Um novo conjunto de protagonistas deve apimentar ainda mais o escândalo do mensalão, cuja investigação se arrasta há quase dois anos no Supremo Tribunal Federal (STF). É o que mostra a matéria dos repórteres Amaury Ribeiro Jr., Marcelo Rocha e Fernanda Guzzo, destaque da edição deste sábado (31) do jornal Correio Braziliense.
Estão a caminho da Corte máxima um conjunto de laudos e novas provas, segundo a reportagem, colhidas pela Polícia Federal, Ministério Público Federal e Receita Federal. O conjunto de novas provas colocaria no alvo das apurações cerca de outras 60 pessoas suspeitas de envolvimento com o esquema de mesada paga a parlamentares da base aliada do governo.
"Os nomes desses investigados já haviam aparecido durante a apuração da PF, do MPF e também CPI dos Correios. Eles conseguiram se livrar da denúncia apresentada ano passado pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, devido à falta de elementos que os incriminassem na ocasião", explica a reportagem.
Mas a conclusão de laudos a partir de dados bancários e fiscais, diz o texto, forneceu à polícia e ao Ministério Público munição para pedir a abertura de inquérito contra os suspeitos que escaparam da denúncia. As provas também teriam como reforçar "a acusação contra os 40 denunciados, entre eles integrantes da cúpula do PT na época, como o ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares."
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Segundo a reportagem do Correio, as informações incluem um fluxograma das movimentações financeiras de bancos estatais, corretoras de valores, agências de publicidade, políticos e assessores parlamentares.
O ministro relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, diz na reportagem que não recebeu nenhuma dessas informações e que o processo tramita em segredo de Justiça. O procurador-geral da República também não se manifestou sobre o assunto, mas Joaquim Barbosa deve levar ao plenário do Supremo até junho o seu relatório sobre as primeiras acusações do procurador.
Mas a expectativa entre os especialistas, diz o texto, para o término do julgamento do caso no Supremo era de aproximadamente 10 anos. "A nova leva de 60 acusados poderia protelar ainda mais o desfecho do caso porque o STF não tem infra-estrutura nem vocação para conduzir processos criminais desse porte", finaliza a reportagem.
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