FOLHA DE S. PAULO
Juro real dos EUA fica negativo com 6º corte seguido
Em mais uma tentativa de golpear a recessão que ronda a economia norte-americana e reanimar os mercados, o Federal Reserve (o banco central dos EUA) baixou a taxa básica de juros dos EUA em 0,75 ponto percentual, para 2,25%. É o sexto corte desde setembro passado, quando a crise imobiliária começou a contaminar outros setores. A medida reanimou os mercados após as fortes perdas da véspera. A Bolsa de Nova York subiu 3,5%, e a Bovespa, 3,2%. Agora, a taxa se iguala à de dezembro de 2004. "A ação deve ajudar a promover um crescimento moderado por algum tempo e amenizar os riscos da atividade econômica", afirma o Fed, em comunicado. "Os riscos para o crescimento, no entanto, continuam." Na mesma reunião, a autoridade monetária americana baixou a taxa de redesconto em 0,75 ponto percentual, para 2,50%.
Criação de empregos formais no primeiro bimestre é recorde
O mercado de trabalho formal apresentou expansão recorde no primeiro bimestre de 2008. Nos dois primeiros meses do ano, o número de novos postos com carteira assinada alcançou 347.884 vagas, o que representa o melhor resultado para o primeiro bimestre desde 1992. O saldo ficou 37% acima do registrado no período janeiro-fevereiro de 2007. Na avaliação do Ministério do Trabalho, o desempenho do mercado formal nos próximos meses (março, abril e maio) será ainda melhor, já que tradicionalmente se trata de um período de forte geração de emprego. "Começou muito turbinado o primeiro bimestre. Vamos viver o melhor ano do emprego. A demanda interna está aquecida, e os setores produtivos estão produzindo mais. Não há risco de inflação", disse ontem o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Nas contas de Lupi, 2008 deve gerar o recorde de 1,8 milhão de vagas formais. No ano passado, melhor ano do emprego com carteira assinada, foi criado 1,617 milhão de postos. Nem a crise financeira que sacode os mercados globais abala o otimismo do ministro. "Mesmo assim, a economia brasileira tem resistido com muita calmaria e tranqüilidade", disse.
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Desalojados por obra do PAC vão para contêineres
Um projeto habitacional com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) se transformou num ponto de discórdia em Gravataí, região metropolitana de Porto Alegre. Para viabilizar o programa de recuperação de uma área irregular, a prefeitura do PT levou famílias para morar em contêineres de metal de 15 m². Dezesseis contêineres foram instalados em uma área pública que seria destinada a uma praça ou a uma creche, mas o projeto nunca saiu do papel. A promessa da prefeitura é que as famílias permaneçam nos contêineres por cinco meses. Sobre os contêineres foi feita uma estrutura de madeira e colocado plástico para tentar amenizar o calor, um dos principais problemas do local, que não é arborizado. Ontem, na chegada das primeiras famílias, houve protesto da oposição e moradores da área irregular, próxima do arroio Barnabé, fecharam o acesso a uma ponte que cruza o arroio por duas horas. "É imoral. Nem a prisão é assim", disse o vereador do PMDB Nadir Rocha, da comissão de saúde da Câmara.
"É impossível governar sem medida provisória", diz Lula
Depois de autorizar a negociação de mudanças nas regras para a proposição de medidas provisórias pelo governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, em Campo Grande (MS), ser "impossível" governar sem as MPs.
"Qualquer deputado ou senador sabe que é humanamente impossível governar sem medida provisória, porque o tempo e a agilidade que as coisas costumam acontecer, muitas vezes, são mais rápidos que o tempo das discussões democráticas necessárias no Congresso", disse Lula, em entrevista.As MPs ganham força de lei assim que publicadas no "Diário Oficial", antes mesmo de serem discutidas pelos congressistas.
Temor de derrota faz governo negociar mudanças sobre MPs
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já avalia que terá de fazer alguma concessão ao Congresso para manter o atual poder de editar MPs (medidas provisórias). Os governistas estão divididos. Uma parcela fechou com a oposição, causando uma disputa política que paralisa a Câmara dos Deputados. A Folha apurou que o governo já considera que perderá a batalha na comissão especial que analisa uma PEC (proposta de emenda constitucional) para dar novo rito à edição de MPs. Sua esperança é negociar um projeto aceitável ou simplesmente dinamitar a votação da PEC em plenário, pois os defensores de mudanças precisam do apoio mínimo de 308 deputados. Precisa ser aprovada também no Senado, por pelo menos 49 congressistas.
Resolução da OEA rechaça ataque da Colômbia às Farc no Equador
A reunião de chanceleres da OEA (Organização dos Estados Americanos) para ratificar o processo de paz entre a Colômbia e o Equador reabriu os ataques entre os dois países, não avançou nos termos políticos e não chegou a nenhum resultado prático, por falta de consenso. A questão foi empurrada para a Assembléia Geral da instância, em junho, em Medellín. A resolução final foi lida à 1h10 (2h10 de Brasília) da madrugada de ontem, "rechaçando" o bombardeio colombiano contra as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em território equatoriano; registrando o pedido de desculpas e o compromisso do país de não repeti-lo "em nenhuma circunstância"; e reiterando que todos os países se comprometem a combater "ações de grupos irregulares ou organizações criminais". Houve uma guerra não só política, mas jurídica. O Equador e a maioria dos países defenderam e conseguiram a citação dos artigos 19 e 21 da Carta da OEA, que condenam a ingerência e a violação territorial em qualquer hipótese. Os EUA e a Colômbia tentaram, sem sucesso, "equilibrar" o texto incluindo o artigo 22 da Carta, que abre exceção para o caso de "legítima defesa".
O ESTADO DE S. PAULO
Fed corta juros em 0,75 ponto e bolsas reagem com forte alta
O corte dos juros americanos em 0,75 ponto para 2,25% ao ano e a divulgação do balanço de algumas instituições financeiras devolveram o ânimo aos investidores ontem, depois do pessimismo de segunda-feira. As bolsas mundiais fecharam o dia em forte alta, as commodities voltaram a se valorizar e o dólar ganhou força ante o euro. A moeda européia, que vinha de recordes consecutivos de alta, terminou o dia com queda 1,05%, cotado em US$ 1,5621.
Lula diz que não dá para governar sem MPs
Um dia depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva orientar seus líderes no Congresso a não permitir o fim das medidas provisórias, parlamentares aliados entraram firmes na defesa do ponto que mais interessa ao Palácio do Planalto: a manutenção do trancamento da pauta da Câmara e do Senado após 45 dias de edição de MP até que seja votada pelas duas Casas. Com esse dispositivo, Câmara e Senado ficam impedidos de deliberar em plenário a respeito de qualquer outro projeto enquanto não decidirem sobre medida provisória que tranca a pauta. Logo depois de o relator do projeto na comissão especial da Câmara, deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), formalizar sua proposta do fim do trancamento de pauta na reunião de ontem, parlamentares governistas levantaram propostas alternativas que, no fundo, são uma nova forma de bloqueio dos trabalhos. Há proposta também para mudar o prazo de trancamento, atualmente de 45 dias depois da edição da MP, para 105 dias, ou seja, nos últimos 15 dias de sua vigência. A medida provisória perde sua validade se não for aprovada até 120 dias depois de ter sido editada.
Recorde de empregos com carteira assinada
A economia brasileira abriu 204,9 mil novos empregos com carteira assinada em fevereiro, um resultado 38,5% superior ao saldo de fevereiro de 2007. Segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, divulgados ontem, o resultado do mês passado é o novo recorde da série histórica, iniciada em 1992, para os meses de fevereiro. No primeiro bimestre do ano, estão acumuladas 347,9 mil novas vagas, um saldo 37% maior que o verificado no mesmo período do ano passado. As melhores marcas de geração de empregos formais, tanto em fevereiro quanto no bimestre, eram de 2006. Com as novas vagas abertas em fevereiro, o estoque de empregos formais da economia cresceu 0,7%, para 29,3 milhões de postos.
Funai alerta para avanço da cocaína entre índios
Na região amazonense do Alto Solimões, na fronteira do Brasil com o Peru e a Bolívia, os índios brasileiros enfrentam uma nova ameaça: o avanço da cocaína em suas comunidades. De acordo com o administrador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Tabatinga, o ticuna Davi Félix Cecílio, a droga está presente na maioria das 230 aldeias da região, nas quais vivem cerca de 54 mil índios. A situação mais grave é a da comunidade de Umariaçu, que fica na área urbana de Tabatinga. "Pela minha estimativa, de cada cinco jovens dali, um já está viciado", disse Cecílio.
Invasão colombiana é repudiada pela OEA
Os países latino-americanos rejeitaram a tentativa dos Estados Unidos de lançar no continente seu princípio de "guerra preventiva". A resolução da Organização dos Estados Americanos (OEA) repudiando a incursão da Colômbia no Equador, assinada na madrugada de ontem, isolou os EUA, segundo fontes diplomáticas. Os EUA queriam que a resolução fizesse menção ao direito de "legítima defesa" da Colômbia contra as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), como justificativa para a invasão do território equatoriano. Para os americanos, era uma estratégia legítima atacar uma "entidade terrorista" em outro país de forma preventiva.
O GLOBO
Dengue se alastra e Rio já tem 45 casos por hora
O Rio já vive uma epidemia de dengue desde janeiro, segundo um dos maiores especialistas no assunto, Roberto Medronho, do Núcleo de Saúde Coletiva da UFRJ. Estão sendo confirmados 45 novos casos da doença por hora. A média de casos por dia tem sido de cerca de 900, mas ontem foram registrados mais 1.100. Desde janeiro, 20.269 pessoas ficaram doentes em decorrência da dengue e 28 morreram. A Secretaria municipal de Saúde, porém, nega que haja epidemia. O prefeito César Maia diz que isso só ocorreu em janeiro, mas o avanço da doença foi contido.
Mosquito võou no vácuo do poder público
Especialistas observam que erros de todas as esferas de governo favorecem a proliferação do mosquito transmissor da dengue, em níveis intoleráveis.
Lula: sem MPs é impossível governar
Em resposta às pressões por mudanças na tramitação das MPs, o presidente Lula disse que é "humanamente impossível" governar sem medidas provisórias.
EUA: juros caem e bolsas têm trégua
Apesar de grandes bancos americanos – como Lehman Brothers e Goldman Sachs – terem anunciado que seus lucros caíram à metade no último trimestre, o mercado respirou aliviado ontem. O Fed, banco central dos EUA, reduziu em 0,75 ponto percentual (para 2,25% ao ano) sua taxa de juros e, segundo analistas, mostrou que está no controle da situação. A expectativa era de que a baixa poderia ser de até um ponto. O Dow Jones subiu 3,51% e o Nasdaq, 4,19%. As bolsas européias subiram mais de 3%. NO Brasil, 3,20%. Analistas já temem bolhas especulativas nos preços de produtos agrícolas e metais.
CORREIO BRAZILIENSE
Concurso da Câmara suspenso por 180 dias
Uma liminar da Justiça Federal suspendeu por 180 dias o concurso da Câmara dos Deputados. A seleção tem 117.876 mil candidatos inscritos, que concorrem a 212 vagas distribuídas em 14 cargos. O juiz Antônio Corrêa atendeu a um pedido do Ministério Público Federal, que considera irregular a divulgação dos critérios de correção das provas discursivas após o anúncio das notas obtidas pelos candidatos. Na ação que pede a anulação do concurso, a promotoria também contesta a identificação nominal das provas, pois caracterizaria uma violação ao princípio de impessoalidade. A Fundação Carlos Chagas e o Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento (Cefor), organizadores do exame, terão de demonstrar que não houve prejuízo aos candidatos na realização das provas.
CPIs travam com maioria governista
Com mais votos nas CPIs dos Cartões e das ONGs, base aliada barra a investigação dos gastos da Presidência, a convocação de Dilma Rousseff e a análise da movimentação financeira de petistas.
Notas fiscais superfaturadas
TCU descobre suposto esquema de desvio de dinheiro com aluguel de carros para a Presidência da República em 2004 e contrato é cancelado. Locadora recebeu R$ 3,9 milhões em nove meses.
BC investiga crediário
Para evitar uma crise semelhante à bolha imobiliária nos EUA, governo aperta fiscalização sobre instituições bancárias que financiam compra de carro. Fed reduz juros e acalma mercados.
Uma geração distante da escola
Pelo menos 60% dos adolescentes de até 19 anos não concluem o ensino médio. Governo tenta conter repetência.
400 espanhóis são mantidos no Recife
Após passar sete horas no aeroporto, passageiros de um vôo proveniente de Madri foram alojados em um hotel. Em São Paulo, Ministério Público cobra mais rigor na entrada de espanhóis.
JORNAL DO BRASIL
Crise faz Brasil temer o capital especulativo
O Fed, o banco central dos Estados Unidos, em nova medida para estancar a crise econômica do país, reduziu a taxa anual de juros para 2,25%, ampliando a diferença em relação ao Brasil (11,25%). A decisão causa temor entre economistas porque aumenta a atração por investimento especulativo no mercado brasileiro. Analista do El País, no entanto, destaca que o Brasil soube combinar estabilidade com desenvolvimento.
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