VEJA
5 formas de eliminar a CPMF… (… sem reduzir a arrecadação do governo e ainda aumenta a produtividade da economia)
De olho em uma arrecadação que deverá superar 40 bilhões de reais no próximo ano, o governo se esforça para prorrogar por mais quatro anos a CPMF – o "imposto do cheque", que suga 0,38% de cada operação bancária feita por pessoas e empresas. O projeto já foi aprovado na Câmara, mas ainda falta o aval do Senado. A CPMF foi originalmente destinada a sanar a crise crônica no setor de saúde. Hoje sua receita cobre programas sociais e uma série de buracos nas contas públicas – do Bolsa Família ao déficit da Previdência. O governo diz que o auxílio estatal aos mais pobres depende da prorrogação desse tributo, que ceifa, anualmente, o equivalente a 1,4% do produto interno bruto (PIB). Mas há pelo menos cinco medidas para eliminar a CPMF sem afetar a receita do governo nem atrapalhar a eficiência da economia, mal que essa contribuição produz por incidir em cascata na economia.
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A briga pela cadeira de Renan
Depois de passar quinze dias afastado para tratar da saúde, o presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros, reapareceu no Congresso. Sem a pompa que o cargo lhe proporcionava, o senador parecia outra pessoa. Mais gordo, o que lhe deu um aspecto bonachão, mostrou-se simpático com os colegas, humilde com os funcionários e afável com os jornalistas. Que ninguém se engane. É apenas uma mudança de tática. Nos bastidores, Calheiros continua utilizando todas as armas de que ainda dispõe para tentar salvar o mandato. Isso porque, na próxima quarta-feira, o senador Jefferson Péres vai apresentar o relatório final sobre o processo que apura o envolvimento dele numa sociedade comercial clandestina em Alagoas.
IstoÉ
O país sem Lula
Diante dos jornalistas que cobrem o dia-a-dia do Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi enfático: “O Brasil não pode brincar com uma coisa chamada democracia”, disse ele, na segunda-feira 5. “Acho que é insensato qualquer pessoa ficar discutindo aumentar para um terceiro mandato.” O fascinante nas reiteradas manifestações sobre o tema não está na efetiva possibilidade de Lula vir a ter o direito de disputar um terceiro mandato. O que interessa agora é tentar entender a questão central desse debate. Toda a ansiedade dos políticos, na verdade, se origina numa dúvida bem mais simples e ao mesmo tempo mais complexa do que qualquer mudança constitucional. Como será o Brasil sem Lula? Esse é o ponto.
Entrevista – Tião Viana
Tião Viana (PT-AC) assumiu a presidência interina do Senado em meio ao que talvez seja a mais grave crise vivida pela Casa em toda a sua história. Não bastasse a humilhação de ver seu presidente, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), ser obrigado a se licenciar para tentar driblar uma saraivada de acusações por quebra de decoro parlamentar, o Senado vive tempos em que o Executivo impõe sua própria agenda ao Congresso Nacional e o Judiciário, em face da omissão dos congressistas, faz as vezes de legislador. É o próprio equilíbrio entre os três Poderes, essencial ao Estado Democrático de Direito, que está ameaçado. Viana sabe que, se quiser continuar no cargo – o que não nega mais –, precisará demonstrar capacidade de pacificar o Senado depois da crise Renan; ele sabe também que, ainda assim, sua permanência só será viável se o PMDB for incapaz de definir um nome próprio no processo sucessório. Por conta de todas essas circunstâncias, Viana tem presidido o Senado a cada dia como se fosse o último. E, na tentativa de deixar sua marca, vai revelando uma surpreendente independência.
ÉPOCA
Por que Dilma?
As rugas de Dilma Rousseff são aquele algo a mais que transmite credibilidade. Mesmo aquelas verticais, entre as sobrancelhas, franzidas quando a ministra anunciou o novo megacampo de petróleo. Em vez de Botox, muita expressão. Em vez de retórica inflamada, um discurso técnico, com o carisma de quem conhece o tema e a causa. Foi Dilma, com seu tailleur lilás, o penteado sóbrio de sempre, os óculos sem aro e um par de brincos discretos, a escolhida pelo presidente Lula para dar as boas-novas. Não foi o ministro de Minas e Energia. Nem o presidente da Petrobras. É só ver e ouvir Dilma na televisão para entender o acerto da escolha de Lula.
O inferno da mãe de Renan
Tenho 23 netos”, diz Ivanilda Calheiros, enquanto se recosta na cadeira de plástico, os olhos azuis fixos nas galinhas-d’angola que cria no quintal. Ivanilda esqueceu-se de incluir na conta a pequena Maria Catharina, filha de Renan Calheiros com Mônica Veloso. Embora a neta já tenha 3 anos de idade, ela é ainda uma novidade. Ivanilda descobriu sua existência há pouco mais de cinco meses. Na ocasião, a imprensa denunciou que um lobista da empreiteira Mendes Júnior pagava a pensão alimentícia à menina, fruto de uma relação extraconjugal do presidente licenciado do Senado com a jornalista morena e bonita que posou nua para uma revista masculina. Ivanilda não conhece Maria Catharina, estopim da crise política que levou seu filho mais velho a se licenciar do cargo. Nem mesmo fotos viu. “Ouvi falar que ela é linda. Você já viu?”, diz, ávida por informações.
Entrevista Paulo Maluf – ”Nunca guardei mágoa de ninguém”
O deputado federal Paulo Maluf, ex-prefeito e ex-governador de São Paulo, diz, em resposta aos leitores de ÉPOCA, que não guarda mágoas de seus inimigos políticos. Ele também fala sobre corrupção na política brasileira.
CARTA CAPITAL
CPI das ONGs – Relação Indecorosa
Maquinada pelo senador barítono Heráclito Fortes (ex-PFL-PI), no fim de 2006, para ser um novo instrumento de pressão contra o governo Lula, a CPI das ONGs tem tudo para perturbar a vida de políticos dos principais partidos da República. Instalada oficialmente em 10 de outubro, a comissão parlamentar gastou as primeiras sessões na tentativa de enterrar as trocas mútuas de acusações que ameaçam paralisar os trabalhos. Fortes protocolou o pedido de CPI logo após o episódio da compra por petistas de um dossiê contra políticos tucanos.
Stedile não é Bin Laden
O governo federal abortou, discretamente, um projeto cujo objetivo era igualar João Pedro Stedile, principal dirigente do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), a Bin Laden, o mais famoso terrorista do mundo. Na semana passada, depois de dez meses de estudo, matou-se, ainda no nascedouro, um anteprojeto de tipificação do crime de terrorismo no Brasil. No lugar dele, o ministro da Justiça, Tarso Genro, encaminhou ao Congresso Nacional uma proposta de emenda ao projeto de lei sobre lavagem de dinheiro. Pretende, assim, criminalizar o financiamento a atos de terror dentro do País. Não parece, mas há nessa troca de palavras uma vitória silenciosa da democracia.
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