Folha de S. Paulo
Tarso agora vê "problema técnico" com a Satiagraha
O ministro Tarso Genro (Justiça) condenou ontem o que chamou de "espetacularização" da prisão de pessoas pela Operação Satiagraha e afirmou que isso causou um "problema técnico" para o inquérito, o que prejudicou o andamento das investigações. "Essa investigação sobre quem vazou aquela Operação Satiagraha, porque vazou, expôs aquelas pessoas publicamente sem nenhum tipo de necessidade, o que causou inclusive um problema técnico para o inquérito. Eu sou contra qualquer tipo de espetacularização das investigações, sou contra a exposição pública das pessoas, porque as pessoas ainda não foram julgadas, e esta orientação da PF está funcionando de maneira eficaz. Houve uma exceção, a exceção da Satiagraha. E essa exceção prejudicou o andamento das investigações", afirmou ontem Tarso. A Operação Satiagraha prendeu o banqueiro Daniel Dantas, o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta. As prisões foram registradas pela Rede Globo e um inquérito investiga o vazamento das informações.
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Novas apreensões da PF dão sobrevida à investigação de grampo ilegal no STF
As apreensões de documentos e computadores na casa de investigadores da Operação Satiagraha e nas dependências da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) deu sobrevida a outra investigação da Polícia Federal: a que apura o suposto grampo ilegal em conversa do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). As informações e provas obtidas no inquérito conduzido em Brasília pelos delegados Rômulo Berredo e Wiliam Morad foram compartilhadas com a investigação aberta a pedido da direção geral da PF que apura o vazamento de dados sigilosos da Satiagraha.
Coordenador da Abin deu à PF nomes de arapongas
A operação da Polícia Federal que, na semana passada, apreendeu documentos e computadores em casas e locais de trabalho de servidores da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) fez estremecer as relações entre os dois órgãos. A Abin e a associação de servidores reclamaram da exposição de agentes e da apreensão indiscriminada de documentos. Relatório que integra a investigação revela que partiram de um alto funcionário da Abin os nomes e lotações de servidores da agência que passaram a ser ouvidos pelo delegado da Corregedoria da PF que toca o inquérito, Amaro Vieira Ferreira.
PF retoma investigação do caso Dorothy
A Polícia Federal anunciou que vai abrir inquérito hoje para apurar o conteúdo da ata de uma reunião realizada no fim de outubro entre o fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, e o chefe da unidade do Incra em Altamira (PA). Regivaldo é acusado de ser um dos mandantes da morte da missionária Dorothy Stang, em fevereiro de 2005, em Anapu (750 km de Belém). Ele chegou a ser preso, mas responde ao processo em liberdade.
No encontro, ocorrido no dia 28 de outubro e que durou 40 minutos, Regivaldo, segundo a ata do encontro, declarou como sua uma área de 2.500 hectares dentro do lote 55 (de 3.000 hectares) da Gleba Bacajá, dentro do município de Anapu.
Agricultura quer tornar lei ambiental mais "viável"
O ministro Reinhold Stephanes (Agricultura) propôs ontem que produtores rurais façam doações em dinheiro para um fundo ambiental como alternativa à recomposição da vegetação devastada em suas propriedades. A proposta foi apresentada pelo ministro na primeira reunião técnica para discutir mudanças no Código Florestal. A lei proíbe a atividade agropecuária em parte das propriedades e é vista como um obstáculo ao agronegócio.
Segundo Stephanes, a legislação de proteção ambiental em vigor "tem pontos inviáveis".
Temer é alvo de investigação no STF por crime ambiental
Nome mais forte hoje para a sucessão da Presidência da Câmara, o deputado e presidente nacional do PMDB, Michel Temer (SP), é alvo de inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) que investiga suposto crime ambiental e contém denúncias de que o parlamentar incorporou ao seu patrimônio terras fruto de grilagem. Além disso, documentos da Agência Rural do Estado de Goiás acusam o deputado de tentar regularizar a propriedade com declarações falsas. As terras ficam em Alto Paraíso (GO), santuário ecológico. Formalmente, o parlamentar é investigado no STF pela suspeita de ter depredado área de reserva ambiental ao construir uma estrada de acesso à sua propriedade, desmatando área protegida pelo Ibama. Mas há na investigação relatórios e testemunhos que o acusam de recorrer a grileiros e a servidores do governo de Goiás -mais tarde punidos- para obter títulos de propriedade e para tentar aumentar, sem sucesso, o tamanho de suas posses.
Presidente do PMDB nega as acusações
Michel Temer negou todas as acusações contra ele. Disse que não é falsa a descrição de sua propriedade e que a alteração do tamanho ocorreu após "levantamento técnico" que tomou como base os limites na escritura de posse. "Jamais houve intenção mínima de alcançar benefício que não fosse estritamente legal." Ele afirmou que decidiu doar sua fazenda à Prefeitura de Alto Paraíso para evitar "embaraços." Temer disse que, nos 14 anos em que teve posses em Alto Paraíso, esteve lá só "três ou quatro vezes".
Correio Braziliense
Os apuros de Lacerda
A Polícia Federal pode acusar o delegado Paulo Lacerda, diretor afastado da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), ao fim do inquérito que investiga irregularidades na Operação Satiagraha, que investigou o banqueiro Daniel Dantas. Lacerda cedeu agentes da Abin para ajudar o delegado Protógenes Queiroz, que comandou a ação policial. A PF considera ilegal o envolvimento dos arapongas e pode dizer que Lacerda cometeu usurpação da função pública. A possibilidade de citação do nome de Lacerda preocupa o Palácio do Planalto. O delegado comandou a Polícia Federal durante todo o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e tornou-se uma espécie de símbolo. Tanto da corporação quanto das ações anticorrupção do governo. A cada vez que a oposição dizia que havia escândalos demais em sua administração, o presidente respon
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