Em depoimento ao corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), o ex-deputado João Lyra (PTB-AL) reafirmou a denúncia de que o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) foi seu sócio oculto em empresas de comunicação. Ele foi ouvido por Tuma na tarde de hoje (16) em Maceió.
Segundo o corregedor, Lyra apresentou um dossiê com sua versão dos fatos e exibiu uma carta de Renan parabenizando-o pela concessão de rádio obtida. Ele informava da liberação da Rádio Jornal. Segundo o corregedor, "havia apenas a informação de que havia sido publicada a regularização da rádio." Para Tuma, nada que comprometesse o senador.
O corregedor afirmou que Lyra estava preparado com um roteiro de todos os acontecimentos e uma pasta que teria os documentos de pagamento a Tito Uchôa, suposto laranja de Renan.
Uchôa manteve as acusações e, de acordo com Tuma, mostrou toda a documentação apresentada à revista Veja. Todos os documentos são assinados por pessoas que trabalhavam na rádio e no jornal.
Para Tuma, não há agravamento da situação. Para amanhã (17), está marcado o depoimento de Luiz Carlos Barreto, sócio em uma das rádios. O próximo passo é ouvir Tito Uchôa para que confirme ou não a versão de Lyra. O depoimento está marcado para amanhã de manhã, contudo, ambos ainda não haviam sido localizados. "Uchôa é uma peça importante para confirmar se era um ‘laranja’ de Renan ou sócio realmente da rádio", afirmou o senador. É possível que haja uma acareação entre Uchôa e Lyra.
Em carta, Renan pediu que o ex-deputado abrisse seus sigilos para comprovar o que diz. Mas o advogado Lyra afirmou que o sigilo fiscal dele será aberto somente por ordem judicial, mas destacou que ele está disposto a colaborar com as investigações.
Tuma advertiu que pode pedir os dados ao Conselho de Atividades Financeiras (Coaf). “É claro que nós temos meios de, através do Coaf, solicitar que se faça uma investigação de sua movimentação financeira." (Ana Paula Siqueira)
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Atualizada às 21h00
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