O presidente Lula não poupou elogios ao agora ex-ministro do Desenvolvimento Luiz Fernando Furlan durante a transmissão do cargo para o novo titular da pasta, Miguel Jorge. Depois de comparar o ex-auxiliar a um mascate, o presidente disse que Furlan demonstrou no governo uma "capacidade política que empresário geralmente não tem".
Lula atribuiu a Furlan o mérito pela elevação das reservas internacionais do país, que saltaram de US$ 16 bilhões, no início de 2003, para os atuais US$ 110 bilhões. "Não sei se, além da China e da Índia, tem algum país no mundo com reserva de mais de US$ 100 bilhões. Não tem nada que dê mais garantia a um país do que o montante de reservas como esse que conseguimos", disse o presidente. "Se Deus quiser, vamos acumulando. Dinheiro no bolso não faz mal a ninguém", completou.
De acordo com o presidente, o ex-ministro foi decisivo também para que as exportações brasileiras passassem, no mesmo período, de US$ 60 bilhões para US$ 140 bilhões, e o saldo comercial pulasse de US$ 13 bilhões para US$ 46 bilhões. "Todo mundo sabe o que é um país com pouca reserva, sem capacidade de financiar suas exportações", afirmou.
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Lula disse que não tem notícia de um ministro que tenha se dedicado mais ao Comércio Exterior do que Furlan e admitiu que não desconhecia o ex-diretor da Sadia quando decidiu nomeá-lo para o ministério. "Eu queria um mascate", afirmou. O presidente afirmou que tomou conhecimento do perfil do executivo por meio do senador Aloizio Mercadante (PT-SP). "Eu falei: é deste homem que eu preciso", relatou.
Em relação ao novo ministro do Desenvolvimento, Lula foi econômico nas palavras. Desejou sucesso a Miguel Jorge, e disse que o novo auxiliar recebe uma situação totalmente diferente da encontrada pelo antecessor. O presidente brincou com o fato de o novo ministro, a exemplo dele e do vice-presidente José Alencar, não possuir diploma universitário. "Por coincidência, Miguel Jorge não tem diploma. Somos três agora, Alencar: você, eu e ele, porque o [Luiz] Marinho já tirou o dele", disse o presidente dirigindo-se ao vice, e referindo-se também ao novo ministro da Previdência, ex-titular do Ministério do Trabalho. (Edson Sardinha)
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