Questionado sobre o projeto de lei que o Executivo planeja enviar para o Congresso em uma tentativa de regulamentar as greves de servidores públicos, o presidente Lula foi duro e criticou os trabalhadores que, segundo ele, encaram greves como férias.
"Não queremos proibir que haja greve, pelo contrário (…) O que não é possível é alguém fazer 90 dias de greve e receber os dias parados, porque aí deixa de ser greve e passa a ser férias", disse. "Quando eu entrava de greve, sabia que cada dia parado era um domingo perdido, sabia que poderia perder FGTs ou férias. Categorias que ficam 100 dias de greve e recebem pelos dias parados, isso pra mim é férias", completou.
Para o presidente, a lógica da greve no setor público é diferente da do setor privado. "Greve de servidores não pode ser feita quando se faz greve na fábrica. Trabalhador quer causar prejuízo econômico ao patrão, mas servidores não têm patrão, eles prejudicam o povo brasileiro: quem é vítima são os pobres. Não tem filho de rico no ensino fundamental público".
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Lula negou, contudo, que o projeto, ainda não apresentado, vá prejudicar os trabalhadores. "Vamos conversar com servidores e vamos também discutir contrato coletivo de trabalho. Longe de mim prejudicar trabalhador, mas longe de mim prejudicar povo". (Carol Ferrare)
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