Folha de S. Paulo
Lula amplia Bolsa Família e merenda escolar gratuita
No dia em que reuniu os governadores do Norte e Nordeste, as regiões mais pobres do país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou duas medidas que custarão mais R$ 871 milhões por ano ao erário. O Bolsa Família e a merenda escolar foram ampliados, medidas que a oposição julga eleitoreiras e que foram divulgadas um dia após o governo cortar R$ 37 bilhões do Orçamento. O Bolsa Família atenderá mais 1,3 milhão de famílias, e a merenda será estendida aos 7,3 milhões de alunos do ensino médio da rede pública, podendo atingir potenciais eleitores com 16 anos ou mais. Hoje ele atende só o ensino fundamental.
Em reunião, Dilma cobra governadores por índices sociais
O governo fez uma reunião ontem com governadores do Norte, do Nordeste e de Mato Grosso para cobrar a redução dos índices de analfabetismo e mortalidade infantil. Apesar de ter sido organizado pela Secretaria de Relações Institucionais, de José Múcio Monteiro, coube à ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) dar o puxão de orelhas nos governadores. Dilma, candidata de Lula à sucessão, cobrou dos governadores e também dos prefeitos -que não foram convidados para o encontro- que abandonem a passividade, porque esses temas não podem ser solucionados pelo "governo central".
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Medida amplia transporte escolar na zona rural
Além da ampliação da merenda escolar, a medida provisória assinada ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva estende o transporte escolar aos alunos do ensino médio e infantil (creche e pré-escola) da zona rural. Hoje, os dois programas estavam restritos ao ensino fundamental. As ações fazem parte de um pacote de medidas para reforçar o ensino médio, que já foi classificado pelo ministro Fernando Haddad como o "elo mais frágil" da educação.
"Sem desejar", Sarney agora diz ser candidato
Com um discurso cheio de mea-culpas e insinuações de que seu adversário deveria desistir da disputa, o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) contrariou o que vinha dizendo há cinco meses e oficializou ontem, após almoço da bancada do partido, sua candidatura à presidência do Senado.
Em sabatina realizada pela Folha em agosto passado ele fora taxativo: "O que posso adiantar é que não serei candidato. Não quero ser presidente de nada". Depois disso, repetiu o discurso a senadores, ministros e ao presidente Lula, a quem em quatro ocasiões afirmou que não estaria na disputa.
Ontem, ao formalizar que mudara de ideia, ele alegou que não poderia pensar no próprio bem-estar, abdicando de "prestar um serviço para o país", e citou a crise financeira como uma das razões para a candidatura. "Não queria, resisti, mas eu acho que é importante a minha candidatura num momento como esse em que há uma crise mundial", afirmou.
Adversários se unem em bloco de apoio a Temer
Adversários no campo nacional, PT, DEM e PSDB se uniram ontem na Câmara, com a formação do maior bloco partidário da história do Congresso para eleger Michel Temer (PMDB-SP) presidente da Casa. O grupo, que conta com a participação de mais 11 siglas, também trabalha com outro objetivo: disputar o apoio do PMDB na eleição de 2010. Maior legenda nacional, o PMDB, que é presidido por Temer, é cortejado por tucanos e petistas.
"Todo mundo quer a coligação com o PMDB, quem é que não quer?", questionou o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN).
Itália aposta no STF para extraditar Battisti
O governo da Itália decidiu considerar esgotadas todas as negociações com o Executivo brasileiro e apostar todas suas fichas no Supremo Tribunal Federal para obter a extradição do terrorista Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua pela Justiça italiana pelo assassinato de quatro pessoas.
Conforme a Folha apurou, a convocação do embaixador da Itália em Brasília, Michele Valensise, ocorreu com duas intenções. Uma política, para manifestar a "amargura" e a "decepção" pela decisão do governo brasileiro de conceder refúgio a Battisti. A outra foi operacional, para definir as formas de atuação junto ao STF.
Patrocínio de estatais para Fórum Social é de R$ 850 mil
Quatro empresas estatais contribuíram com R$ 850 mil para a organização do Fórum Social Mundial deste ano, que acontece até o dia 1º de fevereiro em Belém (PA). Petrobras (R$ 200 mil), Banco do Brasil (R$ 150 mil), Caixa Econômica (R$ 400 mil) e Eletronorte (R$ 100 mil) afirmam que a contrapartida do patrocínio foi publicitária -anúncios no material impresso do encontro e nos locais onde as palestras são realizadas. No caso do Banco do Brasil, houve também o acerto para que a instituição fosse o banco oficial do evento. Nas placas espalhadas pela UFPA (Universidade Federal do Pará) e pela UFRA (Universidade Federal Rural da Amazônia), os dois principais locais onde o encontro acontece, a reportagem viu os logotipos da Petrobras e da Caixa, mas nenhum da Eletronorte.
Justiça Federal extingue ação contra Dirceu
A Justiça Federal em Brasília extinguiu ação de improbidade administrativa contra o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), o filho dele José Carlos Becker de Oliveira e Silva (PT), que é prefeito de Cruzeiro do Oeste (PR), e o ex-assessor do ministério Waldomiro Diniz da Silva. Os três foram acusados pela Procuradoria da República de usar a estrutura da Casa Civil, em 2003 e 2004, para destinar dinheiro a prefeituras aliadas a fim de ganhar a eleição em Cruzeiro do Oeste (PR). Vitorioso em 2004, Zeca Dirceu, como é conhecido o filho do ex-ministro, foi reeleito no ano passado. O prefeito e o ex-ministro sempre negaram a acusação.
Lula transfere 6 milhões de hectares ao governo de RR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva transferiu ontem a Roraima 6 milhões de hectares que estavam em nome da União. A medida foi uma forma de Lula compensar o Estado pela eventual homologação pelo STF (Supremo Tribunal Federal) da demarcação contínua da reserva Raposa/Serra do Sol.
O julgamento no STF foi interrompido em dezembro com 8 dos 11 ministros favoráveis à demarcação contínua e à expulsão dos arrozeiros da área.
Alencar respira sem a ajuda de aparelhos
O vice-presidente José Alencar, 77, que se recupera de cirurgia de retirada de tumores na região abdominal, respira desde ontem sem a ajuda de aparelhos. Segundo a equipe médica, ele está reagindo bem
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