O presidente Lula, candidato do PT à reeleição, disse nesta quinta-feira que nunca um governo combateu tanto a corrupção e o crime organizado no país como agora. Ele afirmou ainda que tem responsabilidades sobre eventuais irregularidades cometidas durante sua gestão e que sempre trabalhou para que os poderes pudessem atuar de maneira autônoma.
Em entrevista ao Jornal Nacional, o presidente disse que quando soube das suspeitas de corrupção em seu governo afastou pessoas, abriu sindicâncias e facilitou o trabalho das CPIs no Congresso. "Você nunca viu um deputado ter de vir falar comigo para trabalhar."
Ele elogiou ainda o trabalho do Ministério Público em sua gestão. “No meu governo, procurador-geral da República indicia. Em outros governos, ele engavetava”, declarou Lula, referindo-se ao ex-procurador Geraldo Brindeiro, apelidado “engavetador geral da República”.
Indagado se antes de assumir a presidência não seria mais rígido com suspeitos de corrupção do que agora, Lula respondeu que o governo tem que agir dentro do estado de direito. “O governo não acusa, age”. Ele disse, entretanto, que ao saber das acusações contra o ex-ministro José Dirceu, pressionou para que ele se afastasse do cargo, assim como o ex-ministro Antonio Palocci. "Eu afastei o Zé Dirceu e o Palocci."
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Em relação ao repasse de recursos do caixa dois do PT para parlamentares da base aliada, apelidado de mensalão, o presidente disse que não pode se eximir de responsabilidade no ocorrido. “Tenho responsabilidade em qualquer erro que funcionário público cometer no Brasil. Mas está cheio de famílias que não sabem o que se passa na própria casa, como o presidente vai saber do que acontece em todos os ministérios?”, questionou.
O presidente comentou sobre a dívida de R$ 29 mil com o PT que seu amigo, o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, teria pago. “Eu não devia ao PT. Eu disse a ele: ‘quer pagar, paga, mas eu não devo'”, explicou. Quanto à quebra de sigilo de Okamotto pela CPI dos Bingos, barrada pela Justiça, o presidente afirmou que “era direito dele (Okamotto) não querer a quebra do sigilo”.
Por fim, Lula foi questionado em relação a suas metas para um eventual segundo mandato. Ele disse que o governo vai continuar o trabalho feito atualmente. “O país está no melhor momento econômico, cresce o emprego, cresce o salário, diminui a inflação… e o nosso tempo acabou, é o que diminuiu também”, brincou o presidente, enquanto era cortado pelos jornalistas ao fim dos 11 minutos e meio de entrevista.
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