Renata Camargo
No último dia da 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 15), o presidente Lula disse hoje (18) que está “um pouco frustrado” com os rumos das negociações para um acordo global em Copenhague (Dinamarca). Em discurso, Lula afirmou que “gostaria de sair com o documento mais perfeito do mundo”, mas que não sabe se será possível “colocar na nossa cabeça a inteligência que faltou”.
“Gostaria de sair com o documento mais perfeito do mundo mas, se não conseguimos fazer até agora esse documento, não sei se algum sábio ou anjo descerá nesse plenário e conseguirá colocar na nossa cabeça a inteligência que nos faltou”, disse o presidente.
Lula enfatizou que o Brasil terá que se empenhar para cumprir as metas de redução estabelecidas, “construindo uma engenharia econômica que obrigará um país em desenvolvimento, com muitas dificuldades econômicas, a gastar até 2020 US$ 166 bilhões, o equivalente a US$ 16 bilhões de reais”. Segundo o presidente, a obrigação do Brasil será feita a partir de mudanças no sistema da agricultura brasileira, do sistema siderúrgico brasileiro e aprimoramento e mudanças da nossa matriz energética.
“Não é uma tarefa fácil, mas foi necessário tomar essas medidas para mostrar ao mundo que, com meias palavras e com barganhas, a gente não encontraria uma solução nesta Conferência de Copenhague”, disse Lula.
Como uma cutucada nos países ricos, Lula afirmou que “algumas pessoas pensam que apenas o dinheiro resolve o problema”, mas que ele “não resolveu no passado, não resolverá no presente e, muito menos, vai resolver no futuro”.
“É importante que nós, os países em desenvolvimento e os países ricos, quando pensarmos no dinheiro, não pensemos que estamos fazendo um favor, que estamos dando esmola. (…) Não é uma barganha de quem tem dinheiro ou quem não tem dinheiro. É um compromisso mais sério, é um compromisso para saber se é verdadeiro ou não o que os cientistas estão dizendo, que o aquecimento global é irreversível”, considerou.
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