A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, anunciou ontem (sexta, 28) a liberação de R$ 600 milhões em créditos para os setores de calçados e couro, móveis e madeira e de maquinário agrícola. Os recursos são do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e têm como objetivo possibilitar às empresas o pagamento de suas dívidas e recuperar as condições para enfrentar a concorrência estrangeira, em especial da China.
Somados aos R$ 400 liberados mês passado para as indústrias de calçados, dos quais R$ 162 milhões já foram utilizados, segundo a Agência Brasil, “chega a R$ 1 bilhão a verba para incentivar a produção nesses setores”.
“O capital de giro é para resolver problemas conjunturais e não estruturais”, afirmou Dilma Rousseff ao anunciar a medida. De acordo com a Agência Brasil, a “ampliação de créditos para o capital de giro era um pedido dos empresários calçadistas e moveleiros”.
Ação de governo ou campanha?
Dilma, relata a agência, foi questionada sobre o possível caráter eleitoral da medida. Respondendo que a liberação vinha sendo negociada há tempo, declarou: “Faz parte de uma ação de governo e não de uma ação do presidente como candidato. Não podemos concordar que durante esses seis meses [até o final do mandato] nós não governemos”.
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Lembrando que o presidente Lula estará em campanha no Sul do país neste fim de semana, a edição de hoje da Folha de S. Paulo afirma que a medida tem caráter eleitoral. “Liberação de verbas segue o roteiro eleitoral de Lula”, diz o jornal, acrescentando que o governo federal também acaba de anunciar o envio de R$ 12,4 milhões para as penitenciárias do Rio Grande do Sul.
Conforme as regras divulgadas por Dilma, as operações de crédito poderão ser de até R$ 5 milhões, e terão juros de 7,5% ao ano mais 2,8% de spread (taxa cobrada pelo banco). Haverá um ano de carência para o financiamento, que terá de ser pago em 24 meses.
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