Apesar de manifestar satisfação com o crescimento de 5,4% da economia brasileira em 2007, o presidente Lula pediu ao ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que o governo tenha “euforia comedida” na análise dos números. O pedido foi relatado pelo próprio ministro em entrevista coletiva.
“Ele até brincou comigo, disse que é preciso passar a impressão de uma euforia comedida. Estamos satisfeitos, mas achamos que pode melhorar. Esse crescimento do PIB, na opinião do presidente, é resultado que a confiança que o povo brasileiro, empresários, trabalhadores e da sociedade brasileira em geral", disse.
Na avaliação do ministro, o crescimento da indústria, das operações de crédito para pessoa física e das importações de bens de capital confirmam que a economia está no caminho certo. Segundo ele, para que esse crescimento se dê de forma sustentável, é necessário que o Congresso também contribua.
“Achamos que vai melhorar ainda mais quando o Congresso Nacional aprovar a reforma tributária e a política industrial", afirmou Paulo Bernardo. “Não vamos fazer mágica, não vamos fazer alteração drástica na política econômica”, acrescentou.
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O ministro saiu em defesa do Banco Central (BC), comumente criticado pela manutenção das elevadas taxas de juros. De acordo com Paulo Bernardo, o BC realizou um trabalho “extraordinário” na gestão Lula. "Saímos de uma taxa de 25% em janeiro de 2003 para 11,25% hoje, o que é uma redução muito grande. Nós acreditamos que controlada a inflação temos condições de continuar diminuindo ainda mais a taxa", afirmou.
"A baixa inflação fez com que os salários nominais fossem valorizados. O consumo das famílias mostra isso, as vendas do comercio mostram isso. Mas a inflação deu uma acelerada no final do ano passado então, de fato, havia uma preocupação prudente do BC com relação a isso", emendou.
O ministro do Planejamento também afirmou que ainda confia no diálogo com a oposição para aprovar nesta tarde, em sessão conjunta do Congresso, a proposta orçamentária de 2008. "Vamos evitar a edição de medidas provisórias por enquanto. Mas se chegarmos a um ponto que for impossível tocar as obras, não vamos ter escolha. Mas, ainda apostamos que o diálogo vai resolver a questão", disse. (Edson Sardinha)
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