Em entrevista publicada na edição do jornal O Globo de hoje (12), o presidente Lula afirmou que não sabe se a elite brasileira já o aceitou e fez uma metáfora futebolística para explicar o assunto."Eu não sei. É como torcida de futebol. De vez em quando eu fico pensando: por que em São Paulo tinha que haver tanto clube? Não podia ser apenas o Corinthians? Mas existe o são-paulino, o palmeirense, o santista… Por que no Rio tem que haver Flamengo, Botafogo, Vasco e Fluminense? É porque o povo tem opções! Então, não pergunto para nenhum setor se me aceita ou não".
Sobre crescimento econômico, o presidente-candidato disse que o país já está pronto para um ciclo de crescimento de mais de 5% ao ano pelos próximos cinco anos. Lula acredita que as discussões sobre a Previdência e a reforma tributária continuarão. Na sua avaliação, essas reformas não são vistas como obstáculos para o crescimento.
O presidente assegurou que mudou muito nos últimos 20 anos, mas que sua concepção sobre o papel do Estado, não. "Meu problema com a privatização é de conceito". O petista disse que não teria privatizado nem as empresas de telefonia e nem a Vale do Rio Doce. Na entrevista, Lula queixou-se que os empresários não o apóiam apesar de estarem ganhando "muito dinheiro". No entanto, não falou de redução de impostos e diminuição da burocracia.
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O presidente também respondeu todas as perguntas sobre corrupção, mesmo às mais duras, e afirmou que não deixará "pedra sobre pedra" nas investigações, "doa a quem doer". Ele defendeu seu ex-assessor Freud Godoy, supostamente envolvido na compra do dossiê contra políticos tucanos. "Esse menino não tem nada".
O presidente foi entrevistado pelos colunistas Ancelmo Gois, Merval Pereira, Miriam Leitão, Tereza Cruvinel e Jorge Bastos Moreno e pelo diretor de Redação, Rodolfo Fernandes. (Tarciso Nascimento)
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