O GLOBO
Cresce mistério sobre tragédia: destroços não são do avião
A Aeronáutica afirmou ontem à tarde que os destroços recolhidos no Oceano Atlântico não são do Airbus 330, voo 447, da Air France, apesar de ter dito o contrário durante todo o dia. A peça mais importante enviada para análise, um pallet, espécie de engradado para transporte de carga, é de madeira, material não usado pelo avião. A Rádio Europe 1, em seu site, afirmou que os primeiros destroços localizados pela FAB, na terça-feira, também não foram identificados por especialistas franceses como partes do Airbus. Foi o ministro da Defesa, Nelson Jobim, quem anunciou naquele dia que o material, não fotografado e nem recolhido, seria do avião. No Rio, oceanográficos dizem que é comum encontrar lixo na área vasculha pelas equipes. O mistério do sumiço da aeronave cresceu. Um piloto espanhol que voava no mesmo horário e em rota próxima disse ter visto um clarão, em trajetória descendente, onde o avião teria sumido.
Mão estendida
Encapuzados e armados, militantes do Hamas assistem pela TV ao discurso do presidente dos EUA, Barack Obama, aos muçulmanos. No Cairo, ele atacou os assentamentos judaicos e considerou intolerável o sofrimento dos palestinos.
ONGs denunciam retrocesso ambiental
ONGs ambientalistas acusaram o governo federal e o Congresso de promover o desmonte da legislação ambiental. Senadores do PT querem o veto de trechos da MP aprovada anteontem que, segundo eles, estimula a grilagem. O ministro Carlos Minc, em novo ataque a ruralistas, disse que estão atrás da “picanha do Carlinhos”, mas assegurou que fica no cargo.
Quinto ministro de Brown renuncia
O ministro do Trabalho, James Purnell, deixou o governo britânico pedindo a renúncia do premier Gordon Brown. Quinto ministro a renunciar, ele defendeu a saída de Brown como única esperança para os trabalhistas fazerem frente aos conservadores.
Charge Chico: E na CPI renânica
– Por que a gente não chama logo a Mônica Velloso para a presidência?
O ESTADO DE S.PAULO
Obama propõe aliança com mundo islâmico
O presidente dos EUA, Barack Obama, em visita ao Egito, propôs ontem uma aliança com os muçulmanos para trabalharem juntos contra o extremismo radical e pela paz no Oriente Médio e na Ásia Central. Defendeu um diálogo “baseado no interesse e no respeito mútuos”. Em discurso na Universidade do Cairo, Obama não poupou temas polêmicos, como os assentamentos israelenses, com humilhações impostas aos palestinos. Mas lembrou que ações extremistas do Hamas, com
“disparos de foguetes contra crianças dormindo”, não produzem resultados. Em referência direta ao Irã, disse que é do interesse da comunidade internacional impedir “uma corrida nuclear no Oriente Médio” e, em crítica a ações da Al-Qaeda, ressaltou que “aquele que mata um inocente é como se tivesse matado toda a humanidade”. Ao longo do discurso, entremeado de aplausos, Obama citou vários trechos do Alcorão, sagrado para os muçulmanosa.
Minc ataca ruralistas, que o acusam de ‘circo’ eleitoral
O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente), que está em conflito com colegas de ministério e com ruralistas, disse que está “firme, firmíssimo” no cargo. “Tremei, poluidores”, afirmou, após audiência com o presidente Lula. O ministro voltou a atacar os ruralistas:
“Não vamos deixar essa turminha destruir nossos biomas”. Para a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), Minc “está montando o circo para ganhar eleição”.
Para Kátia Abreu, ataques têm motivação eleitoral
Mais sintoma de uma pré-campanha eleitoral do que “grito” de ambientalista. Para a presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), os ataques do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, aos ruralistas e aos colegas de Esplanada têm motivação eleitoral. “Ele está montando o circo para ganhar a eleição. Está com problemas de eleição no Rio.”
Kátia não ficou convencida com a demonstração de reconhecimento público feito por Minc, que afirmou ter se excedido ao chamar os ruralistas de “vigaristas” na semana passada e que iria buscar entendimento com a senadora. “Minc não pode se autoabsolver; a mim, ele não engana”, disse.
Poder de sindicatos na eleição trava financiamento público
O poder, principalmente do PT, de mobilizar sindicatos em campanhas eleitorais paralisou na Câmara o projeto que estabelece o financiamento público e proíbe doações de empresas.
Líder do DEM, o deputado Ronaldo Caiado (GO) discorda da proibição de doações de empresas privadas para campanhas eleitorais, como proposto no projeto do deputado Flávio Dino (PC do B-MA).
“Quem tem a CUT e a CGT vai querer isso”, disse Caiado, referindo-se a centrais sindicais que apoiaram a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Se é para tirar , tira tudo. Tentar fazer realidade seletiva, não tem chance de prosperar”, completou Caiado.
Ministros terão de devolver ao Senado auxílio-moradia recebido indevidamente
Os ministros Alfredo Nascimento (Transportes), Hélio Costa (Comunicações) e Edison Lobão (Minas e Energia) terão de devolver o auxílio-moradia que receberam irregularmente do Senado.
Ontem, o senador Mão Santa (PMDB-PI), 3º secretário da Casa, afirmou que parlamentar licenciado para o exercício do cargo de ministro não tem direito ao dinheiro.
Os ministros continuaram a receber o auxílio-moradia mesmo depois de terem trocado o Senado pela Esplanada. De acordo com informações levantadas pela Folha de S.Paulo, os três receberam, juntos, R$ 345.800.
Com Sarney, Renan tenta evitar isolamento
A crise na base governista em torno do comando da CPI da Petrobrás mudou-se para São Paulo. Convencido de que setores do governo do PT e até do PMDB estão atuando para enfraquecê-lo, deixando-o isolado, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), deixou Brasília ontem de manhã, ao lado do líder petebista, senador Gim Argello (DF).
A pretexto de visitar a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, recém-operada, eles desembarcaram na capital paulista para traçar uma tática de resistência, sob conselhos do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que a acompanha.
A recusa de Renan à indicação do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), para relator da CPI tem razão definida. Por trás do veto há briga de poder. O raciocínio é de que há uma ofensiva para atropelar Renan na definição do comando da CPI, para que ele saia enfraquecido das negociações.
Procuradoria denuncia executivos por cartel
O Ministério Público Federal denunciou ontem dois executivos da construtora Camargo Corrêa e dois da Andrade Gutierrez, por suposta formação de cartel, quadrilha e fraude no processo de licitação do metrô de Salvador (BA). A denúncia é desdobramento da Operação Castelo de Areia, deflagrada em março pela Polícia Federal para investigar evasão, lavagem de dinheiro e crimes financeiros.
A concorrência, com recursos da União e a partir de financiamento do Banco Mundial, foi aberta em 1999. As obras tiveram início em 2000, mas ainda não foram concluídas. Segundo a Procuradoria da República, as construtoras montaram o consórcio Metrosal para disputar a licitação, vencida pelo consórcio Cigla. Após desistência do vencedor, o Metrosal foi escolhido. A troca teria custado R$ 11 milhões para as duas empreiteiras . Não há menção sobre envolvimento de autoridades da Prefeitura de Salvador.
Destroços e óleo não são do Airbus, diz Aeronáutica. Jobim é criticado por antecipar conclusões
Os fragmentos achados anteontem no Atlântico, atribuídos pelo governo brasileiro ao Airbus A330 que caiu quando fazia a rota Rio-Paris, não são do avião. A informação é da Aeronáutica. Com base em suposições a respeito dos destroços e dos rastros, o ministro Nelson Jobim (Defesa) havia declarado que estava descartada a hipótese de explosão, o que gerou críticas na França. Ontem, Jobim alegou problemas de saúde e não apareceu. “Infelizmente, estamos sujeitos a encontrar objetos que não passam de lixo. Não vamos desistir, o trabalho continua”, disse o brigadeiro Ramon Cardoso
FOLHA DE S.PAULO
Obama quer nova relação com mundo muçulmano
Em discurso no Cairo, o presidente dos EUA, Barack Obama, propôs um “recomeço” na relação dos americanos com o mundo muçulmano e defendeu pôr fim à “desconfiança mútua” para pacificar o Oriente Médio. Citando o Corão, Obama defendeu a existência da “Palestina”, criticou o expansionismo de Israel e reconheceu que todo país, “incluindo o Irã”, tem direito a um programa nuclear civil.
ONGs atacam “desmonte” ambiental no governo Lula
A atual tentativa de “desmonte” da legislação ambiental brasileira não permite a comemoração deste Dia Mundial do Meio Ambiente. A opinião é de 23 entidades ambientais de peso. Em nota divulgada ontem, elas afirmam que este é um momento de preocupação e pesar.
O motivo da inquietação são as medidas do Executivo e do Legislativo, já aprovadas ou em processo de aprovação, que “demonstram claramente que a lógica do crescimento econômico a qualquer custo vem solapando o compromisso de construir um modelo de desenvolvimento socialmente justo, ambientalmente adequado e economicamente sustentável”.
Os problemas mais graves começaram em novembro do ano passado, afirmam. O governou criou um decreto que elas dizem pôr em risco a maior parte das cavernas brasileiras e baixou impostos para a produção de carros sem exigir a melhora nos padrões de consumo de combustível (diferentemente do que fez o presidente dos EUA, Barack Obama).
Oposição quer usar CPI para investigar “aloprados” de 2006
A oposição planeja retomar na CPI da Petrobras a investigação sobre a origem do dinheiro que, em 2006, seria usado por petistas para comprar um dossiê contra políticos tucanos.
Passados mais de dois anos, a Polícia Federal e o Ministério Público ainda investigam a origem do R$ 1,7 milhão apreendido pela polícia num hotel em São Paulo pouco antes da eleição.
O caso foi apurado na CPI dos Sanguessugas, que concluiu haver indícios de pessoas ligadas à Petrobras no episódio, e recomendou à Procuradoria e à PF que investigassem esta suspeita.
Hoje , o inquérito está na Procuradoria da República em Cuiabá (MT), que decidirá o rumo das investigações.
Pressionado, Serra começa a percorrer país
A pedido do PSDB, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), intensificará viagens pelo país e participará ao lado do colega de Minas, Aécio Neves, dos seminários realizados pelo partido. Antes resistente à pressão para que circulasse mais por outros Estados, Serra começa a ceder aos apelos para que viaje, ainda que não pretenda anunciar sua candidatura a presidente neste ano.
Como temas, serão escolhidos pontos mais vulneráveis do governo Lula. Hoje, por exemplo, Serra participa, pela primeira vez, de um dos seminários temáticos organizados pelo partido. Chegará a Foz do Iguaçu (PR) com Aécio para encontro sobre agronegócio.
“O agronegócio é um ponto fraco do governo Lula”, disse o prefeito de Curitiba, Beto Richa, anfitrião do evento que reunirá tucanos, democratas e representantes do PPS.
CORREIO BRAZILIENSE
Poupança volta a ser melhor negócio
Uma antiga conhecida dos brasileiros ganha musculatura na disputa com outros tipos de investimento. Pelo segundo mês no ano, a caderneta de poupança teve mais depósitos do que retiradas e já recuperou as perdas acumuladas nos últimos quatro meses. Segundo dados divulgados pelo Banco Central, o saldo positivo em maio totalizou R$ 1,88 bilhão. O resultado indica a preferência do investidor em aplicações de até R$ 50 mil, que estão isentas do Imposto de Renda e das taxas de administração cobradas pelos bancos. Na avaliação de especialistas, o bom momento da poupança reflete uma recuperação geral do mercado financeiro após a crise deflagrada em outubro. “O dinheiro está fluindo mais e migrando de uma aplicação para outra, sempre em busca de rentabilidade”, acredita o economista Demétrius Lucindo.
CPI da Petrobras: Blindagem estatal
Como os diretores ligados ao PT e ao PMDB municiam os governistas para conter a oposição.
Apesar da disputa entre os líderes Renan Calheiros (PMDB-AL) e Aloizio Mercadante (PT-SP) pelo direito de indicar o relator da CPI da Petrobras, petistas e peemedebistas lotados na diretoria da estatal agem em parceria para blindar a empresa e os partidos governistas da ofensiva oposicionista na comissão. A operação é comandada por Renato de Souza Duque e Paulo Roberto Costa, que são diretores, respectivamente, de Serviços e de Abastecimento. Ao contrário do presidente José Sérgio Gabrielli, porta-voz público da defesa da Petrobras, Duque e Costa atuam nos bastidores. Dedicam-se à tarefa de colher munição a ser usada por parlamentares aliados no embate com tucanos e democratas.
Apadrinhado pelo deputado cassado e ex-ministro José Dirceu (PT-SP), Duque é considerado “o homem do PT na Petrobras”. Segundo um influente senador da legenda, cumpre a tarefa de coletar informações sobre contratos firmados pela empresa na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, as quais podem ser usadas para constranger PSDB e DEM na CPI. A ideia da cúpula petista é reeditar, se necessário, a estratégia empregada na CPI dos Cartões Corporativos. Naquela ocasião, o governo decidiu compilar gastos realizados em nome de FHC e da então primeira-dama Ruth Cardoso, já falecida, em tentativa de conter a exposição de despesas feitas pela gestão atual, sobretudo as relacionadas a familiares do presidente Lula.
Dutra é o nome de Lula no PT
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comunicou ao presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), que Gilberto Carvalho não disputará o comando do partido e determinou a construção da candidatura do ex-senador e atual chefe da BR Distribuidora, José Eduardo Dutra. O nome de Dutra será anunciado hoje em reunião, em São Paulo, da tendência Construindo um Novo Brasil (CNB), antigo Campo Majoritário.
As negociações para a consolidação do ex-senador por Sergipe se intensificaram nesta semana. Na terça-feira, 54 deputados de diversas tendências assinaram um manifesto defendendo que a disputa se limitasse a um único nome para não rachar a legenda. Apenas parlamentares da Articulação de Esquerda e Mensagem ao Partido ficaram de fora. Além do apoio do CNB, Dutra deve partir também com apoio de PT de Luta e de Massa, Novos Rumos para o PT e Movimento PT, que tem expoentes como a ex-ministra Marta Suplicy e os deputados Jilmar Tatto (SP) e Arlindo Chinaglia (SP).
Uma reforma desafinada
Na ânsia de mudar as regras eleitorais a tempo de as mudanças valerem para 2010, o Congresso se perdeu e desafinou o discurso. Enquanto o Senado aprovou matérias de moralização sem qualquer chance de prosperarem, a Câmara esbarrou na divergência em torno dos interesses particulares dos partidos. Resultado: as maiores chances de aprovação estão justamente nos temas que beneficiam os próprios candidatos. Ontem, ao discutirem o texto de um projeto de autoria do deputado Flávio Dino (PCdoB-MA) — encomendado pelo presidente Michel Temer (PMDB-SP) como um plano alternativo à reforma política —, os líderes só se entenderam sobre a possibilidade de permitir a campanha pela internet e liberar a realização de eventos de pré-campanhas sem que os candidatos sejam acusados de propaganda antecipada.
Diante das poucas convergências, propostas que ensaiavam uma tentativa de redução das irregularidades nos financiamentos eleitorais foram duramente criticadas. Dino havia sugerido a proibição de empresas privadas contribuírem com os candidatos, permitindo apenas doações de pessoas físicas e o financiamento público por meio do fundo partidário. O DEM reagiu fortemente. Segundo o líder, Ronaldo Caiado (GO), a mudança interessa somente aos governistas, especialmente ao PT, que conseguem doações de centrais sindicais. Por conta da resistência da oposição, Temer decidiu adiar a discussão do tema e determinou a criação de uma comissão para listar os itens de consenso e apresentar uma nova proposta até a próxima terça-feira.
Oriente Médio: Desafio a Obama
Proposta de uma nova relação entre EUA e o mundo islâmico tem ampla aceitação, mas sofre restrições no Irã e no Líbano.
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