O presidente Lula destacou hoje (4) em Buenos Aires, durante a cerimônia de abertura do Encontro Empresarial Brasil-Argentina, a necessidade de empresários brasileiros e argentinos olharem para seus mercados vizinhos de forma diferente.
“O empresário argentino não pode olhar o Brasil como um país competidor. O empresário argentino precisa olhar o Brasil como um potencial de mercado consumidor de 190 milhões de pessoas. O Brasil tem que olhar para a Argentina como um país com potencial de consumo de 40 milhões de habitantes, mas, muito mais importante: o somatório da sinergia dos dois países perfaz uma sociedade de 230 milhões de habitantes”, afirmou o petista.
“O empresário brasileiro não pode ver o argentino como um concorrente. Concorrente sim, na lógica da boa competitividade, até porque a concorrência existe, mesmo entre os brasileiros e entre os argentinos. O que precisamos começar a enxergar é que juntos poderemos disputar o comércio dos países mais ricos e atender países que até agora não foram atendidos por ninguém”, complementou.
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De acordo com o presidente brasileiro, os dois países sul-americanos são, possivelmente, os únicos que têm competitividade (à exceção dos grandes) e podem levar vantagem na questão agrícola.
“Quando se fala em crise de alimentos, alguns países podem tremer, ficar preocupados. Eu penso que Argentina e Brasil precisam ver essa crise de alimentos com uma certa preocupação, mas também como uma grande oportunidade histórica de se transformarem em países ainda mais competentes para fornecer, não apenas aos nossos, mas lá fora, alimentos de qualidade para as pessoas comerem.”
Rodada de Doha
Lula também ressaltou que vai insistir em relação à Rodada de Doha, ciclo de negociações entre as grandes economias, tendo como objetivo diminuir as barreiras comerciais. “Eu não estou desanimado. Quero dizer a vocês que ainda vou continuar teimando para ver se nós construímos uma saída.” (leia mais)
Segundo Lula, se Brasil e Argentina unirem interesses, esses países podem “fazer diferença nas negociações internacionais”. (Rodolfo Torres)
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