Estado de S. Paulo
Marta cai 4 pontos, Kassab sobe 9 e empata com Alckmin em 2º
O prefeito Gilberto Kassab (DEM) subiu 9 pontos em duas semanas e alcançou o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), que oscilou 1 ponto para menos – agora, os dois têm 21% das intenções de voto dos eleitores paulistanos, revela pesquisa Ibope contratada pelo Estado e pela TV Globo. A ascensão de Kassab contrasta com uma nova queda na intenção de voto da candidata Marta Suplicy (PT), que perdeu 4 pontos porcentuais e agora tem 35%.
Há duas semanas, Kassab tinha 12%, Alckmin, 22%, e Marta 39%. O prefeito foi o único candidato a crescer nas pesquisas desde o início da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV. A rejeição a Marta subiu 5 pontos porcentuais – tinha caído para 26% e agora voltou passou para 31%. A de Kassab oscilou 2 pontos para menos: era de 24% e agora é de 22%. A de Alckmin continua estável em 12%.
Prefeito desconta 17 pontos no segundo turno
Em duas semanas, o candidato Gilberto Kassab (DEM) descontou 17 pontos porcentuais na simulação de segundo turno contra a candidata Marta Suplicy (PT): na pesquisa publicada pelo Estado no dia 30 de agosto, ele perdia por 55% a 32%, com uma diferença de 23 pontos; agora, seria derrotado por 48% a 42%, uma distância de apenas 6 pontos.
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Eduardo Paes sobe 8 pontos em 15 dias no Rio
O candidato do PMDB à Prefeitura do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, subiu oito pontos em duas semanas, chegou aos 27% de intenções de voto mas continua tecnicamente empatado com Marcelo Crivella, do PRB, que oscilou um ponto para baixo e agora tem 23%. Os números, divulgados ontem pela pesquisa Ibope encomendada pelo Estado e pela TV Globo, repetem o cenário da pesquisa anterior, em que a disputa já estava polarizada entre os dois.
Bem atrás deles vêm Jandira Feghali, do PC do B, com 9% (tinha 8% na pesquisa de 29 de agosto), e Fernando Gabeira, do PV, com 6% (tinha 5%). Solange Amaral (DEM) manteve os mesmos 5% e o petista Alessandro Molon agora tem 4% (estava com 2%). Outros cinco candidatos tiveram um ponto ou menos. Uma mudança significativa, nesses 15 dias, foi a redução do eleitorado "ausente" da disputa. A soma de brancos, nulos, que disseram não saber ou não responderam caiu de 31% para 23% dos 1001 entrevistados.
Petista mantém vantagem sobre rival do DEM no Recife
Depois de dar um salto de 17 pontos percentuais entre a metade e o final de agosto, o candidato do PT à Prefeitura do Recife, João da Costa, parou de subir. Segundo o levantamento do Ibope, encomendado pelo Estado e pela TV Globo, ele tem 46% das intenções de voto, uma oscilação negativa de um ponto em relação à pesquisa de duas semanas atrás.
O resultado ainda garante ao petista a vitória no primeiro turno, já que ele tem seis pontos a mais do que a soma dos índices dos adversários.
O adversário mais próximo de João da Costa, Mendonça Filho (DEM), também se estabilizou, com 21% das intenções de voto – tinha 22 no final de agosto. Na metade do mês passado, o candidato do DEM estava empatado tecnicamente com o petista (tinham 27% e 20%, respectivamente). A margem de erro do levantamento é de três pontos porcentuais para mais ou para menos.
Afilhado de Aécio e Pimentel mantém perspectiva de vitória no 1º turno
Apoiado pelos bem avaliados governador Aécio Neves (PSDB) e prefeito Fernando Pimentel (PT), o candidato Márcio Lacerda (PSB) manteve a perspectiva de vitória folgada no primeiro turno em Belo Horizonte: ele oscilou para 42% (40% na última pesquisa, há duas semanas) e supera em 13 pontos porcentuais (11 pontos na última) o total da intenção de voto dos adversários, segundo pesquisa Ibope contratada pelo Estado e pela TV Globo. Na rodada anterior, Lacerda havia quadruplicado as intenções de voto, assumindo a dianteira da corrida.
Na pesquisa espontânea, em que os entrevistados indicam um nome sem ler a lista de candidatos, Lacerda lidera com folga maior ainda: tem 37%, contra 20% de todos os adversários juntos, evidenciando que seu nome está suficientemente popularizado. Em meados de julho, outra pesquisa Ibope lhe atribuía apenas 8%, enquanto a candidata Jô Moraes (PC do B) tinha 17%. Agora, Jô caiu para 12%.
Marta aposta em racha PSDB-DEM para levar 2º turno
Apesar dos ataques cada vez mais acirrados à petista Marta Suplicy, a campanha da ex-ministra acha que conseguirá escapar de uma "frente anti-Marta" no segundo turno. Depois de confirmada a expectativa de que ela ficaria na linha de tiro no debate da Band, anteontem à noite, petistas apostam na ruptura da aliança PSDB-DEM para evitar a união de forças da maioria dos demais candidatos na reta final da disputa.
Segundo o coordenador da campanha de Marta, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), a avaliação é de que o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (DEM) não conseguirão reatar completamente a aliança entre seus partidos. "As fissuras serão grandes demais e eles não terão um resultado tão forte."
Maluf elogia desempenho do prefeito no debate
Ao ser questionado ontem sobre o desempenho dos concorrentes no debate da Band, anteontem à noite, o candidato do PP à prefeitura paulistana, Paulo Maluf, apontou sem pestanejar o vencedor: "Paulo Maluf." Apesar do auto-elogio, o ex-prefeito voltou a dar sinais de quem pode receber o seu apoio em um eventual segundo turno: "O Kassab deu boas respostas e conseguiu se manter calmo. Acho que ele esteve bem todo o tempo." Em seus compromissos, ele nunca critica o prefeito.
Os candidatos do PT e PSDB, Marta Suplicy e Geraldo Alckmin, receberam tratamento oposto de Maluf. O ex-prefeito, que ontem promoveu uma carreata pelo bairro de Guaianases, na zona leste, afirmou que "deu o tom do debate" ao iniciar, ainda na sua apresentação, os ataques à petista. "A Marta parecia muito abalada, como se tivesse recebido uma notícia ruim de última hora. Até fisicamente ela parecia em más condições", afirmou.
Com 1% no Ibope, Ramos quer resgatar brizolismo no Rio
O candidato do PDT à Prefeitura do Rio, deputado estadual Paulo Ramos, nada contra a corrente na campanha carioca. Ao contrário dos outros concorrentes de partidos da base governista, ele não evoca a proximidade com o presidente Lula nem promete parcerias milionárias com a União. Em entrevista ao Estado, Ramos disse que votou contra a adesão do PDT ao governo e chamou de "laranjas" os candidatos do PMDB, do PC do B, do PT, do PRB, aliados do presidente, e do DEM, partido do prefeito Cesar Maia. Em alguns momentos, chegou a chamá-los de "laranjas podres".
País revive ”anos dourados” da era JK, afirma Lula
Com as pesquisas de opinião apontando uma taxa de popularidade alta como nunca, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou um evento modesto – a abertura de uma exposição no Memorial JK, em comemoração aos 106 anos de nascimento do presidente Juscelino Kubitschek – para proclamar que o Brasil vive hoje um momento semelhante aos "anos dourados" da era JK. Lula tomou o cuidado de não comparar-se pessoalmente ao fundador de Brasília. Mas o discurso, ouvido por um auditório ocupado apenas pela metade, foi pontuado por paralelos: a origem humilde, o desejo de fazer do Estado o planejador do desenvolvimento e até o fato de Juscelino ter sido "achincalhado" sem nunca levantar a voz.
Opportunity estuda venda de banco
Novamente alvo de investigações financeiras, os controladores do grupo Opportunity estudam se desfazer do banco e ficar apenas com as gestoras de recursos. Para a instituição, a ação da Polícia Federal na Operação Satiagraha prejudicou a imagem do banco, que tem como sócio-fundador Daniel Dantas, principal alvo da investigação que apura gestão fraudulenta, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Na quarta-feira, como conseqüência da Satiagraha, a 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo determinou o bloqueio de R$ 545 milhões de sócios e diretores do banco e também das gestoras de recursos. Na operação, deflagrada em 8 de julho, foram presos Dantas e mais 17 pessoas, acusadas de crimes financeiros. Todas foram libertadas por ordem judicial. Um dos maiores críticos da ação – tanto pelo uso de algemas como pelas prisões – foi o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que soltou Dantas.
Mendes teme parceria Abin-PF
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, disse ontem em São Paulo que "tem medo" de episódios como a parceria entre a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no curso da Operação Satiagraha, que investiga suposto esquema de lavagem de dinheiro envolvendo o banqueiro Daniel Dantas. "Eu tenho muito medo de um estado de descontrole nessa área", declarou o ministro. "O episódio é um sintoma de que algo não vai bem nessa área, nessa integração que está carecendo de uma melhor institucionalização. É muito perigoso um descontrole numa área que é extremamente sensível e pode descambar para violações de direitos de forma sistêmica, sistemática."
Na Operação Satiagraha, o delegado Protógenes Queiroz, que comandou a investigação, utilizou 52 agentes da Abin. O caso levou à queda do diretor-geral da agência, Paulo Lacerda. "É um número preocupante", observou o ministro ao se referir ao efetivo da Abin em uma operação da alçada exclusiva da PF. "Vi nos jornais que houve mais agentes da Abin do que da PF nessa operação. Eu acho que isso precisa ser realmente examinado. Temos de nos debruçar sobre isso. Realmente, é legal essa cooperação nesse nível de atuação? Não parece ser essa a atividade precípua a que se deve dedicar a Abin."
Ex-agente tenta evitar prisão
O ex-agente do Serviço Nacional de Informações (SNI) Francisco Ambrósio do Nascimento entrou ontem com dois pedidos de habeas corpus preventivo junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a CPI dos Grampos e a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência. O objetivo do pedido é livrar o ex-agente do risco de ser preso durante os depoimentos que deverá prestar a essas comissões.
Nascimento pede ao STF que lhe seja concedido um salvo-conduto para que ele não seja obrigado a assinar um termo de compromisso; para que possa ficar em silêncio se julgar melhor; para que possa exercer o direito de não se auto-incriminar; para que possa ter assessoria de seus advogados e se comunicar com eles durante seu depoimento; para que possa tirar cópias do procedimento investigatório antes dos depoimentos às CPIs.
Equipamentos que podem fazer grampo serão periciados
A Polícia Federal e demais órgãos do Ministério da Justiça começaram ontem a entregar à Justiça maletas e equipamentos com suposta capacidade de fazer grampos sem passar por operadoras de telefonia. A medida foi determinada na última quarta-feira pela juíza Maria de Fátima Costa, da 10ª Vara da Justiça Federal.
As maletas serão submetidas à perícia do Ministério Público, que quer saber se órgãos públicos estariam burlando a lei e realizando escutas telefônicas sem autorização judicial, como suspeitam o Supremo Tribunal Federal (STF) e setores do Congresso.
A análise das maletas será feita pelo Grupo de Controle Externo da Atividade Policial (PIC), do Ministério Público, que usará peritos próprios e não os do Instituto Nacional de Criminalística (INC), da PF, como de praxe, uma vez que o órgão também é alvo agora.
Tarso prega ”novo pacto” entre agência e polícia
O ministro da Justiça, Tarso Genro, quer um "novo pacto" entre a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e anuncia que começará a tratar do tema com o general Jorge Félix quando as investigações sobre o escândalo do grampo forem concluídas. "A relação entre a PF e a Abin precisa de uma exatidão matemática, que não permita qualquer liberdade entre pessoas das duas agências. Essa será a questão-chave quando investigação acabar", afirmou. Segundo ele, essa teria sido a principal lição dos escândalos envolvendo os grampos feitos pelos agentes.
Tarso, que esta na Suíça, disse que desconhecia a informação de que o diretor da Abin, Paulo Lacerda, teria sido definitivamente afastado do cargo. Segundo ele, Lacerda continua afastado, mas trabalhando no Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Titular de vara de lavagem cobra provas de ministro
Em debate ontem na TV Estadão, o juiz federal Sergio Fernando Moro cobrou do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, provas de suas acusações às varas de lavagem de dinheiro. Para Mendes, juízes se unem a procuradores e à Polícia Federal formando redutos "parajurídicos". "É uma afirmação bastante grave. O que se espera é que essas acusações venham com provas, senão ficamos com a necessidade de simplesmente rebater as afirmações, dizendo que são inverídicas, fantasiosas", disse o titular da 2ª Vara Criminal Federal de Curitiba.
Grupo teme que súmulas virem ”MPs do Supremo”
Criado para zelar pela Constituição, o Supremo Tribunal Federal (STF) passou a ser acusado de descumpri-la com a edição de súmulas vinculantes que não seguiriam à risca as exigências legais e já é alvo de reações. Integrantes do governo, do Ministério Público e parlamentares do governo e da oposição começam a mostrar preocupação com a edição de súmulas vinculantes pelo STF e iniciam um movimento para conter o tribunal. O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, revelou a parlamentares preocupação com o procedimento adotado pelo tribunal.
Desde que o ministro Gilmar Mendes assumiu a presidência do Supremo, 10 súmulas vinculantes foram editadas. Até então, apenas três súmulas tinham sido julgadas.
"Não há nenhum exagero. O tribunal faz as súmulas com grande parcimônia", defendeu-se Mendes. E acrescentou que as medidas provisórias editadas pelo governo são mais danosas ao Legislativos que as súmulas do Judiciário. "O Legislativo reclama hoje da usurpação que faz o Executivo com as MPs e o trancamento de pauta. Isso sim eu acho muito mais sério e mais perigoso para a funcionalidade do Congresso", afirmou.
Projeto sai da gaveta no Congresso
Apesar da polêmica e das críticas levantadas contra as súmulas vinculantes, o ativismo do Judiciário tem obrigado o Congresso a tirar da gaveta projetos que tratam de grampo telefônico, nepotismo e uso de algemas. O exemplo principal é a súmula que limitou o uso de algemas. O texto foi editado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 13 de agosto. Uma semana depois, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou projeto sobre o tema, que tramitava desde 2004.
Fora do STF, mas também sob comando do ministro Gilmar Mendes, o Conselho Nacional de Justiça aprovou nesta semana resolução para regular as autorizações judiciais para escutas. No dia seguinte, a CCJ do Senado votou projeto que tornou mais severas as penas para grampos ilegais. O texto estava parado desde 2007.
"Estamos perdendo importância para o Executivo, porque não devolvemos as medidas provisórias, e estamos perdendo importância para o Judiciário, que está mais ativo", admitiu o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). "Como o Legislativo não vota, o Supremo acaba por preencher esse vácuo", disse o presidente da OAB no Rio, Wadih Damous.
”MP é, hoje, um monstro andrógino”, diz Jefferson
Denunciado pelo Ministério Público Federal como líder da quadrilha que atuava nos Correios, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) usou ontem seu blog para se defender e criticar os acusadores. "Sempre fui adversário dos privilégios do Ministério Público, da distorção institucional que se tornou", escreveu, lembrando que no debate sobre a Lei Orgânica da Magistratura, foi o único que "enfrentava" os promotores. "Para mim, o MP é, hoje, um monstro andrógino."
O Ministério Público o acusou de manter contatos constantes com Fernando Godoy, assessor dos Correios, e Maurício Marinho, que apareceu em gravação recebendo propina. Jefferson garante que o número de telefone apontado na denúncia, pelo qual teria feito 198 ligações para o primeiro e 50 para o segundo, nunca foi dele.
O ex-deputado rebateu a acusação de ser o "chefe de uma quadrilha", supostamente com base na amizade com Roberto Garcia Salmeron, indicado pelo PTB para a Eletronorte e também denunciado. "A Eletronorte nada tem a ver com os Correios e amizade nunca foi crime, pelo menos não era", refutou. O blog traz a íntegra da denúncia, que, segundo Jefferson, "é um texto de contradições, ilações, presunções – tudo menos um texto apto a iniciar uma ação".
TREs querem rigor contra ”fichas-sujas”
Em São Luís, o Colégio de Presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais aprovou por unanimidade moção proposta pelo presidente do TRE do Rio, desembargador Roberto Wider, que pede urgência na criação de lei que regulamente o exame da vida pregressa para concessão de registro de candidatura. Pela proposta, quem tiver condenação em primeira instância não pode se candidatar.
TJ acolhe denúncia contra prefeito
A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais acolheu denúncia contra 11 integrantes da administração pública de Passos. Entre os envolvidos estão o prefeito da cidade, o presidente da Câmara e secretários municipais. Segundo o Ministério Público, os acusados criaram, em 2005, esquema de licitações fraudulentas. Os envolvidos negam a acusação e se dizem perseguidos.
Relator da ONU se queixa do STF e ministro reage
O relator da ONU para o direito dos povos indígenas, James Anaya, revelou ao Estado, em Genebra, que foi impedido de se encontrar com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em sua recente visita ao Brasil. "Pedi um encontro com eles (ministros), mas foi negado. Até hoje não sei bem por quê", afirmou Anaya. Ele reconheceu, contudo, que o encontro teria sido polêmico.
O ministro do STF Carlos Ayres Britto, também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), reagiu. "Entendo que o Brasil não precisa, para proteger seus índios, da ONU e das ONGs estrangeiras, porque a Constituição já o faz melhor do que qualquer outra do mundo. Basta cumprir a Constituição para que as etnias indígenas tenham reconhecido seu extraordinário valor", disse ele, em Brasília.
Folha de S. Paulo
Kassab vai a 21%, contra 20% de Alckmin; Marta tem 37%
Em trajetória ascendente, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) chegou a 21% das intenções de voto e está tecnicamente empatado com o tucano Geraldo Alckmin, que tem 20%, revela pesquisa Datafolha. Apesar do empate técnico, essa é a primeira vez que Kassab aparece numericamente à frente de Alckmin na corrida pela Prefeitura de São Paulo. Isolada na liderança, Marta Suplicy (PT) tem 37% da preferência.
O ex-prefeito Paulo Maluf (PP) permanece com 8% das intenções. A pesquisa foi realizada nos dias 11 e 12. E a margem de erros é de três pontos percentuais, tanto para mais como para menos.
Ainda segundo o Datafolha, Kassab subiu três pontos, passando de 18% para 21%, em uma semana. Alckmin oscilou dois pontos para baixo em comparação à pesquisa anterior, realizada nos dias 4 e 5. Marta, que estava com 40%, sofreu oscilação negativa de três pontos.
Aprovação da gestão Kassab bate 5º recorde e atinge 50%
A gestão de Gilberto Kassab (DEM) à frente da Prefeitura de São Paulo bateu seu quinto recorde consecutivo de avaliação e atingiu agora, de acordo com a mais recente pesquisa Datafolha, 50% de ótimo/bom.
Após o início do horário eleitoral gratuito de rádio e televisão, no dia 19 de agosto, o índice dos que aprovam o trabalho do prefeito cresceu dez pontos.
Infra-estrutura, lazer e regularização de áreas são soluções para extremo sul
Para melhorar a segurança no extremo sul, região mais violenta de São Paulo, os principais candidatos à prefeitura propõem infra-estrutura urbana, programas de cultura e lazer e o aumento do efetivo da GCM. Marta (PT), Alckmin (PSDB) e Kasssab (DEM) também prometem investir na linha 5 do metrô para reduzir o tempo até o trabalho. A regularização fundiária foi uma das saídas apontadas para resolver a falta de asfalto em áreas irregulares. Pela sexta semana, a Folha publica respostas dos candidatos a questões sobre cada região, baseadas em problemas identificados pelos moradores na pesquisa "DNA Paulistano". É o maior levantamento do Datafolha sobre São Paulo, com 28.389 entrevistados -4.093 no extremo sul.
Clima de ameaça marca campanha na líder de devastação
Alvo da Operação Arco de Fogo da Polícia Federal no início deste ano, contra a exploração ilegal de madeira, o empresário Gilberto Miguel Sufredini, 55, o Gilbertinho (PTB), é a esperança dos madeireiros para manter o poder nas eleições em Tailândia (PA), como indicam placas de campanha, com fotos e nome dele, nas entradas das madeireiras do município.
Tailândia é líder na extração de madeira no Brasil. Segundo dados do IBGE, em 2006 foi extraído 1,4 milhão de metros cúbicos de toras, volume avaliado em R$ 67,2 milhões.
A ameaça mais visível aos planos dos madeireiros é um jovem de 23 anos, João Paulo Vasconcelos (PRP). Sua campanha tem maior visibilidade porque usa ônibus, trio elétrico, carros de som e até um marqueteiro. Ele prega o fim das madeireiras ilegais.
O prefeito Paulo Liberte Jasper (sem partido), o Macarrão, que é madeireiro, apóia Gilbertinho. Também madeireiro, o secretário municipal do Meio Ambiente, Josefran da Silva Almeida, 41, o Frank, foi nomeado para o cargo em maio, após a Operação Arco de Fogo.
Essa ação da PF tem sido tema da eleição, pois houve até levante de moradores contra a polícia. O confronto começou quando um grupo se insurgiu contra a retirada da madeira apreendida nas empresas. A PF diz ter encontrado 13 mil metros cúbicos de madeira ilegal em Tailândia, incluindo na empresa de Gilbertinho.
Marta e Kassab usam dados distorcidos; Alckmin evita PCC
O prefeito Gilberto Kassab (DEM) e Marta Suplicy (PT) distorceram informações e números no debate de anteontem na TV Bandeirantes. Já Geraldo Alckmin (PSDB) fugiu de perguntas sobre a crise na segurança pública causada pela onda de ataques da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) em 2006.
Kassab afirmou no debate que as escolas de ensino fundamental da rede municipal de ensino contam com dois professores em sala de aula, nas séries iniciais do ciclo. Porém, além do quadro docente que atua regularmente nas unidades de ensino, as turmas de 1ª e 2ª séries contam com estagiários, em geral estudantes de pedagogia ou letras.
O atual prefeito disse ainda no programa da Band que fez 115 unidades de atendimento de emergência AMA (Assistência Médica Ambulatorial) na cidade. Todavia, 90% das AMAs foram instaladas em prédios de UBSs (Unidades Básicas de Saúde).
Para a criação das AMAs, a prefeitura da capital dividiu e reformou os espaços das UBSs, que antes eram totalmente destinados para as ações de saúde básica.
Alta aprovação a Lula é "sorte", diz oposição
A oposição ao governo no Congresso avalia que o recorde de aprovação obtido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em pesquisa Datafolha divulgada anteontem é coisa "momentânea" e diz que o presidente apenas está colhendo os frutos plantados no passado.
Na opinião dos oposicionistas, Lula deu "sorte" de o petróleo na camada pré-sal ter sido descoberto agora. Líderes da oposição também acusam o presidente de estar "permanentemente em campanha", o que reflete no levantamento.
"É claro que esse resultado é decorrência de sorte e muita campanha. O povo está achando que a descoberta do pré-sal é a solução de todos os problemas e põe isso na conta do Lula, mas é coisa de momento", avalia o líder do PSDB na Câmara, deputado José Aníbal.
Já o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), diz acreditar que grande parte da boa avaliação venha do momento econômico. O senador afirma, no entanto, que com a escalada da taxa de juros a economia não estará tão bem em 2009 e, conseqüentemente, a avaliação de Lula também cairá.
Para advogados, participação da Abin pode ameaçar futuro da Satiagraha
Advogados criminalistas afirmaram ontem que a participação de agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) na Operação Satiagraha, comandada pela Polícia Federal, poderá comprometer o futuro da investigação. Eles dizem que provas obtidas pelos agentes são suscetíveis de anulação porque a Abin não tem competência para investigar, atividade que cabe à Polícia Judiciária, no caso, à PF.
A polêmica se agravou na última quarta-feira, depois que o diretor do Departamento de Contra-Inteligência da Abin, Paulo Maurício Fortunato Pinto, declarou à CPI dos Grampos que o delegado da PF Protógenes Queiroz, ex-chefe da Satiagraha, recrutou 52 agentes por quatro meses. Até então, a Abin só admitia "participação eventual" de seus servidores.
A Satiagraha investiga supostos crimes financeiros atribuídos ao banqueiro Daniel Dantas, do Banco Opportunity, ao investidor Naji Nahas e ao ex-prefeito Celso Pitta, entre outros. Grosso modo, as provas se baseiam em escutas telefônicas, interceptações de e-mails e documentos apreendidos.
Segundo advogados ouvidos pela Folha, o primeiro passo será definir a efetiva participação de cada um dos agentes da Abin na investigação.
Governo entrega 11 maletas de escuta telefônica à Justiça
O governo entregou ontem à Justiça Federal 11 maletas de interceptação, sendo dez da Polícia Federal e uma do Depen (Departamento Penitenciário Nacional), órgão do Ministério da Justiça. Os equipamentos serão periciados pelo Ministério Público Federal, que investigará se eles foram usados em grampos clandestinos.
A entrega atendeu à decisão da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, que determinou o recolhimento em 24 horas de todas as maletas em poder de órgãos do governo. A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e a PRF (Polícia Rodoviária Federal), também alvos da liminar, informaram não ter aparelhos que interceptem ligações.
As maletas entregues podem fazer escutas em celulares sem depender das operadoras e, por isso, em tese, sem precisar de autorização judicial. A PF afirma que todas as suas escutas foram autorizadas e o Depen diz que usa seu único aparelho apenas para bloquear ligações.
Minitério muda projeto por pressão da PF
Após pressão do diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, o Ministério da Justiça acrescentou ao texto do projeto de lei feito pela pasta a possibilidade de responsabilizar quem for flagrado portando maletas de grampo sem a devida autorização. O governo será responsável por autorizar o transporte do aparelho.
Legislativo precisa reagir, afirma presidente do STF
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, usou uma aula anteontem à noite no Senado para discutir o vácuo no Legislativo. Aos alunos, assessores da Casa que orientam os senadores, o ministro disse que a "funcionalidade do Congresso está afetada, por isso o tribunal está caminhando para tomar decisões, ainda que provisórias".
O ministro foi cobrado a explicar as recentes decisões do Supremo sobre assuntos que o Congresso deveria legislar. "O modelo que se sugere é de cooperação, em que você tenta tornar funcional a decisão, mas, ao mesmo tempo, espera-se que o Legislativo reaja." O que se pode fazer para provocar essa reação, segundo o ministro, já foi motivo de muita discussão.
"Há quem tenha sugerido cortar os subsídios dos parlamentares até que votem as leis, trancar a pauta, ameaçar o Congresso todo com ação criminal. Nós estamos condenados a discutir isso. É um convite à psiquiatria jurídica."
Entre as amarras do Congresso não estão apenas as medidas provisórias. O ministro citou o fato de o Poder Legislativo ter uma "conexão direta com a representação popular", ao contrário da corte "que é, por definição, um órgão antimajoritário, que tem que ser antipático mesmo".
Vice-presidente será operado na próxima quarta em São Paulo
O vice-presidente da República, José Alencar, 76, deixou na noite de ontem o hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde passou por nova avaliação do tratamento a que se submete de um câncer na região abdominal.
Na terça-feira, ele voltará ao hospital para a realização de uma cirurgia, agendada para a manhã do dia seguinte, a ser realizada pelo médico Miguel Srougi.
Exames do final de julho detectaram a recidiva de um câncer contra o qual Alencar vem lutando desde 2007.
O vice já foi submetido a três cirurgias para retirada de tumor no retroperitônio (cavidade abdominal) -a última em outubro de 2007. Alencar esteve sob os cuidados da equipe coordenada pelos médicos Paulo Hoff e Roberto Kalil Filho. Segundo sua assessoria, seu estado era bom. Ele ficará em São Paulo até o dia da cirurgia.
Militares simulam guerra em defesa de reservas
As Forças Armadas deram início a uma operação de treinamento para a defesa da infra-estrutura de petróleo e gás no Sudeste -inclusive as recém-descobertas reservas do pré-sal. Cerca de 10 mil homens participam, até o dia 26, de uma simulação de guerra nos litorais de Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.
Governo quer tirar da Funasa saúde de índios
O governo enviou ao Congresso projeto de lei que tira da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) a responsabilidade de cuidar da saúde dos índios.
A proposta, assinada pelos ministros José Gomes Temporão (Saúde) e Paulo Bernardo (Planejamento), foi protocolada na Câmara no dia 29 de agosto. Ela prevê a criação de uma nova secretaria, ligada ao Ministério da Saúde e voltada à prevenção de doenças, que trabalharia com a saúde indígena.
No texto do projeto, Temporão e Bernardo explicam que o trabalho exercido pela Funasa é "calcado essencialmente em convênios com Estados, Municípios e ONGs, atribuições essas que geram na sua execução grande volume de convênios para análise e acompanhamento, assim como o acúmulo de "Tomadas de Contas Especiais" referentes a obras não realizadas, inacabadas ou de qualidade inadequada".
Lacerda se isola com 30 pontos à frente, diz Ibope
Pesquisa Ibope divulgada ontem mostra o candidato do PSB à Prefeitura de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, na frente da disputa com 42%. Ele tem 30 pontos a mais do que a candidata do PC do B, Jô Moraes, que aparece com 12%, e 31 a mais do que o peemedebista Leonardo Quintão, que tem 11%.
O resultado é parecido com o do Datafolha, divulgado no último sábado. Esta pesquisa mostrou Lacerda, apoiado pelo governador Aécio Neves (PSDB) e pelo prefeito Fernando Pimentel (PT), com 42%, 29 pontos a mais do que a candidata do PC do B e 30 em comparação ao concorrente do PMDB.
Em relação à pesquisa Ibope anterior, divulgada em 30 de agosto, as intenções de voto do eleitorado de BH em Lacerda subiram dois pontos percentuais. Antes ele tinha 40%, contra 15% de Jô Moraes e 10% de Quintão.
Candidatos vão a áreas ocupadas pelo Exército
Enquanto a maioria dos candidatos a prefeito do Rio rejeita a campanha nas favelas ocupadas pelo Exército, Solange Amaral (DEM) inaugurou ontem, na Cidade de Deus, as "visitas sitiadas". Ela alterou sua agenda para estar na Cidade de Deus na manhã do segundo dia da Operação Guanabara. No primeiro, nenhum candidato foi às comunidades.
À tarde, Jandira Feghali (PC do B) e Marcelo Crivella (PRB) visitaram áreas ocupadas pelo Exército.
Correio Braziliense
Ministério prioriza servidor temporário
Na contramão do Poder Legislativo e do próprio Executivo, que têm priorizado o concurso público, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) se mantém ao longo dos anos com um quadro de servidores temporários em sua maioria. A soma dos servidores requisitados, terceirizados e nomeados para cargos em comissão (DAS) representa 80% dos quadros da pasta. Mais da metade é terceirizada. O ministério tem feito concursos para ampliar o pessoal permanente, mas espera ainda para este ano a criação de mais 164 DAS. Eles serão um quarto do corpo de servidores. Os de carreira reclamam que ganham menos do que os temporários e denunciam que esses cargos são ocupados em sua maioria por militantes petistas.
A secretária-executiva do ministério, Arlete Sampaio, ex-candidata ao governo do Distrito Federal pelo PT, afirma que os DAS são ocupados em parte por servidores de carreira ou por servidores cedidos de outros órgãos, mas reconhece: “Também tem indicação política, como tem em todo governo”. Os DAS 4 a 6 recebem salários de R$ 6,3 mil a R$ 10,4 mil. Os servidores temporários têm vencimentos de R$ 3,8 mil a R$ 8,3 mil. Enquanto isso, os efetivos do ministério recebem de R$ 1,9 mil (nível médio) a R$ 2,5 mil (nível superior).
Oposição nem mexe com Lula
Ninguém questiona a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nem mesmo a oposição. Enquanto os governistas avaliam que o céu é o limite para a aprovação do desempenho de Lula, cabe aos adversários apenas apostar na teoria de que não existe transferência de votos em eleição presidencial.
“A popularidade do presidente é um fenômeno que se vê nas ruas. Num palanque, basta citar o nome do presidente para todo mundo aplaudir. A tendência é a popularidade se manter em alta e melhorar ainda mais. Ele é o grande cabo eleitor de 2010, sem dúvida nenhuma”, disse o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro.
A pesquisa DataFolha divulgada ontem mostra que Lula bateu o próprio recorde e tem avaliação boa ou ótima de 64% da população. O fato inédito foi a expansão nos setores mais ricos. De acordo com o levantamento, 57% das famílias que vivem com renda mensal superior a R$ 4.150 aprovam o governo. Por isso, nem os opositores do Palácio do Planalto questionam os fatos. “Marqueteiro diz que é proibido bater em Lula. E ninguém bate no presidente porque reconhecemos a popularidade que ele tem”, disse o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).
Araponga recorre ao STF
O ex-agente do Serviço Nacional de Informações (SNI) Francisco Ambrósio do Nascimento impetrou ontem dois habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir o direito de ficar em silêncio diante das perguntas dos parlamentares. Francisco Ambrósio é apontado como coordenador de uma equipe de servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que participou da Operação Satiagraha, deflagrada pela Polícia Federal em julho. Esta semana, a CPI dos Grampos da Câmara e a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) convocaram o ex-agente do SNI para explicar sua participação na Satiagraha.
“Eu fiz os pedidos em razão de precedentes de desrespeito à Constituição do Congresso”, afirmou o advogado Cleber Lopes de Oliveira, defensor de Francisco Ambrósio. O ex-agente do SNI pediu ao Supremo que, durante seus depoimentos à CPI, possa estar acompanhado do advogado. O ministro Cezar Peluso será o relator do pedido feito à comissão mista do Congresso, onde Francisco Ambrósio depõe na próxima quarta-feira, e a ministra Carmén Lúcia Antunes Rocha relatará o habeas corpus para a CPI dos Grampos, sem data marcada.
A participação de Francisco Ambrósio na operação policial foi revelada no último fim de semana. Ele é apontado como o responsável por chefiar um grupo de arapongas que realizou escutas ilegais de autoridades dos Três Poderes. Em entrevista ao Correio publicada ontem, o ex-agente do SNI negou ter feito escutas ilegais, mas admitiu que teve acesso a dados sigilosos que faziam parte da Operação Chacal, de 2004, que, assim como a Satiagraha, investigou o banqueiro Daniel Dantas.
Entrevista – Cesar Asfor Rocha
Mesmo diante das denúncias de que pode haver uma proliferação de grampos no país, o novo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Cesar Asfor Rocha, demonstrou tranqüilidade. Disse que há pessoas que ficam “psicóticas” – o que, garantiu, não é o caso dele. “Pode ter pessoas que ficam psicóticas ao falar ao telefone. Eu até já tentei controlar um dia, mas é difícil”, declarou. No entanto, o magistrado deixou claro que tem preocupação em evitar algumas palavras ou termos que possam ser mal interpretados. “Procuro ser explícito, evitar usar expressões tipo ‘como é que está aquele negócio?’ porque a pessoa pode achar que estou negociando alguma coisa”, afirmou o ministro.
Asfor Rocha foi a primeira autoridade da cúpula do Judiciário a admitir que pode haver um excesso de grampos legais no país. Ao tomar posse, no último dia três, o ministro disse que o Judiciário deveria fazer um mea-culpa e admitir que pode haver um excesso de escutas autorizadas por juízes no Brasil. O tribunal começou a reagir essa semana. Na última terça-feira, o STJ anulou dois anos de escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal (PF) durante uma investigação contra o Grupo Sundown, do Paraná. Por unanimidade, a Sexta Turma do STJ entendeu que os grampos foram ilegais por terem sido prorrogados sem justificativa razoável. Em entrevista ao Correio, Asfor Rocha voltou a alertar para o risco de banalização. E disse que contra os “livre grampeadores” o Judiciário não pode fazer nada.
MP faz nova denúncia
O Ministério Público Federal em Brasília anunciou ontem a segunda denúncia no escândalo de corrupção envolvendo contratos da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Onze pessoas são acusadas de desviar cerca de R$ 2 milhões destinados à implantação de um sistema de tratamento de ar no Centro de Tratamento de Cartas e Encomendas de Benfica, no Rio de Janeiro, em 2004 e 2005. Entre os acusados estão quatro funcionários da ECT, lobistas e empresários.
O documento acusa os lobistas José Santos Fortuna e Clauzer Esteves de pagar propina a servidores da área de engenharia dos Correios em troca de informações privilegiadas sobre a licitação. A partir desses dados, os denunciados teriam associado-se a outras empresas para fraudar e vencer a concorrência pública. O desvio de dinheiro público ocorreria por meio de propostas superfaturadas, reajustes e aditivos indevidos e a execução inadequada do projeto licitado.
Lei das cotas só no papel
São Paulo — Falta de legislações que penalizem os partidos, ausência de investimento na formação de quadros, dupla jornada de trabalho, preconceito, discriminação, rótulos de todos os tipos: ainda são muitos os fatores desmotivadores para a participação política feminina. Apesar das conquistas das últimas duas décadas, as mulheres permanecem, em sua maioria, afastadas dos palanques. Levantamento feito pela Secretaria Especial de Políticas para Mulheres da Presidência da República, com base em dados divulgados até a metade de agosto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), revela que para as eleições deste ano nem um partido cumpriu em todo o país a chamada Lei das Cotas, (Lei Federal n. 9504/97) que estabelece reserva mínima de 30% de candidaturas para mulheres.
Os números do TSE mostram que de um total de 376.962 candidatos inscritos para a disputa de vagas nas câmaras de vereadores, 297.616 (79%) são homens e 79.346 (21%), mulheres. Na corrida pelos cargos de prefeito, a realidade é semelhante. Com exceção de Porto Alegre, onde quatro homens e quatro mulheres estão em campanha pela prefeitura, nas outras 25 capitais em que há eleições o índice de participação feminina é considerado baixo. Em nove delas, nem mesmo há candidatas ao cargo de prefeito – Rio Branco, Boa Vista, Porto Velho, Manaus, São Luís, Salvador, Vitória, Cuiabá e Goiânia.
Voto facultativo na pauta
Quando o Congresso iniciar a discussão da proposta de reforma política que é elaborada pelo governo, um tema tão polêmico quanto o financiamento público de campanhas e o voto em lista deverá entrar na pauta. Isso porque o deputado Geraldo Magela (PT-DF) já prepara um projeto que propõe a realização de um plebiscito para decidir se país deve manter o voto obrigatório ou instituir o caráter facultativo. Apesar de a idéia dividir líderes partidários e especialistas, o autor da matéria acredita que o debate legislativo irá mostrar que o momento é ideal para modificar a regra, tendo em vista as transformações econômicas sofridas pelo Brasil nas últimas décadas. A proposta do deputado petista será a 17ª apresentada por parlamentares tratando sobre o tema. Apesar de duas delas terem evoluído na tramitação — e até incorporado as demais — ainda esperam há anos por apreciação.
Mesmo com exemplos claros de que o Congresso não se dispõe a discutir o assunto, Geraldo Magela acredita que o tema ganhará força se for tratado no bolo da reforma política. “Acho que esse debate tem de fazer parte da reforma que vai chegar ao Congresso. Por isso, vou apresentar a proposta para tramitar juntamente com os itens do projeto do governo”, diz o autor, cuja idéia recebeu o apoio de 130 parlamentares nos últimos 20 dias.
Candidata enfrenta “currais eleitorais”
A candidata do DEM à Prefeitura do Rio, Solange Amaral, foi a primeira a enfrentar “os currais eleitorais” e fez campanha ontem em uma favela ocupada pelas Forças Armadas. Solange, que é do mesmo partido do prefeito César Maia, esteve na Cidade de Deus, na Zona Oeste da capital, onde tropas do Exército chegaram na quinta-feira. Ela fez campanha e corpo-a-corpo com cabos eleitorais do DEM. “Foi uma visita normal e tranqüila. Pretendo visitar outras comunidades”, disse Solange a jornalistas, confirmando que pediu autorização ao Tribunal Regional Eleitoral para fazer campanha no local. “Não me sinto constrangida com a presença deles. Falei com os militares. Pedi cuidado porque aqui tem muitas crianças e eles estão com armas perigosas. Falei, inclusive, com dois soldados que vivem em comunidades. Um deles é morador aqui da Zona Oeste mesmo.”
Defesa das tropas
O ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH), avaliou que a presença de homens das Forças Armadas em favelas no Rio de Janeiro não é desejável, mas é necessária. “A presença das tropas não é o desejável, (não é) o que deve acontecer numa democracia. Mas isso ocorre porque o crime organizado determinou que uma parcela da população do Rio ou de outro lugar onde estiver ocorrendo isso não terá o direito político de escolher livremente seu candidato. Nesse sentido, era necessário ter a legítima intervenção do Estado”, afirmou o ministro, segundo a Agência Brasil. “É preciso respeitar as autoridades que, se tomaram essa decisão, tomaram porque reconheceram que no momento atual ou se faz isso ou um segmento da população muito importante terá seqüestrado o seu direito de votar livremente”, defendeu.
Alckmin no ataque
O horário eleitoral marcou acirramento da disputa por votos entre Geraldo Alckmin (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM). De acordo com as mais recentes pesquisas, os dois estariam disputando o segundo lugar, atrás da candidata do PT, Marta Suplicy. Em seu programa de ontem, Alckmin, que acabou de mudar de marqueteiro, classificou a atuação de Kassab na área da saúde como “tímida”. “Kassab teve tudo para levar adiante um bom projeto do (governador José) Serra, mas foi tímido”, disse. Levantamento do Ibope divulgado ontem mostra que Kassab subiu de 12% para 21%, Marta caiu caiu quatro pontos e está com 35% e Alckmin oscilou de 22% para 21%. A pesquisa tem margem de erro de três pontos e foi registrada sob o número 02400108.
Crescimento sem inflação
Animado com o resultado vigoroso da economia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que graças à sua eleição em 2003 o país reaprendeu a crescer sem inflação. Fez numerosas críticas à falta de planejamento estratégico e disse que o petróleo da camada pré-sal na mão dos antecessores teria se esvaído ao capital estrangeiro.
“O Brasil reaprendeu a crescer, e faz hoje em condições de grande consistência”, disse ontem o presidente em evento para comemorar o nascimento de Kubitschek. Lula prometeu que o fôlego da economia não virá acompanhado de sobressaltos inflacionários. “Estamos ampliando a capacidade de oferta para acomodar o aumento da demanda sem gerar gargalos ou desequilíbrios”, acrescentou Lula.
Preço do gás pode cair no país
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer estimular a queda do preço do botijão de gás. Ele prometeu dar compensações fiscais para os estados que reduzirem a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A proposta foi formulada anteontem durante reunião com governadores da região amazônica.
Lula quer diminuir em até R$ 10 o preço do botijão de gás de cozinha. Hoje o custo médio é de R$ 33,24, segundo o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liqüefeito de Petróleo. No Distrito Federal, conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio é de R$ 36,98. A proposta do presidente baseia-se numa idéia implementada no Amazonas. O governador Eduardo Braga (PMDB) incluiu, por meio de decreto, o botijão na cesta básica e reduziu o ICMS de 17% para 1%.
O Globo
Candidatos disputam voto de servidor com benesses
De olho nos votos dos 177 mil servidores públicos municipais e suas famílias, candidatos a prefeito do Rio estão fazendo promessas de mais benesses para o funcionalismo. Hoje, eles já têm benefícios como empréstimos para a casa própria, bolsas de estudo e auxílio-moradia. Uma das promessas mais comuns é aumentar o número de dependentes beneficiados nos planos de saúde oferecidos pela prefeitura aos funcionários. A candidata Solange Amaral (DEM), aliada do prefeito Cesar Maia, tem mandado e-mails para funcionários sem autorização deles – o que pode caracterizar propaganda eleitoral irregular e uso de máquina pública.
Bolívia rejeita a intromissão de Chávez
O comandante das Forças Armadas da Bolívia, general Luis Trigo, disse que não aceita a intromissão de Chávez ou de tropas estrangeiras, rejeitando assim a oferta do presidente da Venezuela de intervir em caso de golpe. O presidente Evo Morales decretou estado de sítio na província de Pando, onde os confrontos já mataram 14 pessoas. A fronteira da Bolívia com o Brasil, em Corumbá, foi fechada.
Dantas foi investigado por militares
Segundo a revista “Época”, militares dos serviços de inteligência do Exército, Marinha e Aeronáutica, além da Abin, ajudaram a investigar o banqueiro Daniel Dantas na Operação Satiagraha.
Favela partida
A ocupação do Exército em Rio das Pedras, para impedir a coação de milícias a eleitores e candidatos, foi feita pela metade. Os militares, que desde quinta-feira estão na favela, podem ser vistos apenas na parte mais urbanizada, onde as ruas são asfaltadas e o comércio é mais intenso. Na parte nobre, do outro lado da avenida que divide a comunidade, nenhum soldado foi visto até agora.
EUA expulsam embaixador venezuelano
Em retaliação ao presidente Chávez, os EUA expulsaram o embaixador venezuelano, na mais grave crise diplomática entre os dois países. A Casa Branca impôs também sanções a três autoridades venezuelanas, que tiveram bens congelados, sob a acusação de terem laços com as Farc e com o tráfico de drogas.
Jornal do Brasil
Manifestantes bolivianos fecham fronteira do Brasil
O conflito entre o governo boliviano e manifestantes da oposição transborda para o Brasil. A ponte da fronteira que liga as cidades de Santa Cruz de La Sierra a Corumbá (MS) foi bloqueada. Com a interrupção, o fluxo de exportações de marcadorias brasileiras foi paralisado e o prejuízo, de acordo com a Receita Federal, chegaria a R$ 9 milhões – mais de R$ 2 milhões por dia. No lado da Bolívia, o efeito da barricada é notado na falta de combustíveis nos postos de gasolina e de alimentos nos mercados. Com o agravamento da crise, o governo de Evo Morales decretou estado de sítio na província de Pando, o principal foco da rebelião contra La Paz. Até agora, 14 pessoas já morreram em três semanas de protestos e os jornais locais falam em "banho de sangue". O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, declarou-se alarmado com a escalada de violência e exortou "todas as partes envolvidas que atuem com moderação".
Governo quer construir mais 50 usinas nucleares
O governo pretende ampliar o programa nuclear brasileiro, construindo mais 50 usinas nos próximos 50 anos, que devem produzir mais 60 mil megawatts de energia. A informação é do ministro das Minas e Energia, Edison Lobão. Ele prometeu que as exigências ambientais, definidas pelo Ministério do Meio Ambiente, não atrasarão as obras de Angra 3.
Rio deve manter vacinação
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, recomendou ontem que 11 estados, incluindo o Rio, prorroguem a campanha de vacinação contra a rubéola até o dia 19. A média de imunizações ficou abaixo do esperado, sobretudo entre os homens.
Policiais temem futuro de operações
Preocupados com as restrições às escutas clandestinas legais, procuradores da República e policiais federais alertam para o risco de esvaziamento das megaoperações da PF. Acham que a legislação em discussão no Congresso vai dificultar a prisão dos poderosos.
Presença das tropas acaba atraindo candidatos
A candidata à prefeitura Solange Amaral (DEM) foi a primeira a fazer campanha em área tomada por militares, ontem pela manhã, na Cidade de Deus. Depois Jandira Feghalli (PCdoB) e Marcelo Crivella (PRB) também visitaram comunidades ocupadas da Zona Oeste.
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