O Globo
Senado recua e não demite diretores, que agora são 181
Depois de uma recontagem para chegar ao número exato de diretorias – que subiu de 136 para 181 – , o Senado anunciou que a Fundação Getúlio Vargas fará uma auditoria para examinar todos os contratos e permitir uma reestruturação administrativa na Casa. Mas houve recuo na decisão anunciada pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) de afastar todos os diretores. Na prática, eles continuarão nos cargos, recebendo inclusive a gratificação comissionada. Com os benefícios, o salário médio dos diretores, que é de R$ 18 mil, pode chegar a R$ 30 mil. Até a assessora de imprensa de Roseana Sarney (PMDB-MA) é diretora do Senado. Na Câmara, o número de diretores chega a 104. Com os 181 do Senado, o Congresso tem 285 diretores, um para cada dois parlamentares. Entre as 181 diretorias do Senado, há uma só para cuidar das viagens dos senadores – a Diretoria Aeroportuária, que funciona no aeroporto e tem 7 funcionários.
Câmara tem megaestrutura e 104 postos de diretor
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A volta dos que não foramComo o Senado, a Câmara tem uma estrutura gigantesca para dar suporte aos trabalho dos 513 deputados. E também um alto número de diretores: 104. Segundo informações oficiais, são 3.470 servidores concursados, 1.350 comissionados (contratados pela Casa e pelos deputados, mas não concursados) e 11,5 mil secretários parlamentares, que trabalham nos gabinetes dos deputados, além de 2,3 mil terceirizados. Esse contingente de quase 20 mil funcionários e mais os aposentados, pensionistas e encargos sociais consomem R$ 2,6 bilhões do orçamento de R$ 3,5 bilhões da Câmara para 2009, ou 74%. No Senado, são quase 10 mil funcionários que custam R$ 2,3 bilhões anuais. O diretor-geral da Câmara, Sérgio Sampaio, afirma que dos 104 servidores com cargo de diretor, 24 deles e mais dois chefes de gabinete têm o mesmo nível hierárquico e de valor das gratificações que os 181 diretores do Senado.
Viana não revela valor de conta
Um dia após assumir publicamente que emprestara um celular do Senado – que não tem limite de gastos – para sua filha usar numa viagem de 15 dias ao México, o senador Tião Viana (PT-AC) informou que pagou ontem a conta, mas não quis revelar o valor da fatura. O diretor-geral da Casa, Alexandre Gazineo, também não informou o valor recebido, alegando que isso representaria uma quebra do sigilo do petista, que chegou a responsabilizou o presidente José Sarney (PMDB-AP) pelo vazamento da denúncia contra ele. De manhã, Viana até ameaçou revidar o suposto ataque, o que só alimentou na Casa boatos de que o arsenal de denúncias contra ele poderia aumentar. No fim do dia, Viana fez questão de esclarecer alguns desses boatos, como o de que ele teria sido ressarcido pelo Senado por um incêndio ocorrido em seu apartamento funcional. – Eu estava com minha família no Acre, quando houve um incêndio $destruiu parte do meu apartamento em Brasília. Perguntei ao diretor-geral se o Senado tinha algum seguro. Como a resposta foi negativa, perguntei se teria direito a uma ajuda de custo entre R$ 5 mil e R$ 10 mil para reduzir o prejuízo. O que há de errado nisso? – indagou, sem dar detalhes do que recebeu a título de indenização.
Dilma prestigia Dirceu; Delúbio pede refiliação ao PT
Cassado depois do mensalão, o ex-deputado José Dirceu comemorou 63 anos cercado pelo poder: à sua festa compareceram o vice-presidente José Alencar e nove ministros, inclusive Dilma Rousseff, candidata à sucessão de Lula. Na articulação política pela candidatura da ministra, Dirceu afirmou: "O PT está completamente fechado com a Dilma. Não existem mais divergências." Outro personagem do mensalão, o ex-tesoureiro petista Delúbio Soares, expulsou do partido, pediu refiliação, pois quer ser candidato a deputado em 2010.
Delúbio pede refiliação ao PT para tentar ser deputado
Expulso do PT depois do mensalão, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares apresentou ontem ao Diretório Nacional da legenda seu pedido de refiliação. Em carta ao presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), ele diz que tem coração petista e pede a reconsideração da expulsão, em outubro de 2005, argumentando que já pagou pena maior do que merecia. Depois de conversar com Berzoini, Delúbio iniciou uma romaria pelos gabinetes dos líderes do PT no Congresso. Do líder na Câmara, Cândido $(SP), recebeu apoio. Petistas ouvidos pelo GLOBO consideraram remota a possibilidade de o partido voltar atrás na expulsão. Nos bastidores, Delúbio pede apoio de dirigentes petistas para se filiar a um partido aliado – o que teria de ocorrer antes de uma eventual recusa de seu pedido pelo PT. Delúbio tem conversas adiantadas com dirigentes do PMDB de Goiás.
Satiagraha: PF indicia Protógenes
O corregedor da PF, Amaro Vieira, indiciou o delegado Protógenes Queiroz e mais quatro escrivães por quebra de sigilo funcional no comando da Operação Satiagraha que investiga o banqueiro Daniel Dantas.
Folha de S. Paulo
Arrecadação em queda reduz rigor fiscal
A crise levou o governo a rever suas projeções para este ano. Agora, espera crescimento menor, com queda de arrecadação e menor aperto fiscal.
A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto cairá de 3,5% para 2%, ainda acima das estimativas do mercado, de 0,59%. A arrecadação de tributos federais, em forte queda no primeiro bimestre, deverá ficar R$ 35 bilhões abaixo do previsto no Orçamento aprovado para este ano, apurou a Folha.
Com menos dinheiro em caixa, o governo decidiu buscar um superávit primário (a parcela das receitas destinada ao abatimento da dívida pública) menor neste ano, o que também contribui para injetar mais dinheiro na economia. A meta deverá cair de 3,8% para algo mais próximo a 3,3% do PIB.
Senado "descobre" ter mais de 2 diretores para cada senador
A tentativa da direção do Senado de estancar as denúncias contra a Casa acabou revelando que a instituição tem 181 diretores, 45 a mais do que havia informado um dia antes. Há diretorias para os mais diversos assuntos e até mesmo ocupadas por apenas uma pessoa. O número inicial, de 136, já havia causado constrangimentos. "É um absurdo, ninguém sabia disso", afirmou o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), até janeiro segundo-vice-presidente da Casa. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), também disse que não sabia. Apesar do "espanto" de vários senadores, eles próprios aprovaram em plenário a criação das diretorias. Para que sejam criadas é preciso votar projeto de resolução.
Planalto intervém em crise no Senado, que anuncia reforma
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), assinou ontem um protocolo de intenções com a FGV (Fundação Getúlio Vargas) para promover o que chamou de "profunda reestruturação administrativa na Casa". A medida foi tomada após a série de denúncias que instalou um clima de guerra na base governista, o que motivou a ida do ministro José Múcio (Relações Institucionais) ontem ao Senado. Sarney afirmou que a reestruturação administrativa da Casa necessitará também de um esforço político. "Vamos ter problemas políticos sérios a enfrentar, mas teremos a determinação de fazê-lo", disse.
Sarney ressaltou que um dos principais objetivos da reforma é promover servidores por mérito, e não por indicações.
Senado não sabia nem quantos diretores tem
O Senado informou números errados sobre o total de diretorias na Casa. Anteontem havia sido anunciado que eram 136. Ontem, o Senado informou que são 181 servidores com status de diretor. A Casa tem 81 senadores, o que significa mais de dois diretores para cada congressista. A assessoria de comunicação do Senado não informou o motivo da mudança no número. Entre as diretorias estão a de Redação da Ordem do Dia, responsável por preparar as votações em plenário, e a Diretoria de Autógrafos, responsável pela elaboração de documento oficial do que é aprovado no plenário para ser encaminhado a outros poderes.
PMDB agora exigirá assento permanente em fórum do governo
Pouco mais de um mês e meio depois de conquistar o comando do Congresso, o PMDB vai exigir agora assento permanente na coordenação de governo, fórum de ministros que se reúne quase todas as segundas-feiras com o presidente Lula para definir a condução política e econômica do Planalto. A nova ofensiva -o PMDB possui seis ministérios e diversos cargos federais- foi decidida em jantar na casa do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), que terminou na madrugada de ontem. Além de Temer, estavam presentes o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), três dos seis ministros peemedebistas e líderes da legenda no Congresso, como o senador Renan Calheiros (AL).
Tião afirma que pagou por ligações de filha no México
O senador Tião Viana (PT-AC) disse que restituiu ontem o Senado pelo gasto feito por sua filha com um celular da Casa numa viagem que ela fez ao México, nas primeiras duas semanas de janeiro deste ano. Candidato derrotado à presidência do Senado, ele se recusou a informar o valor da conta. Anteontem, Tião prometeu à Folha que detalharia os gastos. "Paguei a conta. O Senado não desembolsou nada, por isso não preciso revelar quanto gastei." O senador, no entanto, afirmou que teve de fazer um empréstimo, que será quitado em 72 vezes, para pagar a conta. Viana se disse vítima de quebra de sigilo telefônico com a divulgação dos gastos da filha, mas que não irá pedir formalmente nenhuma investigação. "Quero encerrar esse assunto."
Relator deve pedir que conselho casse deputado do castelo
As explicações dadas ontem por Edmar Moreira (sem partido-MG) não convenceram integrantes da comissão de sindicância da Câmara e o relator do caso, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), deve pedir a perda do mandato do congressista ao Conselho de Ética. Edmar, que usou notas fiscais de suas próprias empresas de segurança para justificar gastos com verba indenizatória e não declarou possuir um castelo de R$ 25 milhões, tentou provar, em depoimento, que uma das empresas, a Centro de Formação e Treinamento de Segurança Itatiaia Ltda., não está mais em seu nome.
Conforme registros da Junta Comercial de SP, porém, tanto a Itatiaia quanto a Ronda Equipamentos e Serviços de Segurança Ltda.- outra usada para justificar os gastos- ainda pertencem a Edmar e a sua mulher, Júlia Fernandes Moreira.
Delúbio visita petistas no Congresso e pede para voltar ao partido
Tesoureiro do PT durante o escândalo do mensalão, Delúbio Soares pediu para voltar ao partido. A cúpula simpatiza com o retorno, que depende de votação do diretório nacional. Em carta de três parágrafos entregue ontem ao presidente da sigla, deputado Ricardo Berzoini, Delúbio disse que sofreu uma pena dura e que merece uma segunda chance. À tarde, o ex-tesoureiro visitou gabinetes petistas no Congresso, num lobby pela sua reabilitação. Não deu declarações, só sorrisos. Berzoini prometeu a Delúbio, expulso no auge do escândalo, em 2005, que colocará o pedido em votação na próxima reunião do diretório, em maio. O deputado preferiu não comentar ontem o assunto: "Tenho a obrigação de conduzir esse processo, portanto, não falo sobre seu mérito".
PF indicia Protógenes por vazamento
Após oito meses de investigações, a Corregedoria da Polícia Federal concluiu que o delegado Protógenes Queiroz é responsável pelo vazamento de dados sigilosos da Operação Satiagraha e por ferir a Lei de Interceptações ao escalar agentes da Agência Brasileira de Inteligência para degravar e analisar grampos telefônicos, proibidos por lei de manusear escutas. Responsável pelo inquérito da corregedoria, o delegado Amaro Vieira Ferreira indiciou pelos dois crimes Protógenes e outros quatro policiais que integraram sua equipe, identificados como escrivães. O delegado informou ontem a deputados da CPI dos Grampos que está redigindo o relatório final da investigação.
De Sanctis veta acesso da CPI à Satiagraha
O juiz Fausto Martin De Sanctis, da 6ª Vara Federal de São Paulo, rejeitou ontem a possibilidade de compartilhar dados sigilosos da Satiagraha, que investiga o banqueiro Daniel Dantas, com a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Grampos. Anteontem, dez deputados federais foram ao gabinete do juiz para defender a troca de informações. Disseram que isso seria "importantíssimo" para embasar o indiciamento do delegado federal Protógenes Queiroz, do ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Paulo Lacerda e de Dantas. Alguns deputados disseram que eventual negativa seria uma ação contra o país.
Mulher de Cabral advoga pelo Estado do Rio
O escritório de advocacia Coelho, Ancelmo e Dourado, do qual é sócia Adriana Ancelmo, mulher do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), atua em duas ações que envolvem o Estado. Em uma delas, Adriana aparece como representante da Feema (Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente), em ação civil pública do Ministério Público do Estado.No outro caso, seu sócio Sergio Coelho e Silva Pereira representa a Vigo Central de Serviços Ltda., do empresário Arthur César de Menezes Soares Filho, cujas firmas recebem quase um quarto do valor pago em serviços terceirizados do Estado. Nesse processo o Estado é réu, ao lado da companhia.
Demarcação é "muito séria" para a Funai, diz Mendes
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, fez ontem, na retomada do julgamento da Raposa/ Serra do Sol (Roraima) um ataque ao trabalho da Fundação Nacional do Índio ao dizer que "o processo de demarcação é muito sério para ser tratado pela Funai". O julgamento foi retomado ontem, mas não terminou e continuará hoje. Votaram Marco Aurélio Mello e Celso de Mello que deixaram o resultado parcial em 9 a 1 pela demarcação contínua e retirada dos não índios da região, posição defendida pelo relator da ação, ministro Carlos Ayres Britto. Falta ainda o voto de Mendes. Marco Aurélio foi o único a votar pela presença de arrozeiros na área dos não índios. O presidente da Funai, Márcio Meira, que acompanhava a sessão do plenário, disse que discordava da posição de Mendes.
O Estado de S. Paulo
Orçamento pode ter corte de R$ 45 bi
O corte no Orçamento Geral da União pode chegar a R$ 45 bilhões, para ajustar a programação de gastos à queda da arrecadação. Além de conter as despesas, o governo ainda vai, pela primeira vez, baixar a meta de superávit primário (economia de recursos públicos para pagar juros da dívida) em pelo menos 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Ministros e parlamentares, que participaram de reuniões com a equipe econômica, já antecipam o clima "sanguinolento" da sexta-feira, quando os cortes deverão ser anunciados oficialmente. O governo pretende preservar os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Portanto, a tesoura vai recair sobre os investimentos propostos por intermédio de emendas parlamentares à lei orçamentária. "Será uma sexta-feira negra", resumiu um ministro. "Se cortarem as emendas individuais de deputados e senadores, o governo terá muito problema para administrar a Câmara e o Senado em um ano pré-eleitoral", afirmou o senador Delcídio Amaral (PT-MS), relator do Orçamento de 2009.
Senado ”descobre” que tem 181 diretores e decide cortar metade
Diretoria de check in, para facilitar o embarque dos senadores nos aeroportos, diretoria de visitação, para acompanhar a visita de turistas ao Senado, e ainda uma outra apenas para cuidar das comunicações por rádio em ondas curtas. O Senado tem 181 diretores em seu quadro funcional, o que representa mais de dois para cada um dos 81 senadores. Segundo o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), a ideia é reduzir pela metade o número de cargos de direção na reestruturação administrativa que será promovida na Casa. O que significaria que, depois da reforma, o Senado terá em média um diretor por senador. A profusão de diretores é tão grande que, por ironia, a própria direção do Senado teve dificuldades para levantar o número exato. Na terça-feira, depois que Sarney determinou o afastamento dos funcionários dos cargos, foi divulgado que a medida atingiria 131 pessoas, depois 136. Ontem o número variou algumas vezes até fechar em 181. Tantos cargos exigiram criatividade na hora de designá-los. A diretoria de check in, por exemplo, é conhecida oficialmente pelo nome de "coordenação de apoio aeroportuário". Uma das diretorias é ocupada por uma jornalista que faz as vezes de assessora da senadora Roseana Sarney (PMDB-MA).
Delegado acusa Abin de ação ilegal na Satiagraha
O delegado Amaro Vieira, que preside o inquérito sobre o vazamento da Operação Satiagraha, disse ontem à CPI dos Grampos que há provas da participação ilegal da Abin na investigação da Polícia Federal. A PF indiciou o delegado Protógenes Queiroz no caso.
Senado quer manter 90 de seus 181 diretores
O presidente do Senado, José Sarney, anunciou planos de cortar pela metade o total de diretores da Casa. Atualmente são 181 diretores, com salário médio de R$ 20 mil. O número de diretores é mais do que o dobro do de senadores. São 81 parlamentares. O corte de vagas de diretor, porém, deve demorar pelo menos seis meses, pois depende de auditoria da FGV que nem começou a ser feita.
”Candidatura natural tem um nome: Serra”
Enquanto o PSDB discute prévias para escolher o candidato a presidente, o DEM declara sua preferência pelo governador paulista José Serra e prega o respeito dos tucanos a uma velha regra da política: a candidatura natural. "O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, é um bom nome e merece o maior respeito, mas, como ex-presidente do DEM, membro da Executiva e do Conselho Político, sou obrigado a dizer que há uma candidatura natural e sua tradução é José Serra", diz Jorge Bornhausen em entrevista ao Estado. A despeito dos elogios a Aécio na reunião do Conselho Político do DEM, semana passada, em São Paulo, a preferência por Serra vem desde 2006, quando o PSDB optou pela candidatura de Geraldo Alckmin. "Erro não se repete", adverte. Por isso mesmo, a aposta agora é em Serra.
Abin agiu fora da lei, diz delegado
O delegado Amaro Vieira, que preside o inquérito que apura o vazamento da Operação Satiagraha, afirmou ontem à CPI dos Grampos estar comprovada participação ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na ação da Polícia Federal que provocou a prisão temporária do banqueiro Daniel Dantas, entre outros. Segundo relatos de deputados da comissão, que ontem ouviram Vieira na sede da PF, em Brasília, o delegado disse não ter dúvidas de que ilegalidades foram cometidas.
Viana acusa Sarney de vazar informações
O senador Tião Viana (PT-AC) responsabilizou o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), pela divulgação da informação de que sua filha usou telefone celular da Casa em viagem ao México. As declarações do petista foram dadas antes de o governo desencadear uma operação para que Viana não entrasse em atrito com Sarney. "Só posso responsabilizar o Sarney por isso. Me informaram que ele está por trás de todas essas coisas", disse Tião, que perdeu as eleições para a presidência do Senado para Sarney. "Virei um espantalho. Do jeito que a coisa está andando aqui dentro, corro risco de vida", afirmou. Para ele, o extrato da conta de celular só foi obtido porque "invadiram o meu sigilo telefônico".
Grupo de senadores quer tirar critério racial de cotas
O projeto de lei que cria cotas nas universidades federais poderá sofrer mais uma alteração no Senado. Um grupo de senadores, encabeçado pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Demóstenes Torres (DEM-GO), quer retirar da proposta o artigo que reserva parte das vagas para estudantes negros e indígenas. No voto em separado que pretendem apresentar na comissão, os parlamentares vão argumentar que o projeto, do jeito que está, pode criar uma divisão racial no País. "Atemoriza a possibilidade de dividirmos o País", diz o senador Demóstenes. "Acho que é um risco fomentar a desigualdade racial. Precisamos nos preocupar com o pobre, seja negro ou branco." A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), relatora do projeto na comissão, quer mantê-lo com as mesmas propostas que vieram da Câmara, onde foi aprovado no ano passado.
Jornal do Brasil
Emprego freia recessão
A economia brasileira teve em fevereiro um saldo positivo de 9.179 novos postos de trabalho, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. No mês anterior, as demissões superaram as contratações, resultando em fechamento de cerca de 100 mil vagas. Apesar de ter sido o pior fevereiro desde 1999, para governo e especialistas essa recuperação no mercado de trabalho mostra uma nova tendência: ao invés de queda abrupta e recessão, início de recuperação.
Lula: reajuste depende da crise
O presidente Lula declarou que só deverá reajustar os salários do funcionalismo público este ano num quadro de esfriamento da crise econômica. O governo tinha prometido o aumento a entidades: "Só não cumprirei esse acordo se houver anormalidade. Mas, como terei que decidir em junho, por que ter pressa agora?"
Correio Braziliense
Servidor fica mais longe do reajuste
Prometida para junho a várias categorias de servidores civis, a segunda parcela do reajuste salarial do funcionalismo será mesmo adiada, sem nova data para vigorar. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, deu início ontem à estratégia de comunicar a má notícia aos trabalhadores sem, no entanto, falar com todas as letras que o aumento de 2009 foi tragado pela crise econômica mundial. “O governo terá que fazer muita restrição orçamentária”, avisou Bernardo a dirigentes dos sindicatos mais representativos, chamados para uma reunião de emergência. Segundo contaram os trabalhadores, restou claro do encontro que o dinheiro só sairá se a economia brasileira der uma guinada fantástica nos próximos dois meses, algo em que nem eles mesmos acreditam. Sobre o assunto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva procura manter o otimismo. “Minha ideia é cumprir o acordo. Só não cumprirei o acordo se houver anormalidade”, declarou.
Gastança e muito luxo
Quando chegar ao Senado nos próximos dias, a Fundação Getúlio Vargas vai descobrir que a Casa tem uma frota de 165 veículos, dezenas de diretores sem uma função determinada, e gastos milionários com telefonia, despesas médicas, passagem aérea, consultoria, combustíveis, além de uma bilionária folha de pagamento. Vai se deparar, por exemplo, com um número guardado até hoje sob sigilo: 1,8 mil funcionários terceirizados. Cerca de R$ 200 mil, por exemplo, foram depositados no ano passado nas contas dos buffets mais caros da cidade. No período, a Casa despejou R$ 369 mil de dinheiro público com “festividades e homenagens”, quase o dobro do ano anterior. O Senado guarda a sete chaves, sob o discurso do sigilo pessoal, as despesas médicas de senadores, familiares e servidores. Os valores chamam atenção. Somente em 2008, R$ 60 milhões caíram na conta de hospitais privados e clínicas famosas de Brasília e São Paulo.
Tião e Sarney em guerra
A crise administrativa do Senado transformou-se numa guerra de bastidores entre o petista Tião Viana (AC) e a família Sarney. O clima interno no Senado piorou ainda mais e lideranças partidárias entraram em campo para acalmar os ânimos. O petista credita na conta dos aliados do presidente do Senado o vazamento de que emprestou um telefone celular da Casa para a filha viajar ao México por duas semanas em janeiro. Na época, Viana estava em plena campanha para presidir o Senado com o discurso pela moralização e renovação da Casa. Perdeu a eleição para José Sarney (PMDB-AP). O petista é apontado por setores do PMDB como o responsável por recentes denúncias sobre irregularidades na administração do Senado. O troco teria vindo com a divulgação de que ele repassou à filha um telefone pago pela Casa. Viana acusa setores da Casa de quebrarem seu sigilo telefônico, mas a informação teria partido de um ofício repassado por funcionários do senador em 2 de janeiro ao serviço de telefonia do Senado pedindo aval para o uso do telefone no exterior. O parlamentar não viajou no período.
Eles voam, nós pagamos
Proposta dos ministros Nelson Jobim e Mangabeira Unger eleva em 3% preço dos bilhetes aéreos para subsidiar companhias regionais no Norte e no Nordeste.
Bate-boca no STF por causa de índios
Ao divergir sobre a criação da reserva Raposa Serra do Sol, os ministros Marco Aurélio de Mello e Carlos Ayres Britto trocaram palavras ríspidas. “Eu não interrompi vossa excelência e espero não ser interrompido”, queixou-se Ayres Britto. “Vossa excelência falou como se eu tivesse delirado aqui”, respondeu Marco Aurélio.
Deputados “estudam” fim da mordomia
Um dia depois da revelação, pelo Correio, da farra no pagamento do auxílio-moradia, deputados anunciam disposição de extinguir pagamento. Proposta, no entanto, é inconsistente.
Palácio fecha acordo com Temer
O Palácio do Planalto deu sinal verde à proposta do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), sobre as mudanças nas votações das medidas provisórias. Com as alterações, além de enfraquecer a oposição, o governo conseguiu, em troca do apoio do parlamentar, compromisso do peemedebista de usar as sessões sem a pauta trancada para votar projetos considerados prioritários, como a reforma tributária. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve conhecimento prévio da decisão de Temer graças a um encontro entre o presidente da Câmara e ministros do governo. E recebeu positivamente a mudança por entender que conseguirá emplacar projetos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento de combate à crise que dependem do Congresso.
Collor quer voltar a Alagoas
Humilde nas atitudes, arrependido pelos erros cometidos, contido nas palavras sobre os ex-desafetos, o ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB-AL) está de volta à política como quem refaz os próprios passos. Não admite uma futura candidatura à Presidência, mas é candidatíssimo ao governo de Alagoas, no qual se notabilizou como “caçador de marajás”, a ponto de transformar o pequeno estado do Nordeste numa catapulta para o Palácio do Planalto. “Do jeito que as coisas estão, vou acabar sendo candidato ao governo”, admite Collor, em razão do desentendimento entre o governador alagoano Teotônio Vilela Filho (PSDB) e o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB), outro cacique da política local. Collor explica que Renan apoiou a eleição de Vilela com o compromisso de ele não concorrer à reeleição, mas o atual governador de Alagoas gostou do cargo. Como Renan discorda da condução dada ao governo local pelo tucano, quer que o ex-presidente da República dispute o governo estadual. Collor gostou da ideia e está animado. Passou dois anos se fingindo de morto no Senado Federal: “Eu tenho um perfil mais Executivo, precisava me ambientar mais, conhecer melhor a Casa”.
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