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“Nos últimos 40 anos, nenhum líder brasileiro teve a vida particular e partidária tão vasculhada quanto Lula, e jamais encontraram acusação válida contra ele. Lula foi preso, sim, mas pela ditadura, porque lutava pela democracia no Brasil e pelos direitos dos trabalhadores. Não será investigando um apartamento – que nem mesmo lhe pertence – que vão encontrar uma nódoa em sua vida”, diz a nota.
Em outra frente de apuração, procuradores da Lava Jato afirmaram ontem que todos os apartamentos do condomínio Solaris serão alvo de investigação. Há suspeita de que os apartamentos tenham sido comprados para lavar dinheiro desviado da Petrobras. O caso é objeto da 22ª etapa da operação, deflagrada nessa quarta-feira pela Polícia Federal com o nome de Triplo X.
Em seu despacho, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações em primeira instância, informou que há indícios de que a OAS “teria utilizado o empreendimento imobiliário no Guarujá para repasse disfarçado de propina a agentes envolvidos no esquema criminoso da Petrobras”. Um dos imóveis, segundo os procuradores, pertence à família do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso desde abril de 2015, acusado de receber propina no esquema de desvio de recursos da estatal.
Na nota de repúdio divulgada no Facebook, a assessoria de Lula ressalta que o ex-presidente não foi citado na decisão de Sérgio Moro. “O ex-presidente Lula não foi sequer citado na decisão do juiz Sérgio Moro e repudia qualquer tentativa de envolver seu nome em atos ilícitos investigados na chamada Operação Lava Jato.”
De acordo com o texto, Lula “nunca escondeu” que comprou uma cota da cooperativa Bancoop para ter um apartamento no Solaris. “Para ter o apartamento, de fato e de direito, seria necessário pagar a diferença entre o valor da cota e o valor do imóvel, com as modificações e acréscimos ao projeto original. A família do ex-presidente não exerceu esse direito.”
A apuração do Ministério Público de São Paulo é independente da nova fase da Lava Jato. A investigação que corre em São Paulo recai sobre a legalidade da transferência de empreendimentos da Bancoop à OAS. A empreiteira pagou por reformas feitas em 2014 no tríplex reservado à família de Lula. Entre as modificações, estava a instalação de um elevador privativo. De acordo com reportagem publicada pela Folha de S.Paulo em novembro, a mulher do ex-presidente, Marisa Letícia, desistiu de ficar com o imóvel.
Leia a íntegra da nota divulgada no perfil de Lula no Facebook:
“LULA REPUDIA TENTATIVA DE ENVOLVIMENTO NA LAVA JATO
O ex-presidente Lula não foi sequer citado na decisão do juiz Sérgio Moro e repudia qualquer tentativa de envolver seu nome em atos ilícitos investigados na chamada Operação Lava Jato.
Nos últimos 40 anos, nenhum líder brasileiro teve a vida particular e partidária tão vasculhada quanto Lula, e jamais encontraram acusação válida contra ele.
Lula foi preso, sim, mas pela ditadura, porque lutava pela democracia no Brasil e pelos direitos dos trabalhadores. Não será investigando um apartamento – que nem mesmo lhe pertence – que vão encontrar uma nódoa em sua vida.
Lula nunca escondeu que sua família comprou, a prestações, uma cota da Bancoop, para ter um apartamento onde hoje é o edifício Solaris. Isso foi declarado ao Fisco e é público desde 2006. Ou seja: pagou dinheiro, não recebeu dinheiro pelo imóvel.
Para ter o apartamento, de fato e de direito, seria necessário pagar a diferença entre o valor da cota e o valor do imóvel, com as modificações e acréscimos ao projeto original. A família do ex-presidente não exerceu esse direito.
Portanto, Lula não ocultou patrimônio, não recebeu favores, não fez nada ilegal. E continuará lutando em defesa do Brasil, do estado de direito e da Democracia.”
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