deixar cassações com STF
Depois de defender o fechamento do Conselho de Ética do Senado, o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), elaborou uma emenda constitucional para transferir do Congresso para o STF (Supremo Tribunal Federal) a competência de cassar o mandato de congressistas. A proposta retira dos partidos políticos a possibilidade de ingressar com representação por quebra de decoro. O texto, a que a Folha teve acesso, altera a Constituição de forma que apenas as Mesas Diretoras da Câmara e do Senado, compostas por um grupo pequeno de congressistas, possam provocar o Supremo a abrir os processos.
Governo promete R$1 bi e deputados retomam votações
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, renovou ontem a promessa de agilizar o pagamento e o empenho (reserva de recursos no Orçamento) de emendas parlamentares, uma iniciativa para conter a rebelião dos partidos aliados. O compromisso surtiu efeito: deputados que foram recebidos por ele no ministério saíram da reunião dizendo que a paralisação dos trabalhos na Câmara teria fim. No final do dia, no plenário, eles votaram a medida provisória 464, que presta auxílio financeiro aos Estados e municípios com o objetivo de ajudar exportações no país.
“Eu cheguei aqui pessimista e saio otimista”, disse o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), após o encontro.
Petrobras amplia em 10 vezes patrocínios a entidades sindicais
A Petrobras ampliou em pelo menos dez vezes o número e o valor dos patrocínios para projetos de sindicatos e centrais que representam trabalhadores, entre 2000 e 2009. Os aumentos mais expressivos coincidem com o início dos mandatos do governo Lula, em especial com a chegada de sindicalistas para ocupar importantes cargos na estatal. Se comparados os números de 2002 e 2003, os valores dos patrocínios aumentaram mais de dez vezes: pularam de R$ 178 mil para R$ 2,4 milhões segundo planilha enviada pela Petrobras à CPI do Senado.
Decisão do Supremo sobre Palocci define rumos do PT
O PT torce hoje pela absolvição do ex-ministro e deputado federal Antonio Palocci no Supremo para transformá-lo em uma espécie de curinga com vista às eleições de 2010 e ao final da era Lula no Planalto. O Supremo agendou para a sessão de hoje a decisão sobre aceitar ou não a denúncia que acusa Palocci de ter participado da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa e da divulgação indevida desses dados. Em 2006, o caseiro revelou que Palocci frequentava uma casa em Brasília onde havia festas, negócios obscuros e partilha de dinheiro. À CPI dos Bingos, Palocci dissera nunca ter estado no local. O caseiro teve o sigilo violado pela Caixa Econômica Federal, subordinada à Fazenda, dois dias após ter desmentido o então ministro.
Se Palocci se livrar, denúncia vai para 1ª instância
Se confirmar a tendência de arquivar a denúncia contra o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci pela quebra de sigilo bancário de Francenildo Costa, o Supremo Tribunal Federal deverá remeter o caso à primeira instância da Justiça. A denúncia também envolve o jornalista Marcelo Netto e o ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso. Eles não têm foro no Supremo e são processados neste tribunal por causa de Palocci, que hoje é deputado federal. Se o ex-ministro for absolvido, não há motivos para que os dois virem réus e continuem a responder pelo caso no STF. O possível arquivamento da denúncia contra Palocci não deve livrar Netto e Mattoso. Os indícios contra os dois, segundo entendimento de ministros e assessores do Supremo, são mais “fortes” do que aqueles contra o deputado petista.
Cultura corta programação para passar discurso de Serra
Mantida com recursos do governo estadual, a TV Cultura interrompeu ontem, por três vezes, sua programação para exibição, ao vivo, do lançamento da Universidade Virtual do Estado de São Paulo, com destaque para a presença do governador José Serra (PSDB). Só o discurso de Serra consumiu quatro minutos e 11 segundos originalmente destinados ao programa “Viva Pitágoras”. Nos moldes das notícias apresentadas em caráter extraordinário, flashes invadiram a programação a partir das 13h. Sob o título “Jornal Cultura informa”, a primeira interrupção ocorreu durante o programa “Ao ponto” e mostrou a chegada de Serra e o momento em que a placa de inauguração do Espaço Univesp foi descerrada.
Blairo monta comitiva para ver obras da Copa do Mundo na África
Acompanhado de uma comitiva de 34 pessoas, o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), inicia na próxima segunda-feira uma visita oficial de cinco dias à África do Sul. O governo vai pagar as despesas de 22 integrantes da comitiva. O objetivo da viagem, segundo a assessoria de Blairo, é conhecer de perto “erros e acertos” do país na organização da Copa do Mundo de futebol de 2010. Cuiabá será uma das 12 sedes da competição em 2014.
CPI é instalada; oposição quer ouvir assessores de tucana
A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul instalou ontem a CPI para investigar o envolvimento da governadora Yeda Crusius (PSDB) e aliados com supostos atos de corrupção. Após a instalação, deputados protocolaram 11 requerimentos para serem votados na primeira sessão, na segunda-feira. A oposição já pediu a convocação de assessores próximos à governadora, do corretor de imóveis e do vendedor da casa de Yeda.
A suspeita é que ela teria usado dinheiro de caixa dois da campanha para comprar a casa onde mora, após vencer a eleição em 2006.
Itamar compara atuação de Lula a de militares
O ex-presidente Itamar Franco (PPS) afirmou ontem que o presidente Lula interfere mais no Legislativo do que o governo militar (1964-1985). Para ele, o petista é o “núcleo central” da crise do Senado.
Ele se referia à orientação que Lula deu ao PT para apoiar o arquivamento de denúncias contra José Sarney (PMDB). “O presidente se diz muito democrata, mas faz o mesmo que os militares”. Itamar disse que não será candidato em 2010.
Correio Braziliense
Sinais de riqueza
Pelo menos três servidores federais são investigados a cada mês por suspeita de enriquecimento ilícito. Somente em 2009, foram instauradas 18 sindicâncias para averiguar aumento patrimonial, sendo que 16 delas ocorreram depois do último mês de março. A maioria das suspeitas ocorre entre os funcionários da área social, setor que lidera o maior volume de apurações, com 42 dos 92 processos abertos desde 2005. As descobertas foram feitas por monitoramento de movimentações bancárias realizado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Fazenda, além de denúncias à Controladoria-Geral da União (CGU).
Ação contra o desgaste
Os senadores querem evitar o desgaste público de, em momento de crise, aprovar novo plano de cargos e salários para os servidores. Como revelou o Correio na edição de ontem, um projeto de lei foi elaborado pelo Conselho de Administração da Casa, sob a supervisão da Diretoria-Geral. A proposta seria apresentada hoje, às 10h, em reunião da Mesa Diretora, que validaria o projeto e daria início à tramitação. Mas, preocupados com a repercussão da matéria, membros da Mesa, incluindo o presidente José Sarney (PMDB-AP), recomendaram cautela com relação ao assunto e o debate ficou em suspenso. A proposta precisa ser apreciada com pressa, se os senadores quiserem que ela seja implementada ainda no ano que vem. Isso porque se não for incluída até o dia 31 de agosto no orçamento do Senado, fica fora da Lei Orçamentária Anual (LOA)(1), portanto sem destinação de verba para a execução. Por conta da proximidade do prazo, a equipe técnica deu prioridade à elaboração do projeto. A pressa, no entanto, acabou criando resistência entre os membros da Mesa. “Acho que o estudo foi feito de forma açodada. Os debates sobre o tema, a meu ver, não foram suficientes”, opinou o senador João Claudino (PTB-PI), segundo-secretário do Senado.
PMDB quer royalties
Na queda de braço para evitar a distribuição equânime de todos os recursos dos royalties (1)a serem arrecadados com a exploração de petróleo na camada pré-sal, o PMDB se prepara para ocupar todos os cargos-chaves sobre os projetos no Congresso de forma a proteger os estados produtores e já encontrou em parte dos petistas uma parceria nessa empreitada. “O conceito de royalties não pode ser alterado. Na hora em que flexibilizar no pré-sal, mais cedo ou mais tarde se flexibiliza a ideia dos royalties para toda a produção do Brasil. É abrir a porteira”, alerta o governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), que administra o quarto maior produtor de petróleo do país. “O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, precisa compreender urgentemente que o petróleo é subterrâneo, mas a discussão tem que se dar à luz do dia, envolvendo todos os estados produtores”, comenta o governador.
Vontade movida a R$ 1 bilhão
O jogo do toma lá dá cá da política brasileira teve mais um capítulo ontem. Sem conseguir liberar o dinheiro das emendas parlamentares, deputados ameaçaram boicotar votações de interesse do governo e não compareceram ao plenário da Câmara durante algumas sessões. A Medida Provisória 464/2009(1) e até a Lei Orçamentária para 2010 estavam sob a mira da greve parlamentar, já que integrantes da Comissão de Orçamento não tinham realizado qualquer reunião no segundo semestre. As ameaças só cessaram depois do aviso governista de que pretende liberar R$ 1 bilhão em emendas parlamentares individuais. O acordo veio depois de encontro entre os ministros Paulo Bernardo (Planejamento), José Múcio Monteiro (Relações Institucionais) e líderes da base aliada. Múcio antecipou ainda que o governo vai se empenhar para liberar outros R$ 1,8 bilhão em restos a pagar, referentes a recursos do orçamento de anos anteriores. As emendas de bancada, destinadas a obras de maior porte, não entraram na pauta de negociação. “É bom lembrar que no ano passado eram R$ 8 milhões para cada parlamentar e este ano são R$ 10 milhões”, ressaltou o ministro Paulo Bernardo, após encontro com o presidente Lula, na noite de terça-feira.
Virtualidade assusta
O Congresso está receoso em relação ao uso da internet na campanha eleitoral. O temor é de que surja uma espécie de Frankenstein vociferando propagandas negativas aos candidatos, com efeito contrário ao desejado. Por isso, a ordem dada no Senado é dar um passo de cada vez. Elaborar um plano que permita às autoridades medir resultados. Isso significa impor mais restrições e vetar o “libera geral”. Em relação ao texto aprovado na Câmara, o projeto do Senado permite propaganda eleitoral paga em sites de notícias e em serviços de busca. O texto dos deputados abria a possibilidade de uso indiscriminado da publicidade, desde que fosse gratuita. O do Senado foi considerado um avanço por especialistas em direito digital, mas o martelo ainda não está batido.
O Globo
Onda de demissões expõe guerra de grupos na Receita
A demissão coletiva na Receita Federal acentuou a guerra interna entre os aliados da ex-secretária Lina Vieira, o grupo dos ex-secretários Everardo Maciel e Jorge Rachid, e os antigos aliados do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Machado. Com isso, já chega a quase 60 o número de chefes de divisão, delegados e inspetores demissionários no órgão – 24 deles em São Paulo, onde a crise é mais grave. As exonerações, que podem aumentar nos próximos dias, já comprometem o trabalho do Fisco. “As demissões provocaram uma paralisação. Todos estão parados olhando, como se fossem jacarés, o que vai acontecer”, disse um ex-integrante da cúpula da Receita. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, chamou de balela a alegação dos demissionários de que os grandes contribuintes deixarão de ser fiscalizados. Segundo o ministro, é “desculpa para encobrir ineficiências”.
Edital contradiz explicações de general do Planalto
Apesar de o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência ter dito que as imagens feitas no Palácio do Planalto só são guardadas por 30 dias, o edital da licitação para contratação da empresa responsável pelo sistema de vigilância afirma que o banco de dados permite que os registros de entrada de pessoas sejam armazenados por pelo menos seis meses. O GSI alegara não haver mais imagens de dezembro, quando Lina Vieira e a ministra Dilma Rousseff teriam se encontrado.
‘É balela dizer que não estamos fiscalizando contribuintes’
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, mudou o tom irônico ao se referir à crise e à onda de demissões na Receita Federal – anteontem, ele se fizera de desentendido sobre o assunto. Ontem, ele acusou o grupo de funcionários que estão entregando seus cargos de chefia de ineficiente.
Para ele, é “balela” a alegação dos rebelados de que houve mudança no foco do Fisco em relação aos grandes contribuintes. Ele afirmou que as unidades da Receita estão funcionando dentro da normalidade e que quem fala em confusão está criando ideia falsa.
– É balela dizer que não estamos fiscalizando os grandes contribuintes. Há mais de dez anos existe um programa de fiscalização de grandes contribuintes que foi reforçado, sob $meu comando, pela gestão anterior (da ex-secretária Lina Vieira). Falei para reforçar a equipe de fiscalização do sistema financeiro que estava carente. O programa continua. Portanto, dizer que houve substituição é uma desculpa para encobrir ineficiências.
Ministro ameaça punir quem vazar informação
Refutando a informação de que há uma crise sem precedentes na Receita Federal, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a instituição está funcionando normalmente:
– Portanto, a Receita Federal está sim funcionando dentro da normalidade. Está se criando ideia inadequada, uma ideia falsa de que há confusão – disse.
O ministro da Fazenda frisou ainda que, se houver vazamento de informações sigilosas do Fisco pelo lado dos insatisfeitos, haverá punição severa.
– Se houver algum vazamento de informação sigilosa, todos serão responsabilizados. Nós sabemos que violar sigilo fiscal é um crime, que nem o ministro da Fazenda e nem qualquer funcionário pode cometer, senão será fortemente responsabilizado, com consequências severas – afirmou Mantega.
Gratificação para comissões no Senado acabará
A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou ontem projeto de resolução de Eduardo Suplicy (PT-SP) que acaba com a farra do pagamento de gratificações e vantagens para servidores efetivos ou comissionados que integrem qualquer uma das 71 comissões permanentes, temporárias ou especiais que funcionam hoje na Casa. A medida, que terá de ser aprovada pela Mesa Diretora, acaba com adicionais que variam de R$ 1.300 a R$ 2.600 por mês e vinham sendo pagos a cerca de 300 servidores. A Diretoria Geral não soube precisar os gastos com o pagamento dos adicionais. Ao longo dos anos, o número de comissões se multiplicou, e servidores disputavam a indicação para integrá-las de olho nos extras.
O último Kennedy
A morte do senador americano Edward Kennedy, aos 77 anos, anteontem à noite, encerra uma era nos EUA, marcada pela influência de uma poderosa dinastia, sinônimo de história, idealismo, carisma e tragédia. Patriarca do Senado, onde atuava há 47 anos, Ted Kennedy foi voz combatida contra ditaduras e denunciou no Congresso a tortura e os assassinatos políticos no Brasil.
Pré-sal: Planalto tenta última cartada
O governo federal considera equivocada a posição dos governadores de Rio e Espírito Santo de não comparecerem à cerimônia de lançamento do modelo do pré-sal no dia 31. José Serra, de São Paulo, não disse se irá. Segundo o Planalto, há outros 24 estados dispostos a disputar esses recursos. Mas Lula ainda vai ligar para Sérgio Cabral e Paulo Hartung.
Gripe tem mais mortos no Brasil
O Brasil é o primeiro do mundo em número absoluto de mortes por gripe suína, seguido pelos Estados Unidos (522) e Argentina (439). De acordo com levantamento do Ministério da Saúde, divulgado ontem, foram confirmados 557 óbitos no país.
Jornal do Brasil
Brasil é o maior do mundo. Na gripe
Com a confirmação pelo Ministério da Saúde de novos óbitos provocados pela gripe suína até o dia 22, o Brasil ultrapassou os EUA e se tornou o país com mais mortes pela doença no mundo. Mas, se levada em conta a taxa de mortalidade – relação entre óbitos e número de habitantes – o Brasil aparece em sétimo lugar, atrás de Argentina, Chile, Costa Rica, Uruguai, Austrália e Paraguai. Espera-se diminuição significativa de casos no verão, mesmo assim, o governo enviou ao Congresso medida provisória liberando R$ 2,1 bilhões para a compra de 73 milhões de doses da vacina e de 11,2 milhões de tratamentos, entre outros itens.
YouTube vai pagar pelos vídeos muito acessados
O YouTube, maior site de vídeos da web, vai dividir sua receita de publicidade com usuários que postarem os vídeos mais populares do site – de cães andando de skate a bebês dançando. Controlado pelo Google, o site ampliará seu programa de sócios para que indivíduos ganhem dinheiro com os vídeos qualificados, com base no número de exibições e compartilhamentos.
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