O presidente Lula quer discutir a formação da base aliada antes de escolher os ministros do seu segundo mandato. Na próxima semana, Lula se reunirá com os partidos para conversar sobre a união das bancadas no Congresso e a participação de cada grupo no governo. Antes de decidir sobre os nomes do primeiro escalão, o presidente quer ver finalizada a negociação do governo de coalizão e a conclusão do novo pacote fiscal.

Lula se reuniu, ontem, no Palácio do Planalto, com o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador José Sarney (PMDB-AP). No encontro, o presidente disse que poderá deixar as definições do quadro político para o primeiro trimestre do próximo ano. "Cada partido vai ter um desejo e uma demanda. A representação dos partidos no governo vai ter como referência o tamanho das bancadas no Congresso", disse Tarso.

Na próxima quarta-feira, Lula deve se reunir com o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), para tentar uma aproximação com a ala oposicionista do partido. O presidente também se reunirá com líderes do PDT e PV. Segundo Tarso, até o momento, apenas o PT, PCdoB e PSB se mostraram dispostos a uma união. Os petistas ainda esperam as decisões do PP, PTB e do PR (partido formado pela fusão do PL e Prona) para a composição do grupo governista. "O ponto de partida é a formação da coalizão", comentou o ministro.

No encontro de ontem com os senadores, Lula ainda afirmou que conversará com a oposição para organizar uma "agenda positiva". O presidente espera contar com esses partidos para votações de projetos considerados prioritários. Tarso também disse que o presidente se encontrará, na próxima semana, com os governadores eleitos aliados sob o comando do próximo gestor baiano, Jaques Wagner (PT). (Ricardo Taffner)

Cunha Lima diz que Lula quer receber governadores da oposição

O governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), afirmou ontem que o presidente Lula quer chamar os governadores da oposição para conversar a respeito dos rumos do segundo mandato, que começa a partir do próximo ano.

O presidente, segundo o tucano, prevê que o diálogo com os governadores seja mais ameno porque não envolve o fator eleitoral. Se confirmada a reunião da próxima semana, cai por terra a possibilidade de um encontro com todos os 27 governadores, como havia se falado  em Brasília. A agenda mencionada por Cunha Lima, porém, não foi confirmada oficialmente pelo Planalto.

O governador tucano é o segundo integrante da oposição a se reunir com Lula depois da eleição. O presidente já esteve com o paulista Cláudio Lembo (PFL) na semana passada e recebe hoje o pefelista José Roberto Arruda, eleito governador do Distrito Federal. (Diego Moraes)