FOLHA DE SÃO PAULO
Lula reabre compra da Petrobras com FGTS
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu permitir o uso de recursos do FGTS numa nova rodada de investimentos na Petrobras, relativa à exploração do petróleo da camada pré-sal. Quem já tem ações da estatal compradas pelo FGTS poderá voltar a aplicar. Será preciso mudar a lei para permitir nova rodada de FGTS em investimentos na estatal.
PT investe na Grande SP para formar "cinturão vermelho"
A duas semanas do primeiro turno das eleições, o PT paulista investe na tentativa de formar um "cinturão vermelho" no entorno da capital do Estado -região metropolitana e cidades em um raio de até 100 km.
O partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de olho na disputa pela sucessão do governador José Serra (PSDB), está em desvantagem em metade das 12 cidades do interior e do litoral do Estado em que há possibilidade de segundo turno, de acordo com as pesquisas. Mas lidera nas quatro cidades com mais eleitores do ABC e está na frente em Osasco e Carapicuíba, além de ter boas chances em São José dos Campos.
Em Campinas, o partido integra a coligação do atual prefeito Dr. Hélio (PDT), favorito na disputa até agora. Juntas, as cidades correspondem a 3,3 milhões de eleitores. O PT pretende gastar por eleitor, só no ABC, cinco vezes o que a campanha paulistana gastará.
"Aloprados" do caso dossiê seguem soltos
Dois anos depois do escândalo que marcou a eleição presidencial, a investigação sobre o R$ 1,7 milhão apreendido com petistas em um hotel em São Paulo está parada. Ninguém foi acusado formalmente à Justiça e a possibilidade de se descobrir a origem do dinheiro é, a cada dia, mais remota.
"É uma investigação tormentosa, difícil. E, quanto mais o tempo passa, pior", afirma em tom pessimista o procurador da República Mario Lúcio Avelar, que acompanha o caso desde a noite de 15 de setembro de 2006, quando a Polícia Federal prendeu dois petistas com uma pilha de reais e de dólares.
Detidos em flagrante num quarto de hotel, Valdebran Padilha e o então assessor da campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gedimar Passos, disseram que se encontraram para negociar um dossiê contra tucanos.
Para muitos, o episódio foi determinante para a ida da eleição para o segundo turno, o que levou o presidente Lula a batizar os petistas que atuaram na operação de "aloprados".
Marta leva Lula a região onde mais perdeu voto
Foi escolhido a dedo o local em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez sua segunda aparição na campanha municipal paulistana, ontem. A esquina das avenidas Inajar de Souza e General Penha Brasil, no bairro da Vila Nova Cachoeirinha, coração da zona noroeste da cidade, é uma área pobre, que vem descumprindo o script previsto para a periferia: nele, a candidata do PT, Marta Suplicy, caiu nas pesquisas em vez de crescer. Só Lula para reverter o quadro e fazer Marta render, explicou ontem à Folha um estrategista do PT.
Na pesquisa Datafolha da semana passada, Marta perdeu nove pontos percentuais na região -foi de 46% no começo do mês para 37%. Apesar de ser onde mais caiu, a petista ainda mantém larga vantagem sobre os rivais (16 pontos à frente do tucano Geraldo Alckmin e 17 de Gilberto Kassab, do DEM).
Mas a avaliação da campanha de Marta é a de que a zona noroeste é uma das poucas em que a posição do eleitorado não está consolidada, daí o investimento em levar Lula ao local.
Foi a segunda atividade da campanha de Marta de que Lula participou. Em 30 de agosto, o presidente, com 64% de aprovação no país, participou de comício e carreata em São Miguel Paulista (zona leste).
Gado avança em reserva Chico Mendes
"Sou o homem de um milhão de hectares", apresenta-se, sem exagero, José Carlos Nunes Silva, 43 anos. Ele é o único fiscal de um território de seis vezes o tamanho da cidade de São Paulo, a reserva extrativista Chico Mendes, no Acre.
Vinte anos depois do assassinato do líder seringueiro, símbolo da defesa da floresta, a área desmatada na unidade de conservação federal que leva seu nome cresceu 11 vezes e o gado, que não deveria estar lá segundo o projeto original, chega a quase 10 mil cabeças.
O desmatamento alcança 6,3% da área total, segundo o Sipam (Sistema de Proteção da Amazônia). Apesar da queda recente no ritmo das motosserras, o percentual se aproxima do limite máximo de desmatamento admitido e -mais importante- coloca em xeque as chances de o extrativismo impedir o abate da floresta.
O ESTADO DE SÃO PAULO
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Em comício de Marta, Lula acusa oposição de oportunismo
Irritado com os constantes ataques do DEM e do PSDB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu entrar na briga. Ao participar ontem de comício da candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, Lula chamou os adversários da petista e do Planalto de "hipócritas" e "oportunistas". Foi além: disse que a oposição copia as propostas de Marta e, apesar de criticá-lo em público, simula seu apoio na campanha eleitoral em vários municípios.
"Eu viajo o Brasil inteiro e até o pessoal do DEM está com fotografia minha", afirmou Lula, durante comício em Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte. "De dia me xingam na Câmara e no Senado e de noite distribuem santinhos do Lula na rua da cidade onde moram. Vejam onde chegou a hipocrisia! Eles não têm lado porque são oportunistas", acrescentou.
No palanque, Lula não dirigiu as estocadas apenas ao DEM do prefeito Gilberto Kassab, que concorre à reeleição. Lembrou a disputa de 2006, quando enfrentou o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), para desconstruir o discurso do tucano, por quem não esconde a antipatia. Mesmo sem citar nominalmente Alckmin e Kassab, ele não deixou dúvidas sobre quem se referia.
Líder, Eduardo Paes quer Lula neutro
A participação intensa do governador Sérgio Cabral na campanha eleitoral, a farta arrecadação, que já ultrapassa R$ 3 milhões, o bom tempo na TV e a promessa de uma inédita parceria da cidade com o governo federal deram ao candidato do PMDB à Prefeitura do Rio, Eduardo Paes, a liderança na disputa. A vaga praticamente assegurada no segundo turno, porém, não tranqüiliza o ex-tucano. No comando da campanha, a grande preocupação é garantir a neutralidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Com cinco candidatos de partidos aliados na briga, Lula optou por ficar fora do primeiro turno no Rio. Até agora, apesar da subida de alguns candidatos, as pesquisas indicam maior possibilidade de segundo turno entre Paes, aliado recente, e o candidato do PRB, senador Marcelo Crivella, antigo parceiro do presidente. É aí que entra a apreensão dos peemedebistas.
Em 2005, como deputado do PSDB e integrante da CPI dos Correios, Paes foi implacável nas acusações a integrantes do governo Lula. Crivella ficou ao lado do presidente. Agora, o temor dos peemedebistas é de que Lula compense, no segundo turno, a solidariedade do senador, até para agradar ao vice-presidente José Alencar, também do PRB.
Luta política cria ”apagão” na área de inteligência
A área de inteligência do governo federal chegou ao fundo do poço e passa hoje por um verdadeiro apagão. É um processo que envolve guerras políticas, invasões de competências, ineficiência, falta de comando, suspeitas de práticas de espionagens ilegais e trocas de acusações abertas entre representantes dos principais órgãos que lidam com o setor – o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a Polícia Federal e o Ministério da Defesa.
Neste mês, essa crise chegou a um nível de caos. Em menos de 30 dias, pelo menos cinco pesos pesados da área de inteligência perderam seus cargos por motivos diversos. O setembro negro da Abin serviu para o governo ter clareza, ao menos, sobre a origem dos problemas. Sob a condição de se manter anônimo, um assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva resumiu ao Estado o debate travado hoje no Planalto.
O Brasil entrou na democracia carregando a herança maldita do Serviço Nacional de Informações – o SNI do regime militar (1964-1985) que tudo ouvia e tudo via sem lei e sem controle -, e não conseguiu estruturar um serviço de inteligência que faça jus ao tamanho do País, à complexidade dos problemas e às necessidades do Estado.
CORREIO BRAZILIENSE
A Brasília que joga
Seduzidos pelo prazer do jogo, homens e mulheres apostam alto nas mesas de cassinos escondidos em endereços nobres da capital federal, como mansões, suítes de hotéis e lojas. Nesses locais, as histórias são sempre de perda, nunca de ganho. Viciados na jogatina, médicos, empresários, servidores públicos se condenam à ruína financeira e familiar. “A compulsão, o vazio de vida, as tristezas que a vida oferece levam pessoas para a mesa”, diz um ex-jogador que ainda luta contra o desejo de voltar às apostas. Nos cassinos descobertos pela polícia, foram encontradas drogas, armas de fogo e munição, demonstrando que o dinheiro dos jogos alimenta outros crimes. Apesar de tudo isso, o hábito de jogar nem sempre é sinônimo de problema. Para muitas pessoas, o baralho à mesa é uma forma de lazer. E, no caso dos profissionais, fonte de muito dinheiro.
A ordem é não bater no Planalto
Tucanos e democratas evitam atacar o governo Lula numa estratégia para impedir perda de votos. Alckmin critica PT, mas poupa o presidente.
As críticas feitas ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à oposição, no comício de Marta Suplicy (PT), são reflexos da postura que seus adversários têm tomado nessa eleição municipal. Há duas semanas do primeiro turno, a oposição busca se esquivar de qualquer caminho que faça a popularidade elevada do presidente contaminar a campanha. Três são as estratégias adotadas até agora: alinhamento político ao governo dele, ignorá-lo solenemente ou desvinculá-lo das críticas locais ao PT.
Ataques, por enquanto, nem pensar. Principalmente depois da recente pesquisa Datafolha, em que 64% dos entrevistados aprovaram o governo Lula. O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), por exemplo, optou pela última alternativa na disputa pela prefeitura de São Paulo. Em sua campanha, o programa do tucano da televisão chega a dizer que “com o Lula tudo bem, o problema é o PT”.
Assim, ele tenta garantir uma vaga no segundo turno contra a petista Marta Suplicy. Enquanto isso, seu maior adversário nessa briga, o atual prefeito Gilberto Kassab (DEM), tem dito que Lula apoiará a prefeitura de São Paulo mesmo que Marta não seja a vencedora
Saúde em frangalhos
Sem realizar concurso público há 25 anos para reposição de servidores da sede e dos núcleos estaduais, o Ministério da Saúde opera hoje com um quadro funcional caótico. São 53 mil servidores ativos de carreira contra 103 mil aposentados. Mas vai ficar pior. Entre os ativos, a metade tem idade entre 51 e 60 anos. Nos próximos sete anos, todos os atuais servidores de carreira terão tempo de serviço para se aposentar, com exceção dos 4,5 mil aprovados no concurso para hospitais do Rio em 2006. Na sede do ministério, apenas 30% são servidores de carreira. A pasta reivindica ao Ministério do Planejamento, desde 2003, a realização de concurso público para modernizar o seu quadro funcional. Em 2005, pediu a abertura de 16 vagas. Foram aprovadas 900, além de 500 postos temporários.
A partir de 2004, o Planejamento autorizou 8.200 vagas para órgãos como a Fundação Oswaldo Cruz, Agência Nacional de Saúde (ANS), agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e hospitais próprios. Fazia 20 anos que esses órgãos não renovavam seus quadros. Parece muito, mas é pouco diante do número de vagas autorizadas para o Ministério da Educação, uma pasta de porte semelhante ao da Saúde: 64 mil vagas.
Prefeito com salário de presidente
Em nove prefeituras vizinhas à capital federal, o salário do chefe do executivo vai ser maior que o pago ao presidente da República. Reajuste vale a partir de 2009. Enquanto isso, população reclama da insensibilidade dos políticos com os problemas da comunidade.
Do ponto de vista da recompensa financeira, ser prefeito no Entorno é um bom negócio. Mais vantajoso até do que trabalhar como presidente da República. Um levantamento feito pela reportagem do Correio revela que, a partir do ano que vem, nove prefeituras de cidades vizinhas ao Distrito Federal vão pagar mais ao chefe do Executivo local do que ganha atualmente Luiz Inácio Lula da Silva. Enquanto o subsídio do político mais importante do país é de R$ 11.420, em cidades como Luziânia, a 65km da capital federal, a remuneração chega a R$ 16,5 mil.
O que pode até parecer contra-senso é autorizado pela Constituição. Cada município tem autonomia para decidir de quanto será o subsídio do prefeito. A proposta, no entanto, deve sempre ser aprovada pela câmara municipal e só passa a vigorar no mandato seguinte. Da mesma forma ocorre com os salários de vereadores. Os aumentos aprovados este ano, por exemplo, só vão valer em 2009. Por isso, fim de mandato do prefeito e de legislatura do vereador é sempre tempo de reajuste. Das 17 cidades pesquisadas pelo reportagem, apenas no Novo Gama não houve reajuste e a remuneração foi mantida em R$ 12 mil.
O GLOBO
Crise: empresas perderam US$ 215 bilhões no Brasil
O valor das ações das empresas na Bolsa de Valores de São Paulo despencou cerca de US$ 215 bilhões (R$ 393 bilhões) em um ano, já contabilizada a recuperação do pregão da última sexta-feira. As perdas das bolsas em todo o mundo, segundo a Bloomberg, atingiram até a quinta-feira passada quase US$ 16 trilhões.
Lixo, um bom negócio na campanha
A coleta de lixo, muitas vezes contratada sem licitação e por décadas, é um negócio lucrativo para as empresa, que retribuem com generosas doações para as campanhas eleitorais. Só uma das principais firmas do ramo no Estado do Rio ganha R$ 5,2 milhões mensais.
Nem epidemia ajudou luta contra dengue
Nem mesmo a mais grave epidemia de dengue no Rio – que este ano teve 98 mortes confirmadas na capital – levou os governos a investirem mais verbas no controle do mosquit transmissor. A denúncia é feita por especialistas na doença.
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