Investigação da própria Petrobrás mostra que a máfia dos estaleiros, revelada nesta semana pela Operação Águas Profundas da Polícia Federal, atuava há pelo menos quatro anos dentro da estatal. É o que revela reportagem do jornal O Estado de S. Paulo deste sábado (13). Segundo a matéria dos repórteres Wilson Tosta e Marcelo Auler, a auditoria da empresa indica vazamento de informações na licitação feita em 2003 para estadia e apoio da plataforma P-22.
O vazamento de informações, de acordo com a auditoria, teria ocorrido pela primeira vez na disputa de uma concorrência na estatal entre as empresas Angraporto Offshore e Renave. Segundo a reportagem, apesar de apresentar preços superiores para vários itens, a Angraporto Offshore, empresa acusada de ser pivô da máfia, derrotou a concorrente Renave. "De acordo com documento da auditoria interna anexado à denúncia apresentada à Justiça, mesmo sem evidência material é possível “inferir” que houve vazamento sobre o local dos serviços – informação decisiva para a vitória da Angraporto", diz o texto.
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Os principais trechos da auditoria reproduzidos pelo Estadão são os seguintes:
"Para aluguel de área do estaleiro para atracação de plataforma, a companhia sob suspeita pediu R$ 3.518.622,69, mas a empresa concorrente fez proposta de R$ 10.950.000. “Tomando-se os elementos do referido quadro para análise, observa-se que, excluindo-se o item de maior peso, aluguel de área do estaleiro para atracação de plataforma, a proposta mais econômica passaria a ser da Renave, R$ 1.653.261,00, menor inclusive que o valor orçado pela Petrobrás sem o item, R$ 2.370.751,24." (Lúcio Lambranho)
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