O Estado de S. Paulo
Acordão enterra caso Sarney e abre crise no PT
Com os votos dos três representantes do PT, o Conselho de Ética absolveu ontem o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e o líder dos tucanos, o senador Arthur Virgílio (AM). O arquivamento de todas as denúncias e representações, que fazia parte do “acordão” selado na semana passada entre líderes governistas e a oposição, abriu uma crise sem precedentes na bancada petista. Flávio Arns (PT-SC) avisou que vai deixar o partido. Horas antes, a senadora Marina Silva (AC) também anunciou que estava saindo do PT. “O PT jogou a ética no lixo e vai ter de achar outra bandeira. O partido deu as costas para a sociedade e para o povo”, disse Arns ao anunciar que deixará o partido. A posição petista, totalmente submissa à orientação do Planalto, que mandou votar a favor de Sarney para preservar a aliança com o PMDB para 2010, foi o destaque da sessão do conselho.
Para salvar tucano, oposição resolve não recorrer da decisão
Movimento essencial no script do acordão, a oposição não deverá recorrer ao plenário do Senado da decisão do Conselho de Ética que resolveu engavetar ontem 11 ações por falta de decoro parlamentar contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), e uma representação contra o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio Neto (AM). A decisão da oposição é fruto de um acordo informal com os governistas, o qual permitiu que o tucano fosse absolvido por unanimidade no Conselho de Ética. Foram 15 votos pelo arquivamento da representação contra Arthur Virgílio, acusado de pegar emprestado dinheiro do ex-diretor geral do Senado Agaciel Maia e de pagar salário durante mais de um ano um funcionário de seu gabinete que morava no exterior.
Derrotado, Mercadante é tachado de ingênuo
Mesmo sentado na cadeira de líder do PT, o senador Aloizio Mercadante (SP) deixou o Conselho de Ética do Senado ontem ostentando o título de grande derrotado na operação política que livrou o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), de um processo de cassação. Além da acusação de negar solidariedade aos petistas forçados a absolver Sarney no conselho, Mercadante sai do episódio com uma baixa em sua própria bancada – a do senador Flávio Arns (PR), no mesmo dia em que perdeu Marina Silva (AC). O senador entrou em confronto com a direção nacional do PT, ficou sem condições de diálogo com a cúpula do PMDB no Senado e deixou irados o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a candidata petista à sua sucessão, ministra Dilma Rousseff.
”O Parlamento está de costas para a sociedade”
Cláudio Couto, doutor em ciência política pela Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, e professor da Fundação Getúlio Vargas, é estudioso da área de conflitos e coalizões políticas – caracterísitcas d o pano de fundo da votação de ontem no Conselho de Ética do Senado. Para Couto, o cenário que levou ao arquivamento das denúncias e representações contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), custará caro ao Parlamento, que insiste em sustentar oligarquias em detrimento da opinião popular.
TCU vê sobrepreço em obra da Petrobrás
O primeiro lote de documentos obtidos pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobrás aponta indícios de superfaturamento de, pelo menos, R$ 121 milhões na obra da Refinaria Abreu e Lima (Pernambuco) e acusa o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, de sonegar documentos. É o que diz auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), concluída no dia 3 de julho, em toda a obra da refinaria financiada pela Petrobrás em parceria com a estatal Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA), do governo de Hugo Chávez. O relatório foi entregue segunda-feira à CPI. No TCU, aguarda análise do ministro Benjamin Zymler.
Base desafia Lula e repõe juro mais baixo para dívidas
A base aliada desafiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e restituiu juros mais baixos para o pagamento de dívidas com a União durante votação da Medida Provisória 462 no plenário da Câmara. A MP foi editada para ajudar os municípios em dificuldade por causa da queda no repasse de fundos constitucionais, provocada pela crise financeira internacional. Cláusula semelhante à aprovada ontem foi vetada por Lula há menos de três meses. Ela fora incluída pelos deputados na MP 449, que ampliou o Refis, e passara também no Senado. Desta vez, o item entrou com outros contrabandos apresentados pelo relator da MP 462, líder do PR na Câmara, Sandro Mabel (GO). Pelo texto aprovado, o parcelamento das dívidas dos que aderiram ao novo Refis será atualizado mensalmente pela média aritmética dos valores da taxa Selic (8,75% ao ano) e a TJLP (6% ao ano). A correção atual é pela taxa Selic.
Marina deixa PT para disputar 2010
Num primeiro passo para disputar a sucessão presidencial no ano que vem pelo PV, a senadora Marina Silva (AC) anunciou ontem a saída do PT, partido pelo qual militou por quase 30 anos. A decisão ocorreu num momento de profundo desgaste vivido pela legenda que, sob pressão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, votou a favor do arquivamento de processos abertos no Conselho de Ética contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM). Marina disse que, livre das amarras do PT, agora começará de fato as conversações com a direção do PV. “Para fazer o diálogo de filiar-me ao PV eu precisava primeiro decidir se iria ou não sair do PT, por compreender que não era correto ficar articulando minha filiação a um outro partido antes de sair do Partido dos Trabalhadores”, disse Marina, numa concorrida entrevista coletiva convocada por sua assessoria. “A partir de agora me sinto livre para fazer essa transição.”
Folha de S. Paulo
PT obedece a Lula e enterra os processos contra Sarney
Após intervenção direta do Palácio do Planalto na bancada do PT, os senadores petistas deram ontem os votos necessários para arquivar todos os processos contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), no Conselho de Ética. Com apoio dos três petistas -Ideli Salvatti (SC), Delcídio Amaral (MS) e João Pedro (AM)-, os 11 processos contra Sarney foram mantidos arquivados pelo placar de 9 a 6 em duas votações. Entre as acusações contra ele estava a de usar o cargo para cometer irregularidades como a nomeação e exoneração de parentes por atos secretos. Muitos senadores votaram fora do microfone, visivelmente constrangidos. “Por todos os acontecimentos, isso foi desconfortável”, disse Delcídio.
“Me envergonho de estar no PT”, diz senador
A vitória de José Sarney (PMDB-AP) no Conselho de Ética do Senado provocou um racha no PT e deixou em situação difícil o líder da bancada, Aloizio Mercadante (SP). Apesar de mais de uma vez ter repetido a ameaça de renunciar à liderança, ele terminou o dia no cargo e jogou para Sarney a culpa pela crise no partido. “A crise no Senado e, hoje, a crise na bancada do PT é de responsabilidade do senador José Sarney. Se ele tivesse tido um gesto de grandeza, teria preservado a instituição e permitido uma apuração que, seguramente, ajudaria o Senado a encontrar um outro caminho”, disse Mercadante em entrevista, logo depois de uma reunião da bancada em que só compareceram 6 dos 11 senadores petistas, já descontada Marina Silva (AC), que deixou o partido.
Paulo Duque passa mal após arquivamento
O presidente do Conselho de Ética do Senado, Paulo Duque (PMDB-RJ), passou mal ontem após a reunião do colegiado que decidiu pelo arquivamento de 11 processos contra o senador José Sarney (PMDB-AP) e de um contra o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM). Com forte dor de cabeça, ele foi atendido pelo serviço médico do Senado, que lhe aplicou medicação na veia. Ele ficou no ambulatório por uma hora e dez minutos; saiu de lá se dizendo recuperado.
Após bate-boca, Senado adia votação para convocar Dilma
Depois de um bate-boca entre base e oposição, o Senado adiou ontem a votação para convocar a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Enquanto os aliados do Planalto lutam para impedir que a ministra seja obrigada a falar sobre as afirmações feitas pela ex-secretária da Receita Lina Vieira, senadores do DEM e do PSDB tentam emplacar o pedido em diferentes comissões. Lina Vieira reafirmou em depoimento anteontem na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) o que dissera à Folha: que teve o encontro com Dilma, que lhe pediu para concluir rapidamente investigação do fisco sobre a família Sarney. Lina classificou o pedido de “ingerência desnecessária”.
Marina deixa PT e diz não ter mais ilusão
Ao anunciar ontem a saída do PT, no qual militou por quase 30 anos, a senadora Marina Silva (AC) disse não ter mais a ilusão de que haja partidos perfeitos no Brasil. “Já tive uma visão idealista, hoje tenho a clareza de que todos [os partidos] têm problemas a serem saneados.”
Marina deixou para mais adiante a resposta ao convite para se filiar ao PV e disputar a eleição ao Planalto. A legislação lhe dá prazo até o início de outubro para a nova filiação partidária. A decisão sobre candidatura poderá ficar para 2010. Mas ontem mesmo a senadora disse que não levava em consideração a possibilidade de recusar o convite feito três semanas antes. “Se mesmo aqueles que são candidatos desde que nasceram dizem que não são candidatos, por que eu?, enfim…”, desconversou.
Senadora revela senso de oportunidade
Com impiedoso senso de oportunidade, Marina Silva decidiu anunciar a saída do PT justamente no dia em que o antigo partido da ética enterrava no Senado todas as acusações contra José Sarney. Foi um gesto de inteligência política que demonstra o forte potencial da provável candidatura ao Palácio do Planalto pelo PV. Errará quem subestimar Marina. Ao ficar mais conhecida, ela poderá construir um caminho competitivo entre os projetos presidenciais do PSDB e do PT -hoje representados pelo governador José Serra (SP) e pela ministra Dilma Rousseff. Espécie de “Lula de saia”, a biografia semelhante à do presidente assegura o ingrediente emocional que os marqueteiros adoram.
Para PT, saída de Marina foi por “erro” de avaliação
Integrantes do PT classificaram a saída de Marina Silva do partido como um “erro” de avaliação. A direção da legenda descartou a hipótese de reivindicar o mandato da senadora. Marina comentou ontem que recorreria à Justiça caso o partido quisesse retomar a sua cadeira no Senado.
“Eu discordo da avaliação dela, de que não havia espaço no partido para a discussão do desenvolvimento sustentável, mas respeito a decisão e a desejo felicidades”, disse o presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP). Marina o comunicou sobre a decisão ontem pela manhã.
“O PV não está preparado para receber Marina”
Em sabatina da Folha realizada ontem, em São Paulo, o ministro da Cultura, Juca Ferreira (PV-BA), afirmou que seu partido “não está preparado para receber Marina” ao ser questionado sobre a possibilidade de a senadora ingressar no Partido Verde. A afirmação foi feita no fim da manhã, no Teatro Folha, antes do anúncio da saída deMarina Silva do PT. “O PV é mais problemático que a Marina, porque pagou um tributo às regras da política do Brasil e perdeu muito da qualidade inicial”, argumentou Ferreira, citando a “profunda crise” pela qual passa o partido.
Bancada ruralista pressiona ministro contra novos índices
Ausente em reunião na qual o presidente Lula decidiu atualizar os índices usados para medir a produtividade de fazendas passíveis de desapropriação para reforma agrária, o ministro Reinhold Stephanes (Agricultura) agora é pressionado por entidades e parlamentares ruralistas para não assinar a portaria sobre o tema. O pano de fundo da movimentação dos ruralistas é o fato de a decisão de Lula ter sido tomada à reboque de pressões do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que ergueu acampamento com 3.000 pessoas e promoveu marchas e invasões em Brasília nos últimos dez dias.
Comissão quer ouvir sargento sobre enterros
A comissão que busca ossadas de desaparecidos da guerrilha do Araguaia pediu anteontem ao Ministério da Defesa a convocação do sargento João Santa Cruz Sacramento para prestar esclarecimentos. Um dos mais atuantes militares na perseguição aos guerrilheiros, Santa Cruz aceitou mostrar onde ocorreram sepultamentos clandestinos.
Câmara terá de entregar notas fiscais à Folha
O ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello determinou que a Câmara dos Deputados permita que a Folha consulte as notas fiscais entregues pelos deputados, de setembro a dezembro de 2008, sobre os gastos da verba indenizatória. Marco Aurélio deu a liminar em um mandado de segurança movido pela empresa Folha da Manhã S.A., que edita a Folha. A Câmara ainda não foi notificada. Cabe recurso.
Antes de recorrer ao STF, a Folha fez dois pedidos formais ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), negados por “inviabilidade técnica” por envolver “numerosa documentação”.
Correio Braziliense
PT sangra para salvar Sarney
O PT cumpriu sua parte no acordo que ontem, em duas horas e meia e três votações, livrou o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), de seis denúncias e 11 representações, e o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), de outras seis. Mas a bancada do partido nunca mais será a mesma. Ela saiu esfacelada, exposta à execração por parte dos oposicionistas, que tripudiaram sobre o voto dos petistas no colegiado. O líder Aloizio Mercadante, que manteve a posição pelo afastamento de Sarney e pela investigação, foi obrigado a ouvir de Pedro Simon (PMDB-RS) que 19 de agosto ficaria conhecido o “dia em que o PT abraçou Sarney e Fernando Collor (PTB-AL) e Marina Silva saiu” da legenda. O constrangimento dos petistas Delcídio Amaral (MS) e Ideli Salvatti (SC), os dois que votaram e serão candidatos em 2010, era visível. Ideli, sempre falante e acostumada à primeira fila do plenário e das comissões da Casa, ficou muda e se sentou ao fundo, no canto direito da plateia. Delcídio, duas fileiras à frente de Ideli, também não falou. “Os integrantes da bancada no Conselho de Ética se sentiram desamparados pelo seu ainda líder”, disse Delcídio, dando a senha de que aceitaria de bom grado que Mercadante entregasse o cargo.
O labirinto de Mercadante
O líder do PT, Aloizio Mercadante (PT-SP), amanheceu hoje ainda como o comandante da bancada do Senado, mas não empolga mais seus colegas de partido, tem um péssimo relacionamento com o PMDB e perdeu a confiança do Palácio do Planalto, ao contrariar o que ficara combinado na reunião do partido no Centro Cultural Banco do Brasil ontem pela manhã. Para completar, seus liderados no Conselho de Ética, Delcídio Amaral e Ideli Salvatti, se sentiram expostos pelo líder que, diante das câmeras de TV, se recusou a tomar uma atitude de proteção e, durante toda a crise, não moveu uma palha para uma saída em que eles deixassem de votar a favor de Sarney.
De mãe do PAC à mãe da casa própria
O governo deflagrará uma ofensiva a fim de associar a imagem da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao programa Minha Casa, Minha Vida, cuja meta é construir um milhão de moradias populares. Destinada a dar fôlego à pré-candidatura presidencial da petista, a estratégia foi definida após a análise de uma pesquisa qualitativa coordenada pelo marqueteiro João Santana, que trabalhou na campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e hoje é colaborador de Dilma. O levantamento mostrou que parcela significativa da população não conhece ou tem uma vaga noção do que é o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), até agora o filho dileto da ministra.
Para Dilma, Lina foi leviana
Pré-candidata à Presidência, a ministra Dilma Rousseff ainda não comentou em público o depoimento da ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira no Senado. Nos bastidores, no entanto, atirou contra a ex-chefe do Fisco, que a acusa de interferência indevida por pedir agilidade numa investigação sobre a família Sarney. Em conversa com aliados, Dilma considerou uma “leviandade” a versão de Lina e seus esclarecimentos prestados aos senadores. Ironizou, inclusive, o fato de a servidora, logo no início da audiência, ter declarado que não foi pressionada a engavetar o caso. Com base nessa análise, Dilma e políticos próximos a ela cogitaram na quarta-feira, quando o depoimento ainda transcorria, divulgar uma nota dando por encerrado o embate verbal com a ex-secretária. A ideia foi arquivada. E a dúvida sobre quem fala a verdade persiste. Menos para o governo, que teme o efeito político do caso na campanha eleitoral. “Não houve o tal encontro.
Marina oficializa o adeus
A saída da senadora Marina Silva (AC) do PT injetou um ingrediente de incerteza na campanha presidencial do ano que vem. Os tucanos festejaram, enquanto petistas e integrantes do núcleo da pré-candidatura da ministra Dilma Rousseff lamentaram. Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marina Silva sucumbiu a um desejo do governador de São Paulo, José Serra, pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto ao lado do governador de Minas Gerais, Aécio Neves. Ao anunciar a desfiliação, a senadora não quis falar sobre campanha, mas deixou no ar a possibilidade. Disse não ser saudável a polarização entre PT e PSDB, numa eleição plebiscitária como gostaria Lula. “A eleição tem dois turnos e espaço para muitas candidaturas”, resumiu. A meta é preencher esse espaço no debate político com o chamado projeto de desenvolvimento sustentável, novo mote para as políticas de preservação do meio ambiente aliadas ao crescimento econômico.
Lula e Iris aparam arestas
Os elogios do presidente Lula ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, candidato cotado pelo PT ao governo goiano, causaram desconforto entre os peemedebistas do estado. Irritado com a cobertura dada pela imprensa local à visita do presidente a Goiás, quando o petista destacou o bom desempenho da economia brasileira devido ao trabalho de Meirelles, o prefeito da capital, Iris Rezende (PMDB), se reuniu ontem com Lula, em Brasília, para aliviar o mal-estar. Os fiéis escudeiros do prefeito contam que ele foi tratado como “aliado de segunda categoria”. Em discurso na capital goiana durante evento para inauguração de casas populares, Lula pediu a Iris para buscar um copo d’água. Foi o suficiente para que um dos jornais do estado estampasse charges do episódio por três dias. Na primeira, Iris aparece vestido de garçom, servindo o presidente. Em outra, Iris e Meirelles oferecem água ao petista, que responde preferir o copo de Meirelles. “O prefeito ficou constrangido com a situação. Tinha 30 mil pessoas na praça e quem organizou o evento foi ele. Só ele conseguiria levar aquele povo todo para a praça”, afirmou um peemedebista.
O Globo
Absolvição de Sarney e saída de Marina estremecem o PT
No mesmo dia em que ajudou a enterrar as investigações contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o PT sofreu uma baixa importante para 2010: a senadora Marina Silva CAC), ex-ministra do Meio Ambiente de Lula, deixou o partido. Marina alegou insatisfação com a política ambiental do PT e do governo e estuda disputar a Presidência da República pelo PV. No Conselho de Ética do Senado, por ordem do Planalto, os petistas Ideli Salvatti, Delcídio Amaral e João Pedro declararam, em voz quase inaudível, o “não” que ajudou a salvar o aliado Sarney. A votação terminou 9 a 6 e desautorizou o líder petista, Aloizio Mercadante, que se recusou a ler a carta do presidente do PT, Ricardo Berzoini, orientando o voto pró-Sarney. Em protesto, o senador Flávio Arns (PR) anunciou que deixará o partido: “O PT jogou a ética no lixo, eu me envergonho de estar hoje no PT.” As saídas de Marina, evangélica, e de Arns, ligado à Igreja Católica, representam também um baque no eleitorado petista religioso.
Motorista confirma ida à Casa Civil
Warley Soares, motorista que atendia Lina Vieira, ex-secretária na Receita Federal, disse ontem que levou Lina diversas vezes ao Palácio do Planalto e, em determinadas ocasiões, recebeu instruções específicas para conduzi-la a reuniões na Casa Civil da Presidência da República. Assustado, ele não soube informar as datas das reuniões nem revelou detalhes que poderiam confirmar o suposto encontro de Lina com a ministra Dilma Rousseff. Mas confirmou que a entrada do carro oficial no Planalto é registrada na segurança da Presidência.
Site da Casa Civil mostra reuniões de Dilma que não ocorreram
A agenda oficial da ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, divulgada no site da Presidência na internet, registra nos dias 17, 18 e 19 de dezembro de 2008 reuniões e eventos dos quais ela não participou. No dia 19, por exemplo, a agenda divulga um encontro com empresários que não ocorreu e uma reunião com o presidente Lula às 18h – horário em que, de acordo com sua própria agenda, o presidente estava com o ministro Nelson Jobim (Defesa). Dezenove de dezembro seria a data em que Lina Vieira, ex-secretária da Receita Federal, diz ter se encontrado com Dilma e ouvido o pedido de que a Receita agilizasse as investigações sobre empresas da família Sarney, encontro que foi negado por Dilma. Na véspera, dia 18, a agenda de Dilma registra duas reuniões com o ministro Alflredo Nascimento (Transportes) que também não existiram. A Casa Civil atribuiu o problema a um erro “durante a migração de dados do portal antigo para o atual” – embora a falha apareça só nestes três dias de dezembro -, e informou que os dados serão corrigidos hoje.
PIB: bancos estão mais otimistas que Mantega
Economistas de bancos e consultorias estão mais otimistas que o próprio governo em relação ao crescimento do PIB brasileiro no segundo trimestre. Enquanto o ministro Guido Mantega aposta em alta de até 1,7%, as projeções do setor privado apontam para crescimento de até 2,1 % na comparação com o trimestre anterior.
Jornal do Brasil
Economia global já está de volta à estabilização
Depois da turbulência, a calmaria. É o que informam dados, pesquisas e projeções sobre a recuperação da crise financeira global. Para o Fundo Monetário Internacional, a recuperação já começou. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a economia dos países que a integram se estabilizou no segundo trimestre. E a fundação Getúlio Vargas e o instituto Ifo registram que a América Latina tem posição de destaque na retomada – na região, o Brasil só perde em desempenho para o Peru.
Marina Silva deixa PT para se candidatar a presidente
A senadora Marina Silva deixou ontem o PT anunciando um futuro inspirado na “persistência” do presidente Lula e na história de seu ex-partido que demoraram 22 anos para chegar ao poder. Ela diz que não ficará presa ao PV e discorda da análise de ex-companheiros que apontam sua desfiliação como uma decisão aplaudida pela direita e ruim para a ministra Dilma Rousseff.
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