Folha de S. Paulo
Cidades que mais desmatam lideram crimes na Amazônia
Os municípios que mais desmatam na região amazônica são também os que mais registram trabalho escravo e violência no campo. O avanço da pecuária na área acompanha o ritmo da queda das árvores.Essas relações foram detectadas pela Folha a partir do cruzamento de dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), do Ministério do Trabalho e da CPT (Comissão Pastoral da Terra).
A reportagem teve acesso a levantamento do Inpe que identifica o total desmatado de agosto de 2004 a julho de 2007 em 601 cidades da Amazônia Legal (Estados do Norte, além de Mato Grosso e Maranhão). No ranking dos 50 municípios que mais extraíram madeira no período, sendo 23 em Mato Grosso e 20 no Pará, a violência no campo aparece em 39 deles, com crimes ligados a conflitos fundiários e flagrantes de trabalhadores em situação análoga à escravidão.
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PT vai se coligar com PSDB em 200 cidades
Inimigos no plano nacional, PT e PSDB vão tentar se coligar em cerca de 200 cidades do país nas eleições de outubro, apesar do veto dado na quinta-feira pela Executiva Nacional petista à aliança em Belo Horizonte, sexta maior cidade do país. Impulsionados por particularidades locais, tucanos e petistas tendem a ampliar a parceria em relação a 2004, quando patrocinaram dobradinhas em 121 municípios -pequenos, em sua maioria-, tendo vencido em 44% deles.
"Cada caso é um caso e vamos estudá-los à luz das conjunturas locais, estaduais e nacional. A decisão sobre Belo Horizonte não cria jurisprudência para nada, mas é claro que alguém pode apelar para isso", disse o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini.
Na linha do "cada caso é um caso", os dirigentes petistas não querem se comprometer com o veto da Executiva Nacional em cidades sem a dimensão nacional de Belo Horizonte. Em 2004, o maior município que assistiu à união entre o PT e o PSDB foi Anápolis (GO), o 70º maior do país. No segundo turno, a chapa petista-tucana foi derrotada pelo PSB. Agora, há conversas em estágios variados em cidades como Aracaju (35ª maior do país), a mineira Juiz de Fora (36ª) e a gaúcha Pelotas (65ª).
Crise agrícola gera oportunidade ao país
A crise atual no setor de alimentos abre grandes oportunidades para o Brasil. Mas o país não pode pensar só em volume, como sempre ocorreu, mas em estratégias de produção e de comercialização mundial.Seguramente o mundo não será mais o mesmo nas negociações internacionais após o forte desequilíbrio atual entre produção e consumo. E esse desequilíbrio, diferentemente do que se verificou em outras crises, não tem um peso preponderante das quebras de safras, mas de elevação de consumo. Os emergentes têm mais renda e comem mais e melhor.
Demanda por alimentos de um lado e biocombustíveis de outro levaram, aos poucos, os estoques mundiais para níveis perigosos neste momento. Os EUA, por exemplo, líderes mundiais em produção de milho, mas que adotaram o produto como energia alternativa, chegam ao final do ano-safra 2008/9 com estoques suficientes para apenas mais 14 dias. O de soja será de apenas 34 dias.
O Estado de S. Paulo
Governo aceita adiantar pagamentos ao Paraguai. Mas exige contrapartidas
O governo brasileiro já traçou duas linhas básicas das negociações que terá com o novo comando do Paraguai. A primeira: o Tratado de Itaipu é intocável, mas outras formas de engordar o caixa do país vizinho poderão ser analisadas. Pode-se, por exemplo, adiantar pagamentos pela energia de Itaipu, e com o dinheiro criar um fundo de desenvolvimento do país. A segunda: a ajuda não será de graça. O Brasil vai, por exemplo, insistir numa proposta de atuação conjunta das polícias na fronteira dos dois países.
O Brasil tem propostas a oferecer ao Paraguai. São idéias que já estavam em discussão antes das eleições e poderão ser colocadas sobre a mesa durante a visita que Fernando Lugo, presidente eleito, fará a Lula antes de assumir o governo, no dia 15 de agosto. O presidente brasileiro ainda não confirmou sua participação na cerimônia de posse, mas, nos bastidores, é dado como certo que ele irá.
PF cita Paulinho da Força em desvios no BNDES
Santa Tereza, missão da Polícia Federal que investiga suposto esquema de desvio de verbas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), sugere envolvimento do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força. O nome do parlamentar é citado freqüentemente em relatório secreto da PF, peça de 38 páginas que embasou decreto judicial de prisão de 11 suspeitos, entre eles João Pedro de Moura, que os federais classificam de "um dos principais assessores da Força Sindical, responsável pela ligação da organização criminosa com o banco".
Paulinho foi monitorado pela Santa Tereza nos corredores da Câmara. Como na manhã de 13 de fevereiro, uma quarta-feira, quando federais disfarçados o filmaram acompanhado de Moura, amigo e ex-assessor do deputado na Força. Os agentes espreitaram por quase 3 horas o conjunto 217 do Anexo IV da Câmara, onde fica o gabinete de Paulinho, mas não chegaram a entrar.
Trecho de documento confidencial da PF informa: "Na data de 15 de fevereiro de 2008, às 17h52, Mantovani (Marcos Vieira Mantovani, empresário) confirma com João Pedro o recebimento da sua parcela do desvio do empréstimo do BNDES à Praia Grande. Ele diz que já retirou o envelope e já separou a parte do RT e do PA." A PF suspeita que RT são as iniciais de Ricardo Tosto, advogado de Paulinho e sucessor de Moura no Conselho de Administração do BNDES, que estava preso e foi solto ontem (leia texto à página A13). A polícia assinala oficialmente que PA "possivelmente" é Paulinho.
Acordo entre Kassab e Quércia teve ação de Fernando Henrique
A aliança entre o prefeito Gilberto Kassab (DEM) e o ex-governador Orestes Quércia (PMDB) em torno da reeleição à Prefeitura de São Paulo foi oficializada na quinta-feira, mas o cerco contra a candidatura do tucano Geraldo Alckmin se fechou bem antes. Começou quando Kassab bateu à porta da casa de Quércia na noite de 15 de abril, acompanhado do ex-senador Jorge Bornhausen (DEM) e do secretário estadual de Emprego e Relações de Trabalho, Guilherme Afif Domingos (DEM). Os termos do acordo já estavam selados.
Na véspera, o trio marcara jantar para discutir não só a corrida municipal, como também o governo de São Paulo e a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em nome de uma aliança presente e futura entre PMDB, DEM e PSDB, todos de olho no Palácio do Planalto, acertou-se ali que Afif abriria mão, para Quércia, de disputar o Senado em 2010.
O Globo
Governo terceiriza a ONGs política indigenista do país
A política indigenista responsável pelo cuidado de 740 mil índios e de reservas que ocupam 12% do território nacional está entregue a Organizações Não-Governamentais que não dão conta dos problemas. Só na área de saúde, 51 ONGs recebem repasses do governo. Em 2007, o programa de saúde indígena consumiu R$ 179 milhões, dos quais R$ 13 milhões foram para a Editora da Universidade de Brasília, investigada por desvios. Diretorias estratégicas da Funai estão ocupados por pessoas egressas de ONGs. O ex-presidente da Funai Mércio Pereira Gomes diz que o general Augusto Heleno, comandante da Amazônia, prestou um serviço à nação ao denunciar a "caótica política indigenista". O atual presidente, Márcio Meira, contesta críticos e diz que o objetivo é garantir a sobrevivência dos índios.
Correio Braziliense
Exclusivo: Lula exorcisa as tentações
Em entrevista aos Diários Associados, o presidente detona a tese do terceiro mandado: "É uma coisa obscena para a democracia". Mesmo que a base se divida, Lula garante que o governo terá um único candidato em 2010: "Trabalho para isso". Mas nega que já tenha se decidido por Dilma Rousseff e afirma esperar mais da ministra: "Entre ser uma figura extraordinária para gerenciar e ser candidata à Presidência é outra conversa". Ele repele as suspeitas de bisbilhotagem em dados sigilosos do governo FHC: "Se eu fosse fazer um dossiê, não seria da dona Ruth"
Sem as rédeas da investigação
O Palácio do Planalto avalia que mantém sob controle a parte política da crise dos cartões corporativos. Por outro lado, está cada vez mais preocupado com o inquérito da Polícia Federal que investiga a produção e o vazamento do dossiê produzido na Casa Civil sobre gastos sigilosos do governo Fernando Henrique Cardoso. O inquérito é considerado a ponta solta do caso. O delegado encarregado, Sérgio Menezes, já emitiu sinais de que pretende identificar não apenas quem vazou, mas também quem produziu o banco de dados. O governo teme que essa investigação aponte para a ministra Dilma Rousseff, ou alguém muito próximo a ela.
No flanco político, o governo sente-se seguro. Até aqui, conseguiu fazer valer sua maioria na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Cartões Corporativos. Barrou tentativas de convocar Dilma e quebrar o sigilo dos gastos da Presidência da República. A princípio, essa mesma maioria é suficiente para aprovar um relatório inócuo ao final da CPI. Especialmente porque o relator, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), é um fiel aliado do Planalto.
Jornal do Brasil
Propaganda de bebidas leva jovens para o vício
O alcoolismo cada vez mais precoce vem mudando a face dos Alcoólicos Anônimos no Rio. Os relatos são dramáticos, como o de uma estudante de 23 anos que teme pelo futuro do irmão, de 13. Ou de um adolescente de 18 anos que freqüenta o lugar desde os 15. Dependentes e especialistas são unânimes: creditam o vício à ofensiva publicitária. Para os fabricantes de bebidas, a culpa é da falta de educação e fiscalização.
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