FOLHA DE S. PAULO
Dilma terá tempo de TV 35% maior que o de Serra
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, terá 40% do total do tempo de TV destinado à propaganda eleitoral dos postulantes ao Palácio do Planalto, que começa em 17 de agosto.
A fatia é 35% superior à que terá o tucano José Serra e representa fato inédito na história do PT -em nenhuma das cinco eleições presidenciais desde a redemocratização o partido ocupou o maior espaço na TV.
O predomínio se dá porque o PT e os partidos coligados a ele -com destaque para o PMDB- elegeram um maior número de deputados federais, principal critério estabelecido na lei para a definição do tempo de TV.
A situação da petista pode melhorar caso o DEM rompa com Serra e não confirme a aliança com os tucanos na convenção de amanhã, hipótese menos provável.
Se isso acontecer, Serra perde um terço do seu espaço previsto, que seria redistribuído a todos os candidatos. Dona da aliança mais robusta, Dilma herdaria 64% desse “espólio” e, assim, ficaria com o dobro do tempo de TV.
Mantida a aliança PSDB-DEM, entretanto, a petista terá praticamente 10 minutos de cada bloco de 25 minutos -serão exibidos duas vezes ao dia, às terças, quintas e sábados, de 17 de agosto a até três dias antes das eleições.
DEM não encomenda fotos de tucano para convenção
O DEM não encomendou fotos do candidato tucano José Serra para colocar em banners e cartazes na convenção do partido amanhã, em um hotel de Brasília.
É mais uma demonstração da insatisfação do partido com o papel de coadjuvante que lhe foi imposto na disputa presidencial pelo PSDB, que escolheu um vice tucano, o senador Alvaro Dias (PR), em detrimento de um democrata.
A convenção servirá para definir se haverá ou não coligação formal com o PSDB em torno do tucano. A Folha apurou que o partido encomendou painéis apenas com a logomarca da sigla.
Serra incluiu o encontro em sua agenda, mas ninguém no DEM arrisca confirmar a presença dele.
No final de semana, o tucano não foi à convenção do PPS, seu aliado de primeira hora, no Rio de Janeiro. Avisou já com o evento em curso que não compareceria porque estava cansado.
Verde não terá palanques em metade do país
Além de largar atrás nas pesquisas, a presidenciável Marina Silva (PV) pode disputar a eleição sem palanque em mais da metade dos Estados brasileiros.
A direção do partido constatou ontem que só conseguirá lançar de 12 a 15 candidatos a governador.
Isso contraria o plano de concorrer em todos os Estados à exceção de AC e RN -onde o PV apoia Tião Viana (PT) e Rosalba Ciarlini (DEM), respectivamente.
O PV tentou convencer mais filiados a concorrer, sem sucesso. Onde não lançar candidato, Marina perderá a chance de aparecer no horário eleitoral às terças, quintas e sábados.
Lula planeja manter papel internacional após governo
Em artigo publicado ontem no jornal britânico “Financial Times”, o presidente Lula revelou a intenção de manter sua atuação política internacional após o fim do seu segundo mandato, no próximo dia 31 de dezembro.
Lula, que repetidas vezes disse que vai continuar a fazer política no Brasil após a Presidência, afirmou que quer seguir atuando também em benefício de outros países, principalmente de América Latina, Caribe e África.
No final de maio, a Folha relatou que Lula havia começado articulações com outros líderes mundiais para definir seu futuro. O presidente gostaria de virar secretário-geral de uma renovada Organização das Nações Unidas ou de presidir o Banco Mundial.
Assessor de Lula acerta bolão e ganha cachaça de Alencar
O chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, ganhou o bolão da Presidência ao acertar o placar de 3 a 0 entre Brasil e Chile.
A ideia surgiu pela manhã, durante reunião da coordenação política do governo. Participaram da brincadeira o presidente Lula, ministros e assessores.
O prêmio foi uma garrafa da cachaça Maria da Cruz, que é produzida em uma fazenda do vice-presidente José Alencar.
Os palpites foram feitos em um papel escrito a mão e havia observação quanto ao prêmio: “Só falta avisá-lo [Alencar] desta demanda [a garrafa de cachaça]!”
Ministros do STF acham que Peluso errou
Na avaliação de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), o presidente Cezar Peluso cometeu um “erro político” ao propor modificar a súmula vinculante sobre o nepotismo logo após a Folha revelar a contratação de um casal para duas coordenadorias do tribunal.
Até ontem, Peluso não tinha enviado sua sugestão de nova redação para a regra aos colegas, e alguns deles acreditam que ele não irá enviar sua ideia pelo menos por enquanto.
Ao assumir a presidência, ele nomeou José Fernandes Nunes Martinez, servidor concursado da Polícia Civil de São Paulo, para chefiar a Coordenadoria de Segurança de Instalação e Transporte do STF, e sua mulher, Márcia Maria Rosado, que não é servidora pública, para a Coordenadoria de Processamento de Recursos.
Para isso, foi requisitado um parecer à assessoria jurídica do tribunal, obtido pela Folha, que considerou legal aquela contratação por não haver subordinação hierárquica entre o casal.
O ESTADO DE S. PAULO
Proposta ressuscita aposentadoria integral para juiz e procurador
Está pronta para ser votada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado uma proposta de emenda constitucional que ressuscita a aposentadoria integral para juízes, procuradores e defensores públicos, informa a repórter Edna Simão. O privilégio foi derrubado pela reforma da Previdência em 2003. De autoria do senador Eduardo Azeredo (PSDB), a PEC diz que, pela Constituição, os juízes não podem ter os “subsídios e proventos” reduzidos. Essa interpretação foi considerada um artifício por parlamentares e especialistas. Uma emenda já acatada pelo relator Marconi Perillo (PSDB) também garante o valor integral aos delegados de polícia.
Álvaro Dias alerta PSDB para riscos no Paraná
Indicado para a Vice-Presidência na chapa de José Serra, Álvaro Dias (PSDB) diz que será um “coadjuvante obediente”, caso eleito. Ele, no entanto, alerta: se seu nome, que enfrenta resistências no DEM, não for homologado, o senador Osmar Dias (PDT), seu irmão, disputará o governo do Paraná, o que contraria o projeto tucano.
Lula admite interesse em assumir posto no exterior
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu publicamente ontem, pela primeira vez, seu desejo de ocupar algum cargo na área internacional após o término de seu segundo mandato, no dia 1.º de janeiro. Em artigo divulgado pelo site do jornal britânico Financial Times, o mais prestigioso do mundo na área econômica, ele disse: “Após deixar a Presidência, quero continuar contribuindo para a melhoria da qualidade da vida da população. A nível internacional pretendo concentrar minha atenção em iniciativas que beneficiem países da América Latina e do Caribe e o continente africano.”
No parágrafo seguinte ele deixou seu projeto ainda mais explícito: “Quero levar adiante os esforços feitos pelo meu governo no sentido de criar um mundo multilateral e multipolar, livre da fome e da pobreza. Um mundo no qual a paz não seja uma utopia distante, mas uma possibilidade concreta.”
O projeto de Lula já foi abordado mais de uma vez pela imprensa, com informações de que estaria pretendendo um cargo na Organização das Nações Unidades (ONU) ou no Banco Mundial. Até agora, no entanto, ele não havia falado diretamente sobre o assunto.
Tucano tem mais votos do que Álvaro Dias no Paraná
A escolha do senador tucano Álvaro Dias como candidato a vice de José Serra (PSDB) é difícil de entender. Com 5,6% do eleitorado nacional, o Paraná é um dos três Estados onde Serra vai melhor nas pesquisas. Lá, provavelmente, ele tem mais votos do que seu virtual companheiro de chapa.
Em maio, Serra tinha 46% das intenções de voto no Paraná, segundo o Vox Populi. Osmar Dias (PDT), irmão do senador Álvaro, tinha 33% na disputa para governador. O curioso é que Osmar estava atrás do tucano que realmente tem votos no Paraná, Beto Richa. Eleito duas vezes prefeito de Curitiba, é o que se poderia chamar de “tucano histórico”, além de ser filho de um dos fundadores do partido, José Richa. Ou seja, não falta palanque forte para Serra no Paraná.
Dados de 2006 indicam exagero em cacife de vice
Ao justificar a escolha de Álvaro Dias como candidato a vice-presidente na chapa de José Serra, líderes do PSDB afirmaram que isso poderia dar ao candidato tucano uma vantagem de 2 milhões de votos sobre Dilma Rousseff (PT) no Paraná.
Para que a previsão se concretize, Serra precisaria abrir no Estado uma folga de cerca de 30 pontos porcentuais sobre a adversária, levando-se em conta o tamanho do eleitorado e as taxas históricas de abstenção. Segundo a última pesquisa Vox Populi, feita em maio, a vantagem do tucano entre os paranaenses era de 12 pontos (46% a 34%).
O cálculo dos tucanos leva em conta não apenas o eventual cacife eleitoral de Álvaro Dias, mas também o de seu irmão, Osmar Dias (PDT). Com Álvaro na chapa de Serra, Osmar desistiria de se candidatar ao governo, e Dilma ficaria sem o palanque pedetista no Estado.
Abramovay substitui Tuma Júnior
Com a missão de reestruturar a área de combate à lavagem de dinheiro, desmantelada há quase dois anos, o advogado Pedro Abramovay assumirá na próxima semana a Secretaria Nacional de Justiça, em substituição ao delegado Romeu Tuma Júnior ? demitido em 15 de junho por suspeita de envolvimento com um dos chefes da máfia chinesa em São Paulo.
Levado ao governo por Márcio Thomaz Bastos, Abramovay, de 29 anos, teve de recusar o convite para executivo do Escritório da ONU para o Combate ao Crime e Drogas, ao qual fora indicado pelo Planalto.
O advogado recebeu do ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, carta branca para promover a reestruturação da secretaria e reformar o Departamento Nacional de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), estratégico no combate à lavagem de dinheiro.
No ‘Roda Viva’, Dilma nega ser ‘um poste’
A interferência de Luiz Inácio Lula da Silva num eventual governo de Dilma Rousseff se limitará ao aconselhamento de um ex-presidente, afirmou, categórica, a candidata do PT à Presidência, ontem, no programa Roda Viva, da TV Cultura.
Sem o figurino vermelho que ostentou na convenção petista que a lançou oficialmente há poucas semanas, a candidata, vestida de azul, disse que o apadrinhamento de Lula à sua candidatura não a transforma “num poste”. Se eleita, ela disse que espera a ajuda de Lula “para aprovar reformas importantes” – tendo destacado desonerações tributárias e a reforma política.
O GLOBO
TRE manda Rosinha sair já e mantém Garotinho inelegível
A uma semana do começo oficial da campanha, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio rejeitou ontem recurso do ex-governador Anthony Garotinho e, por unanimidade, o manteve inelegível por três anos, a contar das eleições de 2008, por abuso de poder econômico. Na mesma decisão, o TRE determinou o afastamento imediato de Rosinha Garotinho e do vice dela da prefeitura de Campos. O presidente da Câmara de Vereadores; Nelson Nahim, irmão de Garotinho, assumirá o cargo até a realização de novas eleições. Garotinho, que pretende disputar o governo do Rio pelo PR – o prazo legal para a realização de convenções acaba amanhã -, já recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo a suspensão da decisão do TRE. Em nota, Garotinho se disse confiante; em seu blog, afirmou que o julgamento foi político. Rosinha, segundo sua assessoria, vai esperar ser notificada pela Justiça Eleitoral para deixar o cargo. Comandado pela vereadora Clarissa Garotinho (PR), um grupo de manifestantes pro testou no Centro e chegou a fechar duas faixas da Avenida Antônio Carlos.
Nahim, irmão de Garotinho, deve assumir
A saída da prefeita de Campos, Rosinha Garotinho (PR), e de seu vice, Arthur de Souza Oliveira, poderá levar ao comando da prefeitura um dos três irmãos de Anthony Garotinho: o presidente da Câmara dos Vereadores do município, Nelson Nahim (PR). É ele que terá de assumir a prefeitura, a não ser que recuse o cargo porque pretende disputar uma vaga de deputado estadual. Se assumir, ele ficará impedido de concorrer às eleições este ano. Ontem, Nahim não foi encontrado.
Ontem, na cidade, um pequeno grupo de simpatizantes de Rosinha fez rápida manifestação em frente à Prefeitura. A cidade, que desde as eleições de 2004 vive um conturbado período de cassação de prefeitos, viveu ontem novamente o clima de incerteza.
Serra diz crer ‘numa boa solução’ que acabe com crise em sua aliança
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, afirmou ontem que acredita num bom entendimento entre os partidos que integram sua aliança na escolha do vice. O tucano foi evasivo ao comentar a crise criada com o DEM, após o anúncio de que o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) deverá ser seu companheiro de chapa:
– Vamos ter bom entendimento a esse respeito. É normal em política, em certas situações, criar… que apareça alguma dificuldade. Mas não vai ter problema. Vamos ter uma boa solução – disse Serra, no intervalo do jogo entre Brasil e Chile.
Serra assistiu à partida no estádio do Santos Futebol Clube, no litoral de São Paulo, ao lado do candidato do PSDB ao governo do estado, Geraldo Alckmin.
Perguntado sobre como será contornada a crise, encerrou o assunto:
– É só o que vou falar. Eu quero falar de futebol. Vai resolver tudo, não se preocupem.
Dilma: Lula será conselheiro de reformas
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse ontem que pretende, se eleita, ter Luiz Inácio Lula da Silva a seu lado como conselheiro e condutor das reformas tributária e política. Em entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, a petista fez questão de pontuar as diferenças com seus adversários tucanos e rebatê-los, mas chegou a reconhecer a possibilidade de uma aproximação com o PSDB, caso a sigla deixe de ser uma “oposição raivosa” e com pretenção de “destabilização do governo”.
– Vou querer que o presidente me ajude a aprovar reformas importantes, que participe com seus conselhos – disse, afirmando que Lula terá discernimento para não fazer qualquer “interferência”.
Dilma negou ser um “poste”.
– Nos últimos cinco anos e meio, coordenei todos os programas do governo Lula, que tem 76% de aprovação. Concordo, eu não tenho experiência eleitoral. Penso se isso não é uma vantagem em um quadro em que existe tanto desgaste da atuação política.
CNJ quer lista de condenados no país
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai recomendar hoje, em sessão plenária, que os tribunais de Justiça de todo o país encaminhem aos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) a relação de pessoas condenadas. O objetivo é facilitar o cumprimento da Lei da Ficha Limpa. De acordo com a nova lei, políticos condenados pela Justiça em decisão colegiada, mesmo em processos não concluídos e anteriores à sanção da lei no início de junho, não podem concorrer nas eleições de outubro.
No parecer, que sustenta o pedido que será remetido aos tribunais estaduais, o presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cezar Peluso, disse que a lista é importante para que a Justiça Eleitoral possa “tipificar os casos de inelegibilidade”, além de assegurar a “dignidade” do processo eleitoral. O CNJ ainda não informou o prazo nem as regras que serão estabelecidas para que os tribunais apresentem a relação de nomes.
Como Dilma, Marina desiste de ir a debate da CNA
A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, decidiu não participar de encontro entre os presidenciáveis a ser promovido pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA), na quinta-feira, em Brasília. Marina já teve embates com ruralistas por questões ambientais, mas em entrevista recente à Globonews disse ser “a solução para o agronegócio” no país. A CNA é presidida pela senadora Kátia Abreu (TO), do DEM, partido da aliança do tucano José Serra. Dilma Rousseff (PT) também já tinha avisado que não participará; Serra confirmou presença.
Ontem à noite, em nota, a CNA informou que o coordenador da campanha de Marina, João Paulo Capobianco, avisou sobre a recusa da ex-ministra. À tarde, em Santos, ela dissera que só iria se as regras mudassem:
CORREIO BRAZILIENSE
Servidor é nomeado até sábado ou em 2011
Não apenas os políticos estão atentos ao calendário eleitoral. Os aprovados em concurso público têm uma semana de expectativa por causa da legislação, que só autoriza nomeação de servidores até o próximo sábado, dia 3, três meses antes das eleições. A exceção são os cargos no Poder Judiciário, no Ministério Público, nos Tribunais ou Conselhos de Contas e nos órgãos da Presidência da República. O clima na Esplanada é de precaução. “Há um excesso de cautela por causa da disputa eleitoral. O governo vai deixar tudo para o ano que vem”, revelou ao Correio um técnico especialista em concurso público. Em 2011, aumentam as chances para os concurseiros: 48 seleções públicas vão oferecer 10,8 mil vagas.
Aliança em cacos
A um dia do prazo final para as convenções partidárias, o DEM e o PSDB ainda não entraram em acordo sobre o vice do presidenciável José Serra (PSDB). Até o início da noite de ontem, o partido aliado batia o pé. Queria indicar o nome, sob ameaça de abandonar a coligação. O PSDB insistia no senador tucano Álvaro Dias, do Paraná. A confusão poderá gerar prejuízo de 2 minutos e 9 segundos no tempo de cada inserção de televisão durante a propaganda eleitoral gratuita, caso o DEM abandone o barco. Nesse caso, o espaço para Serra apresentar propostas seria de quase cinco minutos por inserção. Nas pesquisas, o tucano está atrás da candidata do PT, Dilma Rousseff, que terá, levando em conta as parcerias atuais, oito minutos à disposição.
O assessor sob suspeita
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), convidado para ser o vice de José Serra (PSDB) na disputa presidencial, abriga em seu escritório de apoio no Paraná funcionário lotado no gabinete, mas que dá expediente no Partido da República (PR) do estado. A exemplo do que acontece no gabinete do senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), que manteria em seu escritório de apoio funcionários suspeitos de serem fantasmas, o servidor Adilson Bernert não trabalha as 40 horas semanais determinadas pela diretoria-geral do Senado.
Lotado como motorista, o assessor de Álvaro Dias foi encontrado pelo Correio na sede do PR, no estado. No escritório de apoio, a atendente informa que Bernert não é motorista, mas um “assessor normal” e que vai “às vezes” ao local e poderia ser localizado pelo celular. O próprio senador confirma que o assessor não trabalha no gabinete. “Ele é nomeado como motorista e cumpre a função de motorista. É contador, também, cumpre horário e depois realiza seus trabalhos”, afirma o senador. “Eu estou em Brasília, então ele não tem função. Ele tem essa liberdade de trabalhar. Ele se apresenta (no escritório de apoio) e, não tendo trabalho no momento, é liberado”, explicou Álvaro Dias.
Marina “paz e amor”
A senadora Marina Silva inaugurou ontem uma nova fase na campanha à Presidência da República. Em palestra para estudantes na Universidade Católica de Santos (UniSantos), Marina tinha como tema Meio Ambiente e Educação. Mas, em seu discurso, a senadora adotou o caminho dos afagos ao governo do presidente Lula e tentou descolar sua imagem da ex-ministra chefe da Casa Civil Dilma Rousseff. Cerca de 200 pessoas acompanharam as palavras da candidata.
A mudança, aparentemente de ordem estratégica, teria sido resultado de uma reunião no fim de semana. Partidários envolvidos na campanha teriam identificado que a estagnação de Marina abaixo dos 10% nas pesquisas que medem os índices de intenção de voto estaria relacionada à identificação do eleitorado da candidata como oposição ao presidente Lula, dono de um índice de aprovação recorde entre a população.
Eleição no DF: PPS vai de Agnelo à revelia de Roberto Freire
Em convenção regional, o PPS decidiu ontem seguir na chapa encabeçada pelo petista Agnelo Queiroz. Um dos partidos mais próximos do ex-governador José Roberto Arruda em 2006, a legenda quer integrar a coligação do PT, PMDB, PSB, PDT, PCdoB, PRB e PRP como estratégia para tentar facilitar a reeleição do deputado federal Augusto Carvalho e emplacar mais distritais. A posição local, no entanto, pode não durar muito tempo. O presidente nacional do partido, Roberto Freire, discorda do apoio ao petista por significar uma ajuda à candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff.
Freire teme que o tempo de televisão do PPS no Distrito Federal seja usado por Dilma contra o tucano José Serra, o concorrente que a legenda apoia na disputa nacional. “Augusto Carvalho é uma das figuras mais importantes do PPS, mas o partido não é pura e simplesmente Augusto”, afirmou Freire. O caso será levado hoje à direção nacional e a expectativa é de que uma intervenção nacional anule a convenção regional. O comando local não deve se conformar com uma imposição da cúpula e deve acionar a Justiça numa briga que deve se estender pelos próximos dias. “O PT sempre foi nosso adversário. Apoiamos Lula em 2002 e consideramos que ele fraudou nossas expectativas. Por isso, tenho recebido muitas manifestações de estranheza no PPS sobre a possível aliança com o PT no Distrito Federal”, disse Freire.
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