Em reunião com a equipe de coordenação política do governo ontem (11), o presidente Lula admitiu estar preocupado com possíveis excessos da Polícia Federal nas recentes operações deflagradas pela corporação. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o presidente pediu cuidado com o vazamento de informações que poderiam expor indevidamente inocentes.
Lula comparou o vazamento do conteúdo de conversas telefônicas grampeadas pela PF com o famoso episódio da Escola Base, quando um casal de empresários foi acusado de abusar sexualmente de alunos da escola. Os dois foram linchados e perderam tudo, mas acabaram inocentados pela Justiça.
"A Polícia Federal tem de investigar o que tem de ser investigado, mas é preciso ter cuidado com os processos de investigação para evitar os excessos. Depois, quando se vai ver, não é bem assim e a vida da pessoa já está arruinada", disse Lula, de acordo com ministros que participaram da reunião, a portas fechadas, no Palácio do Planalto.
Vavá
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Ainda segundo O Estado de S. Paulo, Lula reiterou acreditar na inocência de seu irmão mais velho, Genival Inácio da Silva, o Vavá. Ele é acusado pela PF de envolvimento com a máfia dos caça-níqueis, mas o presidente acredita que foi apenas um "inocente útil" para a quadrilha.
Em conversas reservadas, porém, o Lula teria mostrado decepção com o comportamento de Dario Morelli Filho, seu compadre, preso na Operação Xeque-Mate acusado de ser sócio de uma casa ilegal de máquinas caça-níqueis. (Carol Ferrare)
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