Edson Sardinha |
Na volta aos trabalhos legislativos prevista para esta semana, 63 dos 87 deputados e cinco senadores que disputaram o primeiro turno das eleições municipais não terão o que comemorar. Ao todo, 68,47% dos parlamentares que desejavam trocar o gabinete em Brasília pela cadeira de prefeito de seus municípios fracassaram. Resta o consolo dos dois anos restantes de mandato e a possibilidade da candidatura à reeleição em 2006. O sucesso eleitoral será degustado por 29 parlamentares. Desses, onze conseguiram se eleger já no primeiro turno. Outros 18 devem continuar longe da capital federal até o fim do mês, atrás de alianças partidárias e votos para o segundo turno. Nessa lista figuram sete dos 19 candidatos de partidos que fazem oposição ao governo federal. Nenhum deles conseguiu levar a prefeitura na primeira fase da disputa. Leia também Entre os 73 parlamentares que integram legendas da base governista, 11 continuam vivos na corrida eleitoral, enquanto outros 11 já se preparam para assumir o novo cargo em janeiro. O resultado revela praticamente um empate no saldo das candidaturas da oposição e da base governista, com leve vantagem para os primeiros. No saldo geral, 36,84% dos parlamentares da oposição que se candidataram obtiveram sucesso. Na outra ponta, 30,13% dos candidatos governistas saíram, total ou parcialmente, vitoriosos. Entre os derrotados que tiveram total apoio do governo federal, aparece o deputado Vicentinho (PT-SP), que recebeu inclusive o voto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em São Bernardo do Campo. Duelo de senadores Entre os cinco senadores candidatos, Marcelo Crivella (PL-RJ), no Rio, e João Baptista Motta (PMDB-ES), em Serra, fracassaram no primeiro turno. Os senadores Duciomar Costa (PTB-PA) e Ana Júlia Carepa (PT-PA) travam uma disputa à parte pela prefeitura de Belém, com pequena vantagem para o petebista. O PT segue na disputa em outras quatro cidades. O partido ganhou no primeiro turno nos municípios de São Leopoldo (RS), com Ary Vanazzi, e Santana (AP), com Antônio Nogueira. Outro importante aliado do Planalto, o PTB, conseguiu emplacar o maior número de candidatos parlamentares já na primeira fase da eleição. Dos dez petebistas que concorreram, dois já consolidaram a eleição. O deputado Ronaldo Vasconcellos (MG) foi eleito vice na chapa do petista Fernando Pimentel, que continuará à frente da prefeitura de Belo Horizonte nos próximos quatro anos. Líder respira Pela oposição, o PSDB foi o partido que apresentou melhor resultado. Vai disputar o segundo turno em três municípios, entre eles, Juiz de Fora, onde concorre com o líder da legenda na Câmara, Custódio Mattos (MG). O PFL é o que pode fazer maior número de capitais com seus parlamentares. O partido luta pelo comando de Fortaleza, com o deputado Moroni Torgan (CE), e Salvador, com o senador César Borges (BA). O deputado Gilberto Kassab (SP) é o vice de José Serra em São Paulo. O PDT, que lançou apenas o deputado Dr. Hélio (SP) como candidato, alimenta esperanças em Campinas, onde o pedetista concorre com o PSDB de Carlos Sampaio (SP). Insucesso total Nenhum dos quatro deputados do PCdoB que cobiçavam a prefeitura de seus municípios obteve êxito, situação semelhante à experimentada pelos deputados Jovino Cândido (PV), em Guarulhos, e Pastor Amarildo (PSC), candidato a vice em Palmas, únicos representantes de suas legendas com assento no Congresso que disputaram a eleição municipal. |
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