O presidente Lula sinalizou ontem, após participar do encerramento da Conferencia Nacional de Educação Profissional e Tecnológica, que o PT pode ter o espaço reduzido no seu segundo mandato. Em relação à reforma ministerial, Lula afirmou que o partido "já tem uma boa representação no governo" referindo-se à Presidência da República.
"O PT vai ter a participação no governo que tem o tamanho do PT. Aliás, o PT já tem o cargo mais importante do governo que é a Presidência da República, ou seja, já é uma boa representação."
O presidente também declarou que quer construir alianças com os partidos e destacou as políticas publicas que serão colocadas em prática pelo governo nos próximos quatro anos. "O governo será composto de uma forma diferente, não vamos fazer partilha, salada de fruta, quero construir alianças com partidos políticos, quero discutir com seriedade, o que importa são as políticas públicas que o governo vai colocar em prática", afirmou.
Lula também disse que deve anunciar até dezembro um conjunto de medidas para incentivar os investimentos em projetos de infra-estrutura. "O que estou pensando agora e estou trabalhando todo santo dia, me reunindo com os ministros, é para a gente ver a questão da infra-estrutura, onde estão as dificuldades, onde nós temos problemas de licenciamento prévio, onde nós temos problemas de recursos, porque eu quero anunciar medidas de infra-estrutura ainda este mês, no mais tardar no começo de dezembro", afirmou o presidente.
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O presidente negou que esteja preocupado com o ritmo de atividade da indústria. "Eu acho que a questão do crescimento está em curso, eu estou convencido de que as coisas estão preparadas para crescer e crescer mais do que nós estamos habituados, e nós vamos trabalhar para fazer aquilo que é a parte do governo". "O meu problema agora é tentar destravar todas as coisas que podem dificultar os investimentos, e eu quero ver se anuncio as medidas antes de tomar posse", declarou.
PMDB quer ampliar participação no governo
O líder do PMDB na Câmara, deputado Wilson Santiago (PB), disse ontem, em reunião no Ministério das Relações Institucionais, que o partido "merece e muito" ampliar a sua participação no segundo governo do presidente Lula. "Pelo tamanho e proporcionalidade que tem no Congresso, merece e muito a ampliação dos espaços que ocupa no próprio governo", explicou.
O presidente Lula se reuniu ontem com o deputado Jader Barbalho (PMDB-PA) para discutir o espaço que dará ao PMDB no seu segundo mandato.
O deputado paraibano afirmou que o PMDB não vai negociar os comandos da Câmara e do Senado em troca de ministérios. "Nós não estamos discutindo a questão de abrir ou não mão. O PMDB tem um direito que tem que ser preservado", disse.
"Espero que o partido tenha com justiça aquilo que merece dentro do governo. Nós apoiamos durante um ano o presidente Lula sem termos cargos no governo", ressaltou.
O peemedebista também disse que o PMDB não vai indicar os ministérios que pretende assumir no próximo governo Lula. "Os ministérios quem escolhe é o presidente, são cargos de confiança e cabe ao presidente convidar quem ele acha conveniente", disse.
Blairo defende negociação das dívidas dos estados
O presidente Lula e o governador reeleito de Mato Grosso, Blairo Maggi (em processo de desfiliação do PPS), encontraram-se ontem em Brasília. Blairo, que apoiou a candidatura à reeleição do presidente contra as orientações do seu partido, defendeu a negociação das dívidas dos estados.
"Precisamos ter uma flexibilização na dívida que nós temos. Na verdade, para o Brasil crescer, os estados precisam crescer também, senão vai ficar muito pesado para União fazer isso. Mas nós, para fazermos isso, precisamos ter capacidade", declarou o governador após o encontro.
Blairo afirmou que discutiu a necessidade de haver "determinação" e "consenso" para que sejam superados os entraves legais ao desenvolvimento dos estados. "Não é só dinheiro que vai resolver o problema." "Eles [o Judiciário] apenas cumprem a lei. O problema, o foco, está no Congresso Nacional. É preciso fazer algo, intervir, no bom sentido", afirmou.
O governador de Mato Grosso também falou com o presidente Lula sobre a necessidade de crescimento da agricultura e da pecuária, além da questão dos transgênicos.
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