Fábio Góis
O ingresso da Venezuela no bloco comercial do Mercosul, aprovado ontem (quinta, 29) pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, foi visto pelo presidente Lula como sinal de “amadurecimento” dos senadores. Lula se referiu à rejeição de boa parte dos parlamentares, inclusive da base governista, à entrada do país vizinho, devido às ações supostamente ditatoriais do presidente venezuelano Hugo Chávez.
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“Os senadores brasileiros, nesse tanto tempo de debates que fizeram, amadureceram. Hoje, acho que a grande maioria tem consciência da importância desta parceria”, disse Lula em Caracas (Venezuela), que participou da inauguração do novo Consulado-Geral do Brasil.
“Nós sonhamos que, um dia, todos os países sul-americanos estejam participando do Mercosul. Ele vai ficar maior, mais forte, econômica e comercialmente mais importante, e politicamente muito mais importante.”
Mais tarde, Lula se encontrou com Chávez – que não o foi receber na base aérea de Caracas – em outra cerimônia. Para Lula, “a Venezuela está cada vez mais no Mercosul”.
“As coisas entre Venezuela e Brasil começaram a andar de forma extraordinária”, disse Lula, sentado à mesa com o colega em solenidade que firmou parceria entre empresas do setor energético dos dois países. “E até a PDVSA e a Petrobras, que, por serem muito grandes e muito ricas, tinham dificuldades de se entenderem, finalmente hoje vão confirmar o acordo da construção definitiva da refinaria Abreu e Lima [na região metropolitana de Recife-PE].”
Há cerca de 300km a Sudeste de Caracas, os presidentes vão visitar plantações de soja desenvolvidas pela Venezuela com emprego de tecnologia brasileira. Ainda está previsto para esta sexta-feira um jantar entre Lula e Chávez. O item principal da pauta é justamente o ingresso da Venezuela no bloco comercial, que vai à apreciação do plenário do Senado na próxima quarta-feira (4).
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