A pedido da Procuradoria Geral da República, a Justiça decretou o bloqueio de bens e contas bancárias das 25 pessoas presas pela Operação Hurricane (furacão) e de seus familiares.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o bloqueio foi solicitado pelo procurador-geral, Antonio Fernando Souza, depois que o Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) constatou que pessoas ligadas à máfia do jogo tentaram três vezes sacar R$ 4 milhões em agências bancárias do país desde o início da operação.
A Polícia Federal tem consultado unidades de inteligência financeira de países com os quais o Brasil mantém acordos de cooperação para checar quais dos presos mantêm contas bancárias no exterior. A PF considera a hipótese de a máfia ter desviado até US$ 10 milhões para paraísos fiscais.
Segundo a reportagem de Sônia Filgueiras, informações cruzadas entre o Coaf e a PF mostram que a máfia do jogo, que comprava sentenças judiciais favoráveis para manter as casas de bingo em funcionamento no país, movimentava altas somas de dinheiro desde 2001, pelo menos.
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“Nos últimos seis anos, o Coaf produziu sete relatórios especiais sobre movimentações atípicas, envolvendo 80 pessoas, que movimentaram R$ 230 milhões. Dessas 80 listadas, 17 estão presas na PF de Brasília”, diz o Estadão.
Ontem o ministro da Justiça, Tarso Genro, disse que não será pego de surpresa caso as investigações da PF cheguem ao Congresso. "Não tenho essa informação ainda, mas não me surpreenderia, porque isso já ocorreu em outras oportunidades."
No inquérito do caso, a PF sustenta que há “indícios e provas” da existência de “pagamento rotineiro” de propinas a parlamentares para que eles fizessem lobby para liberar a exploração do jogo. Até agora, somente os deputados Marina Magessi (PPS-RJ) e Simão Sessim (PP-RJ) foram citados como supostos beneficiários de doações de bingos. Os dois, no entanto, negam qualquer envolvimento com a máfia. (Edson Sardinha)
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