Durante depoimento à CPI dos Bingos, o ex-secretário de Finanças de Campinas (SP) Paulo de Tarso Venceslau afirmou aos senadores que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha conhecimento, desde a década de 90, do sistema de arrecadação ilegal de recursos pelo PT junto à prefeitura daquela cidade. Venceslau argumentou que Lula não poderia alegar desconhecimento das operações porque recebeu, na época, um relatório sobre o assunto.
O ex-secretário de Finanças comentou que ele mesmo não conseguia entender como havia tantos recursos num partido que sempre foi pobre. “Alguma coisa errada estava acontecendo", declarou. “Parecia que o dinheiro dava em árvore”, observou o economista.
Venceslau revelou, ainda, que recursos da Construtora Odebrecht, contabilizados para a campanha do ex-deputado José Dirceu, foram, na verdade, utilizados na campanha de Lula para presidente em 1994. Segundo o ex-secretário, Dirceu ameaçou sair do partido, mas Lula teria feito acordo e colocado "panos quentes" na situação.
O economista foi convocado pela CPI dos Bingos por ter denunciado o esquema de arrecadação de dinheiro em prefeituras comandadas pelo PT para abastecer os cofres do partido. Ele afirmou que a burocracia petista tem atitudes diferentes dos militantes. ”Quando a militância acordar, vai perceber o estrago. O PT vai começar a ressurgir apenas quando se livrar dos Josés Dirceus e Lulas da vida”, disse Venceslau.
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Após o depoimento de Venceslau, o senador José Jorge (PFL-PE) comentou que o presidente Lula, hoje, nega ter conhecimento do esquema de caixa dois, mas, segundo o pefelista, “é o mesmo esquema municipal que foi aplicado à esfera nacional”.
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